No que concerne às provas em geral, ao exame de corpo de del...

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Q3257594 Direito Processual Penal
No que concerne às provas em geral, ao exame de corpo de delito e às perícias no âmbito do processo criminal, julgue o item seguinte.  

No exame para o reconhecimento de um escrito por comparação de letra, é permitido ao perito utilizar manuscritos ou documentos particulares, desde que estes sejam reconhecidos pela pessoa a quem se atribua o escrito.
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A questão cobrou conhecimentos acerca das provas no Processo Penal.

Fundamentação legal:

O Código de Processo Penal, em seu art. 174, dispõe o seguinte:

Art.174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: (…) II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; Ou seja, o perito pode utilizar documentos particulares escritos anteriormente pelo acusado, desde que esses documentos sejam reconhecidos como autênticos pela própria pessoa a quem se atribui o escrito.

Conclusão:

  • O reconhecimento de escrita pode ocorrer por comparação com documentos particulares;
  • É necessário que tais documentos sejam reconhecidos pelo suposto autor, garantindo a idoneidade da comparação;
  • A redação do item está em total conformidade com o art. 174, II, do CPP.
Gabarito: CERTO


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Art. 174 - CPP

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

Para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida

No meu entender, o gabarito dessa questão deve ser modificado para ERRADO, visto que o texto legal também permite que a comparação seja feita por meio de documentos nos quais não houver dúvida que são da pessoa, independente de consentimento desta. Confira-se:

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

Como explica Renato Brasileiro: "o acusado não está obrigado a fornecer material para exame grafotécnico: no exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, pode ser necessário que a pessoa a quem se atribui o escrito forneça material de seu punho subscritor para que sirva de parâmetro para a comparação. Nesse caso, como a realização do exame demanda um comportamento ativo do acusado, a tanto não se pode compeli-lo. [...] Caso a pessoa se recuse a fornecer material de seu punho subscritor, nada impede que a autoridade judiciária determine a apreensão de papéis e documentos que possam suprir o fornecimento do referido material. Afinal, conforme disposto no art. 174, II e III, do CPP, para a comparação de escritos, podem servir quaisquer documentos judicialmente reconhecidos como emanados do punho do investigado ou sobre cuja autenticidade não haja dúvida. Portanto, o fato de o acusado se recusar a fornecer o material não afasta a possibilidade de se obter documentos por ele subscritos".

A expressão "desde que" do enunciado limita a resposta. Não se trata de um texto aberto, o que permitiria o atual gabarito, mas o enunciado é restritivo.

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

A meu ver o gabarito está incorreto. O uso do termo "desde que" cria uma limitação que não existe na lei de forma tão restritiva. A lei permite uma gama mais ampla de possibilidades para os documentos que podem ser usados na comparação. Portanto, não concordo com o gabarito.

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