A conjunção “e” apresenta, primariamente, valor aditivo. Den...
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Ano: 2024
Banca:
FGV
Órgão:
TJ-MS
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Q2489691
Português
Texto associado
Texto – A bananeira está em perigo. Conheça as soluções.
(Fragmento; adaptado)
Robusta, nutritiva e abundante, ela é a fruta mais consumida do
mundo. Mas também tem um ponto fraco: as bananeiras são
geneticamente idênticas, clones umas das outras. Isso significa
que uma doença poderia arrasar a produção mundial. Entenda o
que ameaça a banana – e a corrida para tentar salvá-la.
Por Bruno Garattoni, Renata Cardoso e Leonardo Pujol
§1º Carlos II, rei da Espanha entre 1665 e 1700, também era
conhecido como Carlos, o Enfeitiçado. O apelido veio da
aparência dele, que tinha o rosto estranhamente deformado, do
seu déficit cognitivo (só começou a falar aos 4 anos de idade) e
dos muitos problemas de saúde que enfrentou ao longo da vida.
§2º A bananeira é o oposto disso. Trata-se de uma planta robusta
e viçosa, que cresce rápido e dá muitos frutos: a banana é a fruta
mais consumida do mundo, com 125 milhões de toneladas
produzidas por ano [...].
§3º Carlos II foi o resultado de uma série de casamentos
consanguíneos, em que os membros da dinastia Habsburgo
tiveram filhos entre si ao longo de várias gerações. [...] Mas a
prática teve uma consequência terrível: os descendentes ficaram
mais e mais parecidos geneticamente, e foram acumulando
mutações causadoras de doenças.
[...]
§4º A bananeira domesticada, cujas frutas nós comemos, não
tem sementes. Isso a torna muito mais agradável de consumir. E
também significa que a planta se reproduz de forma assexuada: o
agricultor simplesmente corta um pedaço dela e enterra em
outro lugar.
§5º Nasce uma nova bananeira – que, eis o problema, é
geneticamente idêntica à anterior. Ela não tem, como Carlos II
não teve, um pai e uma mãe com genes bem diferentes, cuja
mistura aperfeiçoa o DNA e ajuda a proteger contra doenças. As
bananeiras são clones – por isso, um único patógeno pode
exterminá-las todas.
§6º E já existe um: o Fusarium oxysporum. Trata-se de um fungo
que se desenvolve no solo, e infecta as raízes das bananeiras,
impedindo que elas puxem água e nutrientes.
§7º Após a infecção, o solo fica contaminado por mais de 30
anos, e não há nada a fazer: o F. oxysporum é imune a todos os
agrotóxicos.
[...]
O preço da banana
[...]
§8º A banana comestível teria surgido no sudoeste asiático.
Acredita-se que, entre 7 mil e 5 mil a.C., os nativos da PapuaNova Guiné teriam feito cruzamentos e domesticado as
bananeiras selvagens (cheias de sementes duras, de quebrar os
dentes). E voilà: desenvolveram bananeiras que produzem frutos
sem sementes.
§9º Aqueles pontinhos pretos dentro da banana, caso você esteja
se perguntando, não são sementes: trata-se de óvulos não
fecundados. Isso porque os papuásios descobriram um método
curioso para reproduzir a planta: bastava cortar e replantar um
pedaço dela.
[...]
§10º Os séculos se passaram, e, à medida que as rotas comerciais
foram se espalhando pelo mundo, o mesmo aconteceu com a
banana [...].
§11º Foi quando ela chegou aos EUA, contudo, que a coisa
mudou de patamar. [...] Em menos de duas décadas, os
americanos já estavam comendo mais bananas do que maçãs ou
laranjas. De olho nesse mercado, a Boston Fruit Company
começou a comprar terras na América Central para cultivo e
exportação da banana a partir de 1885.
§12º Criada em 1899, a United Fruit Company (UFC) – atual
Chiquita Brands International – se tornou a maior empresa do
setor. Era tão poderosa que, na primeira metade do século 20,
mandava nos governos da Guatemala e de Honduras, onde
mantinha plantações – foi daí que surgiu a expressão “república
das bananas”.
[...]
§13º Em 1951, Juan Jacobo Árbenz Guzmán, de apenas 38 anos,
foi eleito presidente da Guatemala com a promessa de fazer duas
reformas: uma trabalhista e outra agrária, que garantissem
salários justos e devolvessem parte da terra aos pequenos
agricultores.
§14º A United Fruit, obviamente, não gostou. Se opôs duramente
ao novo governo, e em agosto de 1953 conseguiu convencer o
presidente dos EUA, Dwight D. Eisenhower, a patrocinar um
golpe de estado na Guatemala.
§15º A operação, de codinome PBSuccess, foi organizada pela CIA
– que armou, financiou e treinou 480 homens, liderados pelo
coronel guatemalteco Carlos Castillo Armas, e também organizou
um bloqueio naval.
§16º As tropas de Castillo invadiram o país em 18 de junho de
1954, o Exército não reagiu – e, nove dias depois, o presidente
Guzmán acabou forçado a renunciar. A Guatemala mergulhou em
uma guerra civil que duraria 36 anos. E a United retomou seu
poder. [...]
Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-futuro-dabanana
A conjunção “e” apresenta, primariamente, valor aditivo. Dentre
as alternativas abaixo, o único caso em que ela exibe,
adicionalmente, valor conclusivo é: