O debate sobre a formação ética de crianças e jovens no cam...
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Gabarito comentado
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Alternativa correta: E
No debate sobre a formação ética no ambiente escolar, é fundamental considerar o contexto sociocultural em que os estudantes estão inseridos. A questão aborda a necessidade de uma educação para a cidadania que contribua para a formação de indivíduos críticos, reflexivos e capazes de transformar a realidade social. Neste contexto, torna-se imperativo que a escola seja um espaço onde a diversidade cultural e as diferenças individuais sejam respeitadas e valorizadas.
Para resolver a questão, é necessário conhecer as diferentes perspectivas pedagógicas e como elas se relacionam com a formação ética e cidadã. A alternativa E está correta porque reflete os princípios estabelecidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que enfatizam a importância de respeitar a diversidade cultural e promover a tolerância. Os PCNs defendem que a educação deve considerar as diferenças culturais e situá-las em seus contextos histórico-sociais, sem negligenciar a dimensão das desigualdades sociais que permeiam a sociedade.
O respeito à diversidade cultural é um pilar fundamental para formar cidadãos éticos e conscientes de seu papel na sociedade. Assim, ao invés de se concentrar em abordagens que veem os alunos como receptáculos vazios a serem moldados ('tábua rasa'), ou que atribuem ao professor um papel unilateral de corretor dos 'conhecimentos errôneos', a abordagem correta destaca a necessidade de um ambiente educacional inclusivo e consciente das realidades sociais.
Portanto, a resposta correta é a que considera essas nuances e aponta para um modelo educacional que valoriza a diversidade e promove um ensino que seja significativo e relevante para todos os estudantes, independente de suas origens culturais ou sociais.
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No respeito à diversidade cultural e na tolerância em relação ao outro, como já prescreveram os Parâmetros Curriculares Nacionais, em cujo discurso defende-se a aceitação individual das diferenças culturais, sem deixar de situá-las em seus devidos contextos histórico-sociais e enfatizando-se a dimensão das desigualdades sociais.
Gabarito: E
Partidário das teorias do conhecimento de base empirista, Comênio vislumbrava a possibilidade de moldar desde cedo a tábua rasa que para ele era a mente humana, defendendo, por conseguinte, o início da educação escolar nos primeiros anos da infância. Trabalhando sobre uma "cera" ainda não enrijecida pelos vícios e pelos anos e, além disso, tendo ao seu dispor os métodos de ensino adequados, o professor poderia imprimir nos intelectos os conhecimentos desejáveis, tal como o tipógrafo imprime letras no papel.
A metáfora comeniana, insustentável perante os saberes que mais tarde foram construídos acerca da psique humana, sofre, entretanto, apenas uma readequação em tempos posteriores: de folha de papel em branco, a mente do aluno passa a ser vista como "folha de papel suja", na qual se acham impressos conhecimentos errôneos. Ao professor cabe, então, apagar ou limpar as concepções prévias (misconceptions) e inserir o que é "correto", os conteúdos das disciplinas escolares (Mazzotti & Oliveira, 2000, p.13).
A crítica às concepções pedagógicas que vêem o professor como modelador do intelecto e do caráter do aluno é feita pelo pensamento escolanovista, o qual tem por perspectiva promover uma verdadeira revolução copernicana na escola. Situado como centro, como Sol do processo educativo, o professor é investido de poder e de saber quase absolutos, enquanto para os alunos são reservadas posições periféricas, de astros sem luz que gravitam em torno do mestre, recebendo ensinamentos de forma passiva. Mas a quem efetivamente serve a escola?
Dewey e seus seguidores respondem que os papéis estão invertidos, ou seja, a centralidade deve caber ao aluno, o que significa dizer: os interesses e inclinações discentes constituem o foco principal do trabalho pedagógico. Mas de nada adianta propor uma nova "astronomia" escolar se os métodos tradicionais de ensino - centrados na exposição verbal e na cópia - não forem substituídos por métodos novos, ativos, que permitam aprender com as coisas, manipulando-as, e não por meio de suas representações congeladas nos livros didáticos ou no quadro-negro. Por outro lado, a disciplina não pode existir como algo imposto; precisa ser conquistada no ambiente escolar por meio de relações transparentes em que as responsabilidades de todos sejam discutidas e aceitas de boa vontade.
A proposta apresentada nos PCNs busca ser uma saída baseada no respeito à diversidade cultural e na tolerância em relação ao outro. [...] Canen (op. cit., p. 489) salienta que o tom predominante no discurso dos PCNs é o da aceitação individual das diferenças culturais, não sendo enfatizada a dimensão das desigualdades sociais.
Fonte: OLIVEIRA, Renato José de. Ética na escola: (re)acendendo uma polêmica. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302001000300012&lng=en&nrm=iso)
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