Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre fonemas e letras em português

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Q647378 Português
Assinale a opção em que o x de todos os vocábulos não tem o som de /ks/. 
Alternativas
Q642315 Português

                               SACOLA PLÁSTICA OU DE PAPEL?


Se levarmos em conta que um dos fatores decisivos para reduzir o impacto desses materiais no meio ambiente é a reutilização, então prefira as de plástico. A embalagem é reutilizada por 91% da população para embalar o lixo doméstico, por exemplo. Só aí, já são dois usos. “Sem as sacolinhas, teríamos que comprar os sacos, que também são feitos de plástico e não são reutilizados”, explica Miguel Bahiense (...). Um estudo da Agência Ambiental Britânica sobre o impacto das sacolas comprovou que as de plástico têm melhor desempenho no meio ambiente em oito das nove categorias avaliadas. A pesquisa revelou que a fabricação desse material é a que menos emite gás carbônico, responsável pelas mudanças climáticas. E a fabricação das de papel não está livre de produtos químicos tóxicos. Além disso, têm menos chances de serem reutilizadas. Segundo Valdir Schalch, coordenador do Núcleo de Estudo e Pesquisa de Resíduos Sólidos, o grande vilão para o meio ambiente é o consumo inconsciente e a falta de uma política adequada para o descarte. “O plástico pode ser reciclado e, quando descartado nos aterros, ocupa menos espaço. Seu impacto ambiental é sem dúvida menor que o de outros materiais.”

                       Luciana Florence – Revista Vida Simples – Edição 123 – outubro 2012.  

Assinale a alternativa em que a palavra tem a mesma ortografia e pronúncia da palavra “tóxico”. 
Alternativas
Q642233 Português

      Um amigo meu está convencido há tempos de que uma vacina infantil tomada por seu filho provocou seu autismo. Ele insiste nessa convicção embora uma série de estudos científicos prove que não existem relações entre autismo e vacinas. Quando a dissertação original sobre um vínculo desse gênero foi recentemente desabonada como fraude, meu amigo reagiu dizendo que agora será mais difícil persuadir as pessoas sobre os perigos da vacinação. Ele não está sozinho: quase 50% dos americanos creem na correlação vacina-autismo ou sentem-se inseguros a seu respeito.

      O paradoxo vai mais além. Meu amigo garante confiar em cientistas – e nesse aspecto ele é como a maioria de seus conterrâneos. Em uma pesquisa realizada pela Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos em 2008, um número maior de entrevistados expressou ter “mais confiança” em autoridades científicas que em líderes de qualquer outra instituição, exceto o exército. Em questões de políticas públicas, os americanos julgam a liderança científica mais bem informada e imparcial que as chefias de outros setores da sociedade, como o empresariado ou o governo. Por que os pacientes afirmam confiar em cientistas de modo geral, mas se distanciam deles em uma ou outra questão específica?

      Muitos culpam a má qualidade da educação científica nos Estados Unidos. O pensamento corrente é: se as crianças aprendessem mais ciências na escola saberiam valorizar a opinião científica sobre vacinas, clima, evolução e outros assuntos de cunho político. Mas esse conceito é equivocado. Pacientes dotados de maior conhecimento científico têm apenas uma propensão ligeiramente maior para confiar nos cientistas. A ciência subjacente a muitas questões políticas é altamente especializada e sua avaliação exige profundo conhecimento – um entendimento muito maior do que os alunos acumularão em aulas de ciências no ensino fundamental e médio. Uma abordagem mais direta seria esclarecer o porquê de eles tenderem a aceitar crenças imprecisas em primeiro lugar.

      Os seres humanos parecem valorizar a precisão acima de tudo. Queremos que nossas convicções sejam corretas – em conformidade com o que é realmente verdadeiro a respeito do mundo – e sabemos que a ciência é um guia confiável para isso. Entretanto, esse desejo de exatidão se choca com outros motivos; alguns deles inconscientes. Por exemplo, as pessoas têm convicções para proteger valores importantes. Quem considera a Natureza “sagrada” pode entender a modificação genética como algo moralmente errado, independentemente de sua segurança ou utilidade. Além disso, elas se atêm a crenças enraizadas em suas emoções.

