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Q2382710 Medicina
Leia o caso a seguir.


Adolescente, sexo feminino, 12 anos, chega ao pronto socorro, com quadro de cefaleia intensa, vômitos em jato há três dias e febre (39,5°C) que não cede com antitérmicos e antinflamatórios. Exame físico: desidratada, febril, sinais de irritação meníngea, escala de Glasgow de 15. Punção lombar: pleocitose, com 570 células/mm3, 20.000 hemácias/ mm3, com predomínio de linfomononucleares; proteína: 45mg/dL; glicorraquia: 66mg/ dL (glicemia: 90mg/dL).


A partir do caso apresentado, a hipótese diagnóstica é de
Alternativas

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A alternativa correta é: A - meningite viral.

Vamos analisar detalhadamente o caso clínico e entender por que a alternativa correta é a meningite viral e as razões pelas quais as outras alternativas são incorretas.

Meningite viral é a hipótese diagnóstica correta. A paciente apresenta quadro de cefaleia intensa, vômitos em jato, febre alta e sinais de irritação meníngea. Na análise do líquor, observa-se pleocitose (570 células/mm³) com predomínio de linfomononucleares, proteína de 45mg/dL e glicorraquia de 66mg/dL (em comparação com glicemia de 90mg/dL). Esses achados são típicos de meningite viral, caracterizada por um aumento moderado de células no líquor, predominância de linfomononucleares, proteínas ligeiramente aumentadas e glicorraquia normal ou levemente diminuída.

Agora vamos discutir as alternativas incorretas:

B - Trauma de punção não é a hipótese correta. Embora a presença de 20.000 hemácias/mm³ no líquor possa sugerir contaminação por sangue, os demais dados (pleocitose com predomínio de linfomononucleares, proteínas e glicorraquia) são mais característicos de meningite viral. Em trauma de punção, esperaríamos uma ausência de pleocitose significativa e alterações nas proteínas e glicorraquia.

C - Meningite bacteriana também não é a hipótese correta. Em meningite bacteriana, esperaríamos encontrar um líquor com pleocitose elevada, mas com predomínio de neutrófilos, além de uma elevação significativa das proteínas e uma diminuição da glicorraquia. Os dados apresentados não são compatíveis com esse perfil.

D - Hemorragia subaracnoide está incorreta. A presença de hemácias no líquor pode levantar essa suspeita, mas a pleocitose com predomínio de linfomononucleares, bem como a ausência de sinais clínicos específicos de hemorragia subaracnoide (como alteração do nível de consciência ou sinais neurológicos focais), tornam essa opção menos provável.

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A alternativa correta é A - meningite viral. A hipótese diagnóstica de meningite viral é sustentada pelo quadro clínico e pelos achados da punção lombar. A paciente apresenta sintomas típicos de meningite, como cefaleia intensa, vômitos em jato, febre alta e sinais de irritação meníngea. A escala de Glasgow de 15 indica que a paciente está consciente e alerta, o que é mais comum na meningite viral do que na bacteriana, que frequentemente causa alteração do estado mental. Na punção lombar, a pleocitose com predomínio de linfomononucleares é um indicativo de um processo inflamatório no sistema nervoso central, mas o predomínio de linfócitos sugere uma etiologia viral, uma vez que as meningites bacterianas apresentam geralmente um predomínio de neutrófilos. Além disso, os níveis de proteína estão ligeiramente elevados e a glicorraquia relativamente preservada (comparando com a glicemia), o que reforça a suspeita de meningite viral, pois, na meningite bacteriana, espera-se encontrar proteínas muito elevadas e uma glicorraquia muito diminuída. A presença de hemácias é compatível com a punção lombar e não é significativa para um diagnóstico de hemorragia subaracnoide, a qual apresentaria um quadro clínico e achados de punção lombar distintos. Por fim, o trauma de punção não explicaria o quadro clínico febril e a irritação meníngea da paciente.

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