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Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Câmara de Brusque - SC
Prova:
FURB - 2024 - Câmara de Brusque - SC - Agente Administrativo - Recepção |
Q3096298
Português
Texto associado
O machismo no futebol brasileiro
Quando se fala sobre o mundo da bola, a maior parte do
debate público se volta ao que acontece dentro das
quatro linhas. Gols, passes, dribles, defesas marcantes e
até erros de arbitragem ocupam o imaginário popular
com contornos de emoção. Nos últimos anos, porém,
chama a atenção a ainda limitada discussão sobre a
violência contra a mulher no esporte mais popular do
país — situação que já colocou atrás das grades
jogadores renomados com passagens pela Seleção
Brasileira, como Robinho e Daniel Alves.
Na Europa, veio à tona uma investigação do Ministério
Público da Suécia que, segundo a imprensa
internacional, pode envolver o nome do atacante Kylian
Mbappé, estrela do Real Madrid e da França, um dos
maiores craques da atualidade. Sua advogada garante a
inocência dele. Ainda na Espanha, circulou na imprensa
mundial, um "contrato de estupro acidental" que
jogadores têm apresentado a mulheres para evitar
denúncias de crimes do tipo, diante da alta de casos
recentemente. O documento, além de frágil
judicialmente, expõe a faceta mais cruel do machismo no
futebol. Os atletas invertem a lógica e querem, na
prática, ser tratados como uma parcela da sociedade
acima do bem e do mal.
Todo esse contexto se soma ao que se vê nas
arquibancadas mundo afora. Quem frequenta estádios
se depara com frequência com músicas machistas, que
objetificam a mulher para provocar um rival — sem
contar os olhares indesejados independentemente da
roupa usada. O cenário exige que os clubes e as
confederações tomem medidas duras para combater a
violência contra a mulher no futebol e, mais do que isso,
conscientizem seus atletas sobre eventuais crimes que
se tornaram recorrentes no noticiário esportivo.
Recentemente, Atlético, Cruzeiro e América marcaram
golaços ao divulgarem, entre seus funcionários, inclusive
os atletas, o protocolo Fale Agora, desenvolvido pela
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de
Minas Gerais (Sedese-MG) para trabalhar a questão com
os departamentos de psicologia e pedagogia dos três
principais clubes mineiros.
É papel dos clubes realizar medidas efetivas para reduzir
os casos de violência contra a mulher. Pouco adianta
aderir a campanhas educativas nos uniformes se, dentro
do vestiário, posturas machistas são aceitas sem
problematização. Ou se atletas são contratados mesmo
com denúncias de crimes contra mulheres. Não se trata
de caça às bruxas, mas é preciso prudência para que
aquele acusado só volte a ocupar uma posição de
destaque após a apuração completa do caso.
Parte desse combate também passa por maiores
investimentos no futebol feminino — parcela essa que também cabe ao torcedor cobrar efetivamente seus
dirigentes. Além disso, é preciso reconhecer a atribuição
que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem
nesse necessário combate. Sempre muito preocupada
com a Seleção Brasileira, a CBF fecha os olhos para
problemas recorrentes da modalidade no país — entre
eles, a violência contra a mulher e o machismo
abertamente vociferado com orgulho nas arquibancadas.
Um problema não só do esporte, mas também dele.
(Disponível em:
htpp://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/10/6965598-visao-d
o-correio-e-preciso-combater-o-machismo-no-futebol-brasileiro.html.
Acesso em: 16 out. 2024. Adaptado.)
Com relação ao texto "O machismo no futebol brasileiro",
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