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Q2369251 Pedagogia
A historiografia dedicada à infância tem suas raízes no trabalho de Phillipe Ariès –“História social da criança e da família”, publicado em 1978. Esse autor é considerado o pioneiro no campo da história a trazer a infância como objeto de estudo, ao abordar sua concepção dentro do contexto da Idade Média e Moderna. Sobre a infância na idade média, analise as afirmativas a seguir.

I. A criança era representada pela iconografia na figura de crianças anjos, estabelecendo uma religião para as crianças.

II. A criança era vista como substituível, sua passagem pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante.

III. A criança era vista como um adulto em miniatura e, por isso, trabalhava nos mesmos locais, usava as mesmas roupas, era tratada da mesma forma que o adulto.

IV. As crianças são reconhecidas em suas particularidades, tem seu próprio quarto, alimentação considerada específica e adequada, ocupam um espaço maior no meio social.

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas

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A análise da infância pela perspectiva histórica ganhou destaque com Phillipe Ariès e seu trabalho "História social da criança e da família", publicado em 1978. Esse estudo inovador trouxe um olhar diferenciado para a infância durante a Idade Média e a Moderna. As características dessa época quanto à percepção da criança podem ser descritas conforme as afirmativas a seguir:

  • A representação iconográfica medieval frequentemente mostrava crianças com aparência angelical, embora isso não implicasse na existência de uma religião específica para elas.
  • A criança era muitas vezes percebida como uma entidade substituível. Devido à alta mortalidade infantil, sua presença era vista como efêmera e de pouca relevância para a família e a sociedade.
  • A criança era considerada como um adulto em miniatura, compartilhando com os adultos o trabalho, as vestimentas e o tratamento no cotidiano.
  • Não era comum o reconhecimento das particularidades infantis. Diferentemente dos tempos modernos, não havia a prática de dedicar ambientes ou rotinas específicas para as crianças, como quartos próprios ou alimentação especial.

Avaliando as afirmativas, percebe-se que as proposições II e III estão corretas, enquanto a I é parcialmente verdadeira e a IV não se aplica à Idade Média. Portanto, a resposta correta é a opção B - II e III, que identifica as assertivas corretas sobre a visão de criança naquela época histórica.

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Idade média

Na idade média a criança era vista como um adulto em miniatura, trabalhavam nos mesmos locais, usavam as mesmas roupas. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p.14). Por essa visão, foi um período onde a infância era caracterizada pela inexperiência, dependência e incapacidade pois não tinha as mesmas compreensões que um adulto. Por não haver distinções entre adulto e criança, cabia a elas aprender as tarefas do dia a dia, a trabalhar, ajudar os mais velhos nos serviços, e a passagem que tinham por sua família era muito breve, pouco depois que se passava o período de amamentação a criança já passava a fazer companhia aos adultos para que aprendesse a servir e trabalhar, eram criadas por outras famílias para que nesse novo ambiente aprendessem um oficio.

Renascimento

É no decorrer do século XVII que se da os primeiros passos para a separação do adulto e da criança, por meio da escolarização. Antes, por não haver a distinção entre idades, todos aprendiam da mesma maneira e sobre as mesmas temáticas. No fim deste século que pode-se notar as primeiras mudanças do conceito de infância. Um dos maiores contribuintes para tal mudança foi a igreja, que teve um papel fundamental ao associar a imagem das crianças com a de anjos, que refletiam inocência e pureza, sendo assim, Deus as favoreciam devido a sua singeleza e suavidade, que se aproxima da impecabilidade, impondo uma necessidade de amar as crianças e tornando a educação obrigatória, contrariando a indiferença existente a tanto tempo. A partir daí, a iconografia começou a ser demonstrada na figura de crianças , estabelecendo uma religião para as crianças (ARIÈS, 1981, p.14). O fim deste século foi considerado o marco na evolução dos sentimentos em relação a infância, onde começaram realmente falar na fragilidade da criança, nas suas peculiaridades e a se preocupar com a formação moral e construção da mesma.

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