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Q2368585 Português
Recordar é viver; dar e receber é uma troca virtuosa. Por que os idosos não podem falar?


             Ela foi condecorada na Bélgica como heroína na guerra contra o nazismo. Lutou em todas as frentes, desde a espionagem até em combates armados, sempre destacando-se entre os seus pares. Presa pelos nazistas, saltou do segundo andar da prisão para alcançar a liberdade. Na queda quebrou uma perna, o que não impediu a sua fuga.

              A sra. Glaz tinha a motivação dos judeus, era judia, na luta contra o nazismo. Ela era uma figura marcante. Nas reuniões dominava a conversação com os detalhes da sua vida heroica. Tornou-se uma personalidade. Onde quer que estivesse terminava como o centro das atenções e da admiração.

          Evidentemente, a sua história, de tão repetida, foi perdendo interessados. Ela sentiu a perda da posição de destaque. Já que não tinha outra história, senão aquela, para ter ouvintes deveria mudar de ambiente. Foi o que fez. Descobriu nos cruzeiros marítimos um novo público. Cada nova troca de passageiros a colocava novamente em evidência. Era o que na sua idade avançada dava-lhe motivação para viver. Mantinha viva a sua história de heroína trocando os ouvintes. Assim passou a viver de cruzeiro em cruzeiro ganhando a admiração com o seu desempenho na guerra.

               A nossa heroína não diverge da totalidade das pessoas. Todos, jovens e idosos, têm narrativas que desejam partilhar. Os jovens têm no celular o seu instrumento de contatos. Eles se satisfazem com o uso da internet e pelo fato de estarem construindo histórias de novas descobertas e conquistas. Nunca estão isolados do mundo. Já os idosos só têm uma história e a repetem a cada oportunidade. É o que eles têm. Acontece que os seus circundantes demonstram, com frequência, desinteresse pelo caso repetido, o que afeta o seu ânimo.

            O ser humano certamente desenvolveu a capacidade de comunicar-se para suprir uma carência. Somos seres gregários. A nossa sobrevivência depende das trocas que fazemos com nossos semelhantes. A solidão é mortal. Recordar é viver. Dar e receber é uma troca virtuosa. E é contando e recontando as nossas experiências que damos significado ao nosso viver.

             Não basta estar na multidão se não houver o que ouvir ou que falar. O isolamento é um sentimento que vem da ausência de comunicação. Sentimento que atinge fortemente aqueles poucos que atingem uma idade avançada. Como nem todos têm condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade e paciência dos outros é uma aposta perdida.

           Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez. E as reações são as mesmas, dizem: “Contam as mesmas histórias a cada novo contato”. A razão é que isto é o que elas têm e é o que preenche as suas necessidades de colocar em comum o que é seu. Poucos realizam esse ímpeto de comunicação, esse “dar de si” embute uma dose de generosidade.


(Jorge Wilson Simeira Jacob. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/. Acesso em: 06/12/2023.)
Observe as palavras sublinhadas em: “Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez.” (7º§). As palavras sublinhadas são classificadas gramaticalmente como
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: D - pronome indefinido; substantivo; substantivo.

Querido aluno, vamos entender por que a alternativa D é a correta e analisar as demais alternativas de forma detalhada.

A questão pede para classificar as palavras sublinhadas em uma frase específica. Vamos analisá-las uma a uma:

Ninguém: Trata-se de um pronome indefinido. Os pronomes indefinidos referem-se de modo impreciso a um ser ou a uma quantidade. "Ninguém" indica uma pessoa não específica e, portanto, é um pronome indefinido.

Prazer: Este é um substantivo. Substantivos são palavras que nomeiam seres, coisas, lugares, ideias, sentimentos, entre outros. "Prazer" é um sentimento, sendo assim, classifica-se como substantivo.

Mesmo: Apesar de poder ter várias classificações dependendo do contexto, nesta frase ele é um substantivo. Isso pode causar confusão, mas neste caso, "mesmo" funciona como um substantivo, representando "a mesma coisa" ou "a mesma situação".

Assim, a correta classificação das palavras sublinhadas é exatamente a que está na alternativa D.

Justificativa das alternativas incorretas:

A - Artigo indefinido; verbo; adjetivo: Esta alternativa está incorreta porque "ninguém" não é um artigo indefinido, e "prazer" não é um verbo, e "mesmo" não é um adjetivo neste contexto.

B - Pronome indefinido; substantivo; adjetivo: Esta alternativa falha ao classificar "mesmo" como adjetivo. Embora "mesmo" possa ser um adjetivo em outros contextos, nesta frase ele é um substantivo.

C - Artigo indefinido; substantivo; substantivo: Esta alternativa está incorreta porque "ninguém" não é um artigo indefinido. É um pronome indefinido.

Espero que essa explicação tenha esclarecido bem o tema. Compreender a função das palavras no contexto é essencial para interpretá-las corretamente. Continue praticando que você chegará lá!

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Comentários

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artigo indefinidos; um, uma, uns umas.

artigo definidos; o, a, os ,as

D

Pronomes indefinidos são usados para se referir de maneira imprecisa à 3ª pessoa no enunciado. Os pronomes indefinidos podem exercer função de adjetivo ou de substantivo no enunciado. Também existem locuções pronominais com valor de pronome indefinido.

Variáveis: algum, nenhum, qualquer, certo, outro, muito, pouco, vários, bastante, todos

Invariáveis: algo, nada, tudo, cada, ninguém

LETRA D

“Mesmo” é uma palavra que pode desempenhar diferentes funções em uma frase.

1)    Como pronome demonstrativo“mesmo” é normalmente empregado como partícula de reforço, com o sentido de “próprio”, podendo variar em gênero e número, de acordo com o pronome ou substantivo a que se refere.

2)    Por vezes, “mesmo” tem a função de advérbio, com o sentido de “até”, de “de fato”, ”realmente”, ou, ainda, “justamente”. Nesse caso, permanece invariável (isso porque advérbio é uma classe de palavra que não varia).

3)    A palavra “mesmo” pode, também, ser classificada como substantivo, com o significado de “coisa igual”.

https://www.trf3.jus.br/emag/emagconecta/conexaoemag-lingua-portuguesa/emprego-da-palavra-mesmo#:~:text=3)%20A%20palavra%20%E2%80%9Cmesmo%E2%80%9D,que%20tentar%20convencer%20uma%20parede.%E2%80%9D

Ninguém comentou por que a palavra "PRAZER" é considerada um substantivo na oração!

Então, vamos lá:

Na frase "Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez", "prazer" é considerado um substantivo porque é utilizado para nomear uma sensação ou estado emocional específico, que é a sensação de contentamento, satisfação ou alegria ao fazer algo. Nesse contexto, "prazer" é tratado como um substantivo que descreve uma emoção ou estado mental.

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