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Q2562603 Pedagogia
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Todas as sugestões feitas nos textos anteriores só farão sentido se os professores estiverem convencidos — ou puderem ser convencidos — de que o domínio efetivo e ativo de uma língua dispensa o domínio de uma metalinguagem técnica. Em outras palavras, se ficar claro que conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por um lado, e que, por outro lado, é perfeitamente possível saber muito “sobre” uma língua sem saber dizer uma frase nessa língua em situações reais.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras, 1996, p. 53-54.

Partindo da citação de Possenti, Marcos Bagno (1999) afirma, em seu livro O Preconceito Linguístico, que
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: A

A questão aborda um tema profundamente discutido na área da educação e linguística: a relação entre o ensino da língua e o ensino da gramática. O texto de Sírio Possenti apresentado na questão sugere que o domínio efetivo de uma língua não depende necessariamente do conhecimento técnico de sua gramática. Esse é um ponto central na argumentação de Marcos Bagno em seu livro "O Preconceito Linguístico".

Vamos analisar cada alternativa e justificar por que a alternativa A é a correta.

A - “devemos superar uma situação absurda de prosseguir na reprodução dos velhos vícios gramatiqueiros simplesmente porque haverá uma cobrança futura ao aluno.”

Esta alternativa está correta porque reflete o ponto de vista crítico de Bagno sobre o ensino tradicional da gramática, que muitas vezes se baseia em regras e normas que não correspondem ao uso real da língua. Bagno argumenta que é preciso questionar e superar esses "velhos vícios gramatiqueiros" para que o ensino da língua seja mais eficaz e significativo para os alunos, indo além da simples preparação para exames futuros.

B - “devemos sempre prezar pelo ensino tradicional da norma culta. Apesar de ela se distanciar da língua que falamos, sempre será utilizada para resolver problemas.”

Esta alternativa está incorreta porque vai contra a crítica de Bagno ao ensino tradicional da norma culta. Bagno não defende o ensino tradicional da gramática como uma solução, mas, ao contrário, critica essa abordagem por não refletir a realidade do uso da língua pelos falantes.

C - “podemos estudar gramática de qualquer maneira. O importante é somente buscar falar corretamente.”

Esta alternativa é incorreta porque simplifica a questão de maneira superficial. Bagno e Possenti argumentam que o ensino da gramática deve ter um propósito claro e que o simples fato de "falar corretamente" não é suficiente. É importante que o ensino seja contextualizado e significativo.

D - “cometemos erros ao falar nossa própria língua materna, assim como cometemos erros ao andar ou ao respirar.”

Embora esta alternativa tenha um fundo de verdade ao reconhecer que o erro é parte natural do processo de aprendizado e uso da língua, ela não capta a essência da argumentação de Bagno sobre a necessidade de superar a abordagem tradicional do ensino gramatical.

E - “estudamos gramática de maneira correta porque temos acesso à norma culta dentro de nossas casas.”

Esta alternativa está incorreta porque assume que o acesso à norma culta é universal, o que não é verdade. Muitos alunos não têm esse acesso em casa, e é justamente essa desigualdade que Bagno critica. Ele defende que o ensino da língua deve ser inclusivo e refletir a diversidade linguística dos alunos.

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