O texto apresenta, como evento gerador para a discussão das...
Viajando
Viajar é a melhor coisa do mundo. Não importa para que lugar. Sair de onde você está e passar um tempo em outro, pra mim, já é suficiente. Claro que há lugares e lugares. Os brasileiros estão viajando, cada vez mais. Você, com certeza, já ouviu alguém dar o chilique que: em Nova York, agora, só tem brasileiro! Paris é um bairro nosso! Miami já faz parte da grande Salvador! Buenos Aires é de verdade a capital do Brasil.
Mas tem um lugar que o brasileiro não costuma ir muito, que é o melhor de todos: o Brasil. Existe algum preconceito bobo na cabeça do brasileiro de que chique mesmo é ir pra Europa. Acho que chique mesmo é você conhecer o seu país de cabo a rabo! Um dos argumentos é que viajar para fora é o mesmo preço de uma viagem para o Nordeste. Ué, e daí? Você pode se divertir muito mais no Nordeste, tenha certeza.
Se você já visitou os Lençóis Maranhenses, sabe do que estou falando. Um dos lugares mais lindos e diferentes do mundo. As pessoas, com razão, dizem que aqui nós não temos estrutura, os lugares são de difícil acesso, mas vou te dizer, faz um pouco parte da graça do passeio.
Claro que queremos um mínimo e que isso não pode ser justificativa para a precariedade dos nossos cartões‐postais, mas ter que pegar um bugre e desbravar as ruas de terra/pedra de Fernando de Noronha, para chegar a uma praia deslumbrante como a do Sancho sem nenhum quiosque vendendo nem uma água é muito legal.
Sou do ponto de vista de que a praia se fosse azulejada, com água doce e ar condicionado não seria o paraíso, seria a cozinha do seu apartamento. O Rio está caríssimo, é verdade, mas Grumari é de graça, a Lapa é de graça, o Aterro é de graça, Copacabana, Ipanema, a pedra da Gávea, a Floresta da Tijuca, é tudo “de grátis”! Foz do Iguaçu deixa Niagara Falls no chinelo. Mas lá é que é legal, é nos States, né? As dunas móveis de Natal, o Pantanal, Bonito, a Chapada, a Amazônia...
O sonho de todo gringo é vir passar uma semana na floresta Amazônica. A maioria dos brasileiros acha floresta um programa de índio (mas adora passar 8 horas no trânsito pra ir ao Guarujá. Vai entender.). Temos dois dos melhores museus do mundo aqui no Brasil, um no Recife e outro em Minas. Inhotim é o maior museu a céu aberto de todos e das coisas mais impressionantes que eu já vi de artes plásticas, sonoras e visuais. Quando comento sobre ele, 95% das pessoas não têm ideia do que estou falando. Não vou nem entrar no quesito gastronomia para não humilhar qualquer país do planeta. Não estou falando tudo isso querendo dizer que ir ao Egito é bobagem, e que não vale a pena visitar Tóquio ou o Camboja. O que eu quero dizer é que, entre Barcelona e Roma, vale a pena descobrir o que é o Jalapão. Reserve dez dias do seu ano para viajar pelo Brasil. Você não vai se arrepender. Até porque, se é pra esbarrar com brasileiro nos Estados Unidos, esbarra com brasileiro por aqui mesmo, que tá tudo em casa!
(Fábio Porchat. Estadão Cultura. Em: 11/2014. Adaptado.)
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Alternativa correta: D - A experiência pessoal narrada pelo articulista sobre lugares interessantes para se viajar no país.
Tema central da questão: A questão está centrada na habilidade de interpretação de textos, especificamente na identificação do evento gerador da discussão no texto. O evento gerador é o ponto de partida ou a motivação que leva o autor a desenvolver suas ideias e argumentos ao longo do texto.
Justificativa para a alternativa correta: A alternativa D é correta porque o texto relata experiências pessoais do autor, Fábio Porchat, sobre como é interessante e gratificante viajar pelo Brasil. Ele compartilha suas opiniões e vivências, destacando locais que considera maravilhosos e que, muitas vezes, são ignorados pelos próprios brasileiros em favor de destinos internacionais.
Análise das alternativas incorretas:
A - A descoberta e os encantamentos da floresta Amazônica: Embora a Amazônia seja mencionada no texto como um destino interessante, ela não é o evento gerador da discussão. O foco do texto é mais amplo, tratando de viagens pelo Brasil em geral.
B - A possibilidade de compartilhar experiências e lugares de difícil acesso: Essa alternativa se refere a um ponto específico do texto, mas não é o evento gerador principal. O autor fala sobre dificuldades de acesso em alguns lugares, mas isso faz parte de um argumento mais amplo de valorização das viagens nacionais.
C - A oportunidade de viajar e conhecer o exterior como Tóquio, Camboja, Barcelona ou Roma: Esta alternativa contraria a ideia central do texto, que é justamente incentivar o conhecimento de destinos dentro do Brasil, em vez de priorizar viagens internacionais.
Estratégias para interpretar o texto: Ao abordar questões de interpretação, é importante identificar o objetivo do autor e o contexto em que ele apresenta suas ideias. Neste caso, Porchat utiliza sua experiência pessoal para destacar a beleza e a riqueza cultural do Brasil, incentivando os leitores a explorarem o próprio país.
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"Mas tem um lugar que o brasileiro não costuma ir muito, que é o melhor de todos: o Brasil. Existe algum prec0nceit0 bob0 na cabeça do brasileiro de que chique mesmo é ir pra Europa. Acho que chique mesmo é você conhecer o seu país de cab0 a rab0! Um dos argumentos é que viajar para fora é o mesmo preço de uma viagem para o Nordeste. Ué, e daí? Você pode se divertir muito mais no Nordeste, tenha certeza."
Gab: D
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