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Q1902687 Português
Texto CB1A1-I

    Não é preciso temer as máquinas, à maneira do Exterminador do futuro, para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial (IA). No fim das contas, a democracia sempre teve como alicerces os pressupostos de que nosso conhecimento do mundo é imperfeito e incompleto; de que não há resposta definitiva para grande parte das questões políticas; e de que é sobretudo por meio da deliberação e do debate que expressamos nossa aprovação e nosso descontentamento.

Em certo sentido, o sistema democrático tem se mostrado capaz de aproveitar nossas imperfeições da melhor maneira: uma vez que de fato não sabemos tudo, e tampouco podemos testar empiricamente todas as nossas suposições teóricas, estabelecemos certa margem de manobra democrática, uma folga política, em nossas instituições, a fim de evitar sermos arrastados pelos vínculos do fanatismo e do perfeccionismo.

     Agora, novas melhorias na IA, viabilizadas por operações massivas de coleta de dados, aperfeiçoadas ao máximo por grupos digitais, contribuíram para a retomada de uma velha corrente positivista do pensamento político. Extremamente tecnocrata em seu âmago, essa corrente sustenta que a democracia talvez tenha tido sua época, mas que hoje, com tantos dados à nossa disposição, afinal estamos prestes a automatizar e simplificar muitas daquelas imperfeições que teriam sido — deliberadamente — incorporadas ao sistema político.

     Dessa forma, podemos delegar cada vez mais tarefas a algoritmos que, avaliando os resultados de tarefas anteriores e quaisquer alterações nas predileções individuais e nas curvas de indiferença, se reajustariam e revisariam suas regras de funcionamento. Alguns intelectuais proeminentes do Vale do Silício até exaltam o surgimento de uma “regulação algorítmica”, celebrando-a como uma alternativa poderosa à aparentemente ineficaz regulação normal.

Evgeny Morozov. Big Tech. A ascensão dos dados e a morte da política.
São Paulo: Ubu Editora, 2018, p. 138-139 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, que apresentam propostas de substituição ou de reescrita para trechos do texto CB1A1-I. 


A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas se o primeiro período do primeiro parágrafo fosse reescrito da seguinte forma: Há motivos para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial, mesmo sem temer as máquinas à maneira do Exterminador do futuro.

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Gabarito: certo.

Exercício de reescritura.

Oração 1) Não é preciso temer as máquinas, à maneira do Exterminador do futuro, para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial (IA).

Oração 2) Para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial (IA), não é preciso temer as máquinas, à maneira do Exterminador do futuro.

Oração 3) Há motivos para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial, mesmo sem temer as máquinas à maneira do Exterminador do futuro.

GAB: CERTO

Enunciado: Correção gramatical e a coerência do texto.

► Verifique se não há erro gramatical e se mantém uma lógica, não procure pelo em ovo, leia-se SENTIDO!

Parafrasear é um tipo de reescritura. Percebe-se em "Há motivos" Mesmo sem temer" é Coerente mesmo com palavras diferentes.

Pegadinha! Não quer saber se muda sentido! só a correção gramatical

Correção gramatical: OK

Coerência: OK

Sentido: ALTERADO

A questão cobra "Correção gramatical e coerência", logo, gabarito "certo".

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