Nas considerações de Sandel, o dinheiro

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Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2013 - TJ-SP - Contador |
Q395820 Português
                                A ética da fila

        SÃO PAULO - Escritórios da avenida Faria Lima, em São Paulo, estão contratando flanelinhas para estacionar os carros de seus profissionais nas ruas das imediações. O custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento regular. Imaginando que os guardadores não violem nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços seria o equivalente de pagar alguém para ficar na fila em seu lugar. Isso é ético?
        Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim.
        Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições.
        Diferentes bens são repartidos segundo diferentes regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas.
        Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. Para começar, os argumentos de Sandel também recomendam a proibição da prostituição e da barriga de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que exige a criação de uma espécie de moral oficial - e isso é para lá de problemático.

                                                (Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de S.Paulo, 28.04.2013)


Nas considerações de Sandel, o dinheiro
Alternativas

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Gab.: (D)

Resposta entre as linhas 12 à 14.

Comentário.

 A questão baseia-se nos seguintes trechos do texto.

“Para o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições

 “ O problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas.

Através dos grifos percebe-se que Sandel (professor de Harvard) considera que o dinheiro acaba corrompendo as instituições e acarretará em uma acentuação nas diferenças sociais entre ricos e pobres.

 

a) cria caminhos alternativos para ações eficientes, minimizando as diferenças sociais e resguardando as instituições. (Errado, pois o dinheiro irá aumentar as diferenças sociais e corromper as instituições)

 

b) anda por diversos caminhos para ser eficiente, rechaçando as diferenças sociais e preservando as instituições. (Errado, pois o dinheiro irá aumentar as diferenças sociais e corromper as instituições, rechaçar significar diminuir, recuar, opor )

 

c) está na base dos caminhos eficientes, visando combater as diferenças sociais e a corrupção das instituições. (Errado, segundo o autor o dinheiro é eficiente, porém irá aumentar as diferenças sociais e a corromper as instituições)

 

d) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as desigualdades sociais e corrompe as instituições. (Correto).

 

e) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois deixa de lado as desigualdades sociais e a corrupção das instituições. (Errado, segundo o autor o dinheiro é eficiente, porém irá aumentar as diferenças sociais e a corromper as instituições)

 

Gabarito: “D”

Assertiva D

é eficiente e abre caminhos, mas reforça as desigualdades sociais e corrompe as instituições.

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