Com base no texto 'INSTAGRAM', leia as afirmativas a seguir:...

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INSTAGRAM


Por Carol Sandler

Publicado em 10 de dezembro de 2019


Imagine um mundo em que você seria remunerado para navegar no seu feed do Instagram ou fazer uma pesquisa no Google.


Parece delírio, não? Mas existe fundamento para esta visão – e ela poderia ser a chave para criar a polêmica renda básica universal.


O conceito se chama “individual data ownership”, ou privacidade individual de dados e eu o conheci no TEDWomen de 2019, realizado na Califórnia. O evento é uma mostra de todo o talento e criatividade das mulheres.


Em sua palestra, a especialista em inteligência artificial Jennifer Zhu Scott trouxe a importância dos dados que produzimos diariamente.


Ao desbloquear o seu smartphone, você já começa a produzir dados. As músicas que você escuta, as séries que assiste, os passos que dá, os lugares que frequenta… tudo vira bits para a coleção das informações que gigantes da tecnologia têm sobre nós.


Duvida? Então veja todas as informações que o Google tem sobre você. Existe uma função que nos permite ver todos os dados que a gigante dos buscadores tem armazenadas sobre cada um de nós.


Esses dados valem bilhões – que o diga o Facebook, por exemplo, que faturou US$ 17 bilhões no terceiro trimestre de 2019. A rede social utiliza as informações que postamos para vender anúncios personalizados.


Mas apesar de produzirmos estes dados todos, não somos remunerados por eles. E existe um movimento que deseja rever isto.


Scott, que também é investidora em startups, criou um movimento para que nós sejamos recompensados pelos dados que geramos diariamente. “Trata-se de um novo modelo econômico, que empodera não apenas as empresas, mas também os indivíduos”, disse ela no palco do TEDWomen.


Já existem iniciativas deste gênero em funcionamento. A Delphia, uma fintech canadense, permite que pessoas invistam na bolsa de valores usando apenas os seus dados como “dinheiro”.


Os usuários conectam as suas informações pessoais ao sistema e respondem a questionários diários sobre seu comportamento para a empresa analisar – em troca, recebem comissões e podem usar estes recursos para investir em ações.


Na China, milhões de empreendedores oferecem suas informações pessoais para conseguir acesso a uma linha de microcrédito como a Dumiao.


Existem apps que permitem a doação de dados para ajudar pesquisas médicas e científicas. Outros para remunerar usuários que assistem a anúncios com o acesso a paywalls de portais de notícias. Nos EUA, já existem marketplaces que garantem a venda segura dos dados individuais, como o Wibson.


Então surge a pergunta inevitável: quanto valem as nossas informações pessoais?


Muita gente pode se sentir desconfortável com a noção de vender seus dados. No entanto, damos essas informações de graça para empresas bilionárias.


Zhu Scott estima que cada um de nós produz algo entre US$ 1 mil e US$ 2 mil anualmente em dados e informações pessoais – e, se fôssemos remunerados, poderíamos resolver a questão da renda básica universal.


Essa ideia polêmica vem sendo implementada e discutida em diversos países europeus, ainda sem consenso. A privacidade individual de dados poderia ser a resposta.


Depois de assistir à fala de Zhu Scott, ficou claro como boa parte do debate global sobre privacidade é, no fundo, uma questão econômica que interessa a todos que acessam a internet.


Está na hora de acompanharmos o debate e ficarmos de olho nas soluções que devem surgir. Nosso bolso agradece.

Adaptado. Fonte: http://bit.ly/2S2fshT. 

Com base no texto 'INSTAGRAM', leia as afirmativas a seguir:


I. É possível subentender-se a partir do texto que o Google tem informações armazenadas sobre seus usuários, e que essas informações valem bilhões. Como exemplo, o texto cita o caso do Facebook, que faturou US$ 17 bilhões no terceiro trimestre de 2019.

II. No texto, é possível identificar a ideia de que existe um movimento para que os usuários sejam recompensados pelos dados que geram diariamente. Trata-se de um novo modelo econômico, que empodera não apenas as empresas, mas também os indivíduos.

III. A autora afirma que existem apps que permitem a doação de dados para ajudar pesquisas médicas e científicas. Outros apps permitem remunerar usuários que assistem a anúncios com o acesso a paywalls de portais de notícias.


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