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Q1106773 Pedagogia
Leia os textos a seguir.
TEXTO I
No Brasil, intolerância religiosa nega e tenta inibir cultura mestiça Discriminação e ataques recaem, principalmente, sobre religiões de ancestralidade africana.
O cientista social e psicólogo Rafael Oliveira Soares, doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisador das populações afro-brasileiras, destaca que é um movimento comum no convívio entre culturas as migrações de pessoas entre grupos, religiosos ou não, gerando novas visões e expressões de sua fé. Porém, práticas religiosas fundamentalistas imporiam, pelo medo ou pela lógica de resultados, que há migrações incompatíveis, negando a cultura. Isto deságua, primordialmente, em religiões nascidas da mescla com elementos da África. De acordo com Rafael, aos embates de contexto religioso, associam-se o racismo e o preconceito, que figurariam como “instrumentos sociais de segregação de toda a sorte, especialmente da contínua redução das religiosidades dos negros e de suas herdeiras em ações do mal, ‘negras’ na magia, nas intenções e na fé”.
Nesse cenário, o Estado reconhece, de fato, a diversidade religiosa do país, mas não de direito. Uma discrepância no respeito às religiões prossegue em espaços e instituições que, ao contrário, deveriam zelar pela pluralidade de religiões e garantir sua proteção por meio de políticas públicas de diversos aspectos. Para Rafael, o Estado não admite, oficialmente, dialogar e estabelecer relações formais com religiões de ancestralidade africana. Disponível em: <http://www.redebrasilatual.com.br/>  (Adaptação).
TEXTO II
O contexto de terrorismo e de guerra que estamos vivendo nos inícios do século XXI faz circular como moeda corrente o termo fundamentalismo. Esta palavra se tornou chave explicativa e interpretativa de ações terroristas que ocorreram em diferentes regiões do mundo (...) O Fundamentalismo não é uma doutrina, mas uma forma de interpretar e viver a doutrina, é assumir a letra das doutrinas e normas sem cuidar de seu espírito e de sua inserção no processo sempre cambiante da história, postura que exige contínuas interpretações e atualizações. (BOFF, Leonardo. Fundamentalismo, terrorismo, religião e paz. Desafios para o século XXI. Petrópolis: Vozes, 2009.)
A partir da análise dos textos e dos conhecimentos sobre o fenômeno do Fundamentalismo, analise as afirmações a seguir:
I. Ainda hoje há dentro do Cristianismo setores que prolongam, embora de forma sutil, o antigo fundamentalismo, disfarçado sob os nomes de restauração e de integrismo, demonizando outras manifestações religiosas distintas dessa. II. O fundamentalismo neopentecostal baseia-se no literalismo e opunha-se às interpretações dos métodos histórico-críticos e hermenêuticos para interpretar textos bíblicos. III. Aqueles que tomam o Alcorão como a revelação enlivrada (feito livro) e tentam aplicá-la em todos os campos da vida, no sagrado e no profano, na sociedade e na organização do Estado, tendem a transformar o Islamismo em uma religião fundamentalista. IV. A postura fundamentalista não aparece apenas na religião. Todos os sistemas que se apresentam como portadores exclusivos de verdade e de solução única para os problemas se inscrevem dentro daquilo que chamamos de fundamentalismo.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
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