Cecília Parra (1996), no capítulo intitulado Cálculo mental ...
Cecília Parra (1996), no capítulo intitulado Cálculo mental na escola primária, do livro Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas, apresenta algumas reflexões sobre as diferentes resoluções dos alunos para problemas.
Ela discute um problema semelhante ao que se segue:
Paulo ganhou 7 figurinhas. Agora tem 53 figurinhas.
Quantas figurinhas ele tinha antes?
Analise as quatro resoluções:
• Resolução 1: A criança reconhece de imediato que o problema envolve uma subtração (53 – 7) e obtém a diferença por meio de cálculo mental ou escrito.
• Resolução 2: A criança supõe o problema como se fosse uma adição em que não conhece uma das parcelas e busca completar a sentença ... + 7 = 53 (como se fosse uma equação), talvez por tentativa.
• Resolução 3: A criança desconta 7 de 53, utilizando os dedos como auxílio; é como se mentalmente retirasse uma a uma as figurinhas que foram adicionadas para encontrar a situação inicial (abaixa um dedo e pensa 52, abaixa outro dedo e pensa 51, e assim por diante, até baixar sete dedos).
• Resolução 4: A criança desenha 53 tracinhos, apaga ou risca 7 e faz a contagem dos restantes.
Analisando essas resoluções, segundo a perspectiva da
autora, é correto concluir que
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Gabarito: Alternativa E
Vamos entender por que a alternativa correta é a E e analisar as demais alternativas de maneira detalhada.
A alternativa correta é a E:
Essa alternativa afirma que a resolução correta de um problema, que do ponto de vista do professor é de subtração, não supõe a priori o domínio da subtração por parte das crianças. Esse conceito é fundamental na Didática da Matemática. Cecília Parra, em suas reflexões, enfatiza que as crianças podem utilizar diversas estratégias para resolver um problema matemático. Essas estratégias não necessariamente precisam coincidir com a operação matemática que o professor espera (neste caso, a subtração). O importante é que as crianças encontrem uma solução correta, independentemente do método escolhido.
Análise das alternativas incorretas:
A - Avaliar como correta apenas a resolução 1 é incorreto porque desconsidera outras estratégias válidas que as crianças podem usar. Cecília Parra argumenta que há várias formas de pensar e resolver problemas matemáticos, todas elas válidas se chegarem à resposta correta. Desconsiderar essas variações limita o reconhecimento das diferentes maneiras de aprender e entender a matemática.
B - Essa alternativa sugere que apenas as resoluções 1 e 2 são corretas, o que também é incorreto. A resolução 3 (descontar 7 de 53 utilizando os dedos) e a resolução 4 (desenhar 53 tracinhos e riscar 7) são métodos igualmente válidos. Todas essas resoluções mostram a capacidade da criança de pensar matematicamente, mesmo que não sigam o método tradicional.
C - Avaliar apenas as resoluções 1, 2 e 3 como corretas é uma abordagem que exclui a resolução 4, que também é uma estratégia válida. Cecília Parra destaca que métodos visuais ou táteis, como desenhar tracinhos, são fundamentais para o desenvolvimento do raciocínio matemático nas crianças.
D - Dizer que todas as crianças identificaram a subtração como a operação correta é incorreto. Como mostrado nas resoluções, nem todas as crianças abordam o problema diretamente como uma subtração. Algumas podem ver o problema como uma adição incompleta ou usar métodos visuais para resolver a questão.
Em resumo, a perspectiva de Cecília Parra valoriza a diversidade das estratégias de resolução de problemas matemáticos entre as crianças. Reconhecer essa diversidade é crucial para uma prática pedagógica inclusiva e eficaz.
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