Os estudos sobre a avaliação da educação básica no Brasil i...

Alternativa correta: E - I, II e III.

Vamos abordar cada uma das afirmativas para entender por que a alternativa E é a correta:

I. A primeira fase da avaliação educacional em larga escala no Brasil realmente tinha um caráter mais diagnóstico. Buscava-se entender o nível de aprendizado dos alunos e a qualidade da educação oferecida, sem que isso gerasse consequências imediatas para as escolas ou alterações curriculares. Era uma etapa de conhecimento e mapeamento.

II. Já na segunda fase, as avaliações começaram a ter mais visibilidade. Os resultados passaram a ser divulgados e utilizados pela sociedade. Os pais e outros membros da comunidade escolar poderiam utilizar essas informações para compreender o desempenho das escolas. Embora não houvesse ainda um sistema formal de recompensas ou sanções, esses resultados tinham impactos simbólicos importantes, pois influenciavam a percepção pública sobre a qualidade das escolas.

III. Na terceira fase, as avaliações passaram a ter um papel ainda mais ativo nas políticas educacionais. Os resultados se tornaram critérios para políticas de responsabilização (accountability), que podem incluir tanto sanções quanto recompensas para escolas e professores. Isso pode se refletir em formas de remuneração variável ou outros incentivos vinculados ao alcance de metas estabelecidas.

Portanto, a alternativa E está correta porque todas as afirmativas refletem adequadamente as diferentes fases da evolução das políticas de avaliação em larga escala no Brasil, desde o diagnóstico inicial até a responsabilização baseada em resultados.

No Brasil, avaliações de primeira geração são aquelas cuja finalidade é acompanhar a evolução da qualidade da educação. De um modo geral, essas avaliações divulgam seus resultados na Internet, para consulta pública, ou utilizam-se da mídia ou de outras formas de disseminação, sem que os resultados da avaliação sejam devolvidos para as escolas.

Avaliações de segunda geração, por sua vez, contemplam, além da divulgação pública, a devolução dos resultados para as escolas, sem estabelecer consequências materiais. Nesse caso, as consequências são simbólicas e decorrem da divulgação e da apropriação das informações sobre os resultados da escola pelos pais e pela sociedade. Esse tipo de mecanismo de responsabilização tem como pressuposto que o conhecimento dos resultados favorece a mobilização das equipes escolares para a melhoria da educação, bem como a pressão dos pais e da comunidade sobre a escola (ZAPONI; VALENÇA, 2009).

Avaliações de terceira geração são aquelas que referenciam políticas de responsabilização forte ou high stakes, contemplando sanções ou recompensas em decorrência dos resultados de alunos e escolas. Nesse caso, incluem-se experiências de responsabilização explicitadas em normas e que envolvem mecanismos de remuneração em função de metas estabelecidas (ZAPONI; VALENÇA, 2009).

Fonte: https://www.scielo.br/j/ep/a/rtQkYDSjky4mXG9TCrgRSqJ/?lang=pt