Modelos de administração pública compreendem um conjunto de ...

"A burocracia brasileira, no entanto, não se desenvolveu de forma unânime. Núcleos ótimos coexistiram com práticas clientelistas. Para Luciano Martins (1995), os altos escalões da Administração Pública seguiram essas normas e tornaram-se a melhor burocracia estatal da América Latina; os escalões inferiores foram deixados ao critério clientelista de recrutamento de pessoal por indicação e à manipulação populista dos recursos públicos."

Ou seja, a alternativa I justifica a II, isto é, devido à coexistência dos três modelos (tradicional, burocrático e gerencial), nunca um modelo é plenamente aplicado.

As três afirmativas estão corretas:

**I. Embora haja predominância de determinado modelo no curso histórico da Administração Pública, os três modelos coexistem.**

Justificativa:

Essa afirmativa está correta porque, ao longo da história, os modelos de administração pública — patrimonialista, burocrático e gerencial — surgiram e se desenvolveram em diferentes contextos, mas nenhum deles substituiu completamente o anterior. Mesmo que haja um modelo predominante em determinado período histórico, os outros modelos continuam a coexistir em maior ou menor grau. No Brasil, por exemplo, embora o modelo gerencial tenha sido adotado a partir da Reforma Administrativa de 1995, ainda existem traços do modelo burocrático e do modelo patrimonialista nas práticas administrativas.

**II. O modelo burocrático não foi plenamente implementado no Brasil.**

Justificativa:

O modelo burocrático, conforme idealizado por Max Weber, envolve uma administração baseada em normas impessoais, carreiras profissionais estáveis, divisão de tarefas e meritocracia. No Brasil, embora a administração pública tenha adotado elementos do modelo burocrático, como concursos públicos e a formalização de processos administrativos, o modelo não foi implementado em sua totalidade. Problemas como o apadrinhamento político, a ineficiência e a corrupção indicam que a burocracia, em seu ideal weberiano, não foi plenamente concretizada no país.

**III. Exemplo de manutenção do modelo patrimonialista é o corporativismo, que se torna evidente nos momentos de ameaça aos setores dominantes.**

Justificativa:

O modelo patrimonialista é caracterizado pela confusão entre o público e o privado, onde o Estado é visto como propriedade do governante ou de um grupo dominante. O corporativismo, que envolve a defesa de interesses de grupos específicos (como categorias profissionais ou setores econômicos), pode ser visto como uma manifestação moderna do patrimonialismo. Isso ocorre porque, em momentos de ameaça, esses grupos tendem a proteger seus privilégios e influências no Estado, resistindo a mudanças que poderiam democratizar ou racionalizar a administração pública. Esses comportamentos refletem a persistência de práticas patrimonialistas na administração pública brasileira.

Fonte: IA

Na dúvida, a primeira ratifica a segunda. Explico, se modelo burocrático coexistiu com o patrimonialismo, não há como ele ter sido implantado plenamente.

GAB E

• Embora um modelo possa predominar em determinado período histórico, é comum que diferentes modelos de administração pública coexistam, especialmente em países com sistemas complexos e diversas esferas de governo.
• No Brasil, o modelo burocrático, apesar de ser adotado oficialmente, não foi plenamente implementado. Diversos fatores, como a influência de práticas patrimonialistas e a falta de profissionalização em algumas áreas, impediram sua total aplicação.
• O corporativismo é um exemplo de manutenção do modelo patrimonialista, pois reflete a defesa de interesses particulares e setoriais, muitas vezes em detrimento do interesse público, especialmente em momentos de ameaça aos grupos dominantes.

Assim, todas as afirmativas estão corretas.

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Ué... o corporativismo não é um resquício da Burocracia?

Integra os grupos de pressão ao Estado, através de entidades singulares, compulsórias, não competitivas, hierarquicamente ordenadas e funcionalmente diferenciadas, reconhecidas ou licenciadas (quando não criadas) pelo próprio Estado, às quais é concedido monopólio de representação dentro da sua categoria em troca da observância de certos controles na seleção de seus líderes e na articulação de demandas e suporte (como sindicatos e entidades de classe).

Reduz as forças do modelo representativo democrático ao controlar as forças que ameaçam o status quo do Estado, gerando aumento de governabilidade ao governo de ocasião.

Se alguém puder comentar, agradeço!