“Por gerações, o brasileiro se acostumou a ver o seu país, s...

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Q619798 Português
 A conquista do Brasil

   Por gerações, o brasileiro se acostumou a ver o seu país, sua história e sua cultura como exemplos de paz e confraternização sem paralelo entre as nações. A imagem do brasileiro como um povo cordial que aceita melhor a miscigenação e é mais tolerante com as diferenças sociais e políticas, num país conciliador, que não se envolve em guerras e se mantém neutro diante de conflitos, se sobrepõe como traço cultural, sem grandes traumas nem contestações.

    Os brasileiros se orgulham de pensar que o Brasil não precisou de uma guerra com a que separou os Estados Unidos da Inglaterra, nem passou por conflitos internos sangrentos como a Secessão. Manteve-se afastado das conflagrações, a começar pelas duas guerras mundiais que marcaram a primeira metade do século XX – na segunda delas, meio pró-forma, enviou expedicionários à Itália, numa fase em que o conflito já se encaminhava para o fim. O país manteve-se neutro na maioria dos grandes conflitos passados, recentes e contemporâneos. E saiu pacificamente de uma ditadura militar de 21 anos, em 1985, com o restabelecimento do governo civil e, depois, da democracia.

    Ao construir um modelo de concórdia, que combina com a fachada do povo pobre, mas alegre, que se expressa pelo carnaval, o samba e o futebol, o Brasil esqueceu muita coisa. Foi o último país do mundo a abolir a escravidão, em 13 de maio de 1888. Um dos seus maiores heróis nacionais, Tiradentes, foi esquartejado. O Brasil dizimou a população masculina de um país vizinho na Guerra do Paraguai. Deixou uma esteira de mortos nos porões do regime militar, que pela via do golpe havia derrubado em 1964 o presidente João Goulart.

    Aliviaram-se tensões sociais latentes e sepultou-se o passado beligerante sobre o qual foi construída uma nação homogênea, mesmo em meio a tanta diversidade. O Brasil acomodou-se à versão oficial de sua história, em que foram escondidas as rupturas, as questões sociais e os fatos que não interessam tanto a sua autoimagem dentro do mundo civilizado.

(Thales Guaracy)
Por gerações, o brasileiro se acostumou a ver o seu país, sua história e sua cultura como exemplos de paz e confraternização sem paralelo entre as nações".

Assinale a opção que indica o conector destacado que tem seu valor semântico corretamente indicado. 
Alternativas

Comentários

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Pessoal, não consegui identificar o sentido comparativo. Alguém poderia explicar ?

Substitua o "como" por "como se fosse" e você verá o valor comparativo.

"sua história e sua cultura como exemplos de paz e confraternização"

Parece-me que na questão, os termos a "história" e a "cultura" do brasileiro são elevados ao mesmo nível dos "exemplos de paz e confraternização" para que então fosse possível fazer a comparação entre os dois lados: história e cultura x exemplos de paz e confraternização.

Como na frase: "Eu vejo você como um Deus". Percebam que "você" é igualado a "Deus" para então comparar os dois termos. Como já dito acima, pensar na expressão "como se fosse" pode ajudar na percepção do sentido comparativo. 

Espero ter ajudado!

Ahhhh...essa FGV... Um dia ainda vou te entender :/

a) Por / tempo (preposição designativa de tempo. É possível substituir pode DURANTE)

b) A / ---------- (preposição relacional, pois está sendo empregada como uma exigência gramatical na função sintática de objeto indireto. A preposição relacional não acrescenta sentido ao termo)

c) Como / comparação (OK) 

d) Sem / ausência (traz a ideia de inexistência de paralelos)

e) Entre / reciprocidade (a paz e a confraternização não tem nada em comum com outras nações, não tem reciprocidade com outras nações)

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