      Ao conciliarmos nossos motivos racionais e irracionais para acreditar, tornamo-nos mestres em autoenganação. Como pretendemos ser seres racionais, encontramos razões para insistir em que nossas convicções são de fato verdadeiras. Uma ou duas opiniões divergentes bastam para nos convencer de que a ciência é “controversa” ou “instável”. Se as pessoas soubessem que outros motivos podem comprometer a exatidão de suas certezas, a maioria provavelmente tentaria manter-se vigilante.

      A ciência não trata de leis imutáveis, mas de explicações temporárias, que são revisadas assim que surge outra melhor. É preciso compreender que a prontidão dos cientistas para mudar suas convicções de acordo com os dados é uma fonte de grande força, não de fraqueza. A ciência pode não ser a única maneira de organizarmos e compreendermos nossas experiências; mas em termos de precisão ela é muito melhor que a religião, a política e a arte. Essa é a lição.

Willingham, Daniel T. “Confie em mim”. Scientific American Brasil. Edição 115, dezembro de 2011.

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e levando em consideração o segundo parágrafo do texto e as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q640632 Português
A alternativa em que NÃO há erro de grafia é:
Alternativas
Q633089 Português

                    

      Ninguém simplesmente entra numa sala de aula e começa a ensinar sem alguma reflexão sobre como deve se apresentar, assim como ninguém se põe a escrever um poema, um ensaio ou um romance sem considerar a voz por trás das palavras, o seu tom e textura, e as tradições da escrita dentro de um gênero em particular. A voz é tudo na literatura, tocando no espírito do escritor, o ouvido do leitor; a procura pela autenticidade dessa voz é o trabalho do escritor de sua vida inteira. O que eu quero sugerir aqui é que professores, assim como escritores, também precisam inventar e cultivar uma voz, uma que sirva às suas necessidades pessoais tanto quanto à matéria com que está lidando, uma que pareça autêntica. Ela também deve levar em consideração a natureza dos estudantes a quem está sendo dirigida, seus antecedentes na matéria e sua disposição como uma classe, que nem sempre é fácil estimar. Toma um bom tempo, tanto quanto experimentação, para encontrar esta voz, seja ensinando seja escrevendo.

      Em sua maior parte, a invenção de uma persona de professor é um ato razoavelmente consciente. Professores que não estão conscientes de seu “eu-professsor” podem dar sorte; ou seja, podem adotar ou adaptar alguma coisa familiar — uma postura, uma voz — que realmente funcione na sala já de início. Sorte, totalmente aleatória, às vezes acontece. No entanto, a maioria dos professores bem-sucedidos que conheci eram profundamente conscientes de que o modo como se apresentavam envolve, ou envolveu em certo momento, o domínio de uma máscara.

      Essa apropriação de uma máscara, ou persona (palavra que vem do latim, implicando que uma voz é algo descoberto por “soar através” de uma máscara, como em per/sona), não é um processo fácil. Envolve artifícios, e a arte de ensinar não é menos complicada do que qualquer outra. Não é algo “natural”, isto é, “encontrada na natureza”. Um professor iniciante terá de experimentar um sem-número de máscaras antes de encontrar a que se adapte a ele, que pareça apropriada, que funcione para organizar e incorporar uma voz de quem ensina. Na maioria dos casos, um professor terá um armário abarrotado de máscaras para experimentar à procura de uma que lhe caia bem.

      Deve acabar com a noção tola de que uma máscara não é “autêntica”, de que há algo vergonhoso em “não ser você mesmo”. Autenticidade é, em última instância, uma construção, algo inventado — tem muito a ver com um determinado conjunto de roupas que parecerá autêntico, ou não, conforme o contexto. A noção do “verdadeiro” eu é romântica, e absolutamente falsa. Não existe tal coisa. Sempre admirei o poema de Pablo Neruda que começa dizendo: “Tenho muitos eus.” É verdade. Um biógrafo, como Virginia Woolf certa vez observou, tem sorte quando consegue estabelecer meia dúzia de eus numa biografia. Na verdade, há milhares de eus em cada ser humano. Eis que se misturam e alteram-se, sofrem mutações, vinculam-se, fragmentam-se, reúnem-se de novo uma infinidade de vezes por dia. Esta é a realidade da identidade de todos nós. Um professor iniciante deve enfrentar essa realidade desde o começo, descartando a ideia de que há um profundo e verdadeiro eu que tenha uma existência independente, que pode ser alcançado nas profundezas do coração, que pode ser exposto facilmente, sem medo, com confiança em suas características.  

      Há sabedoria no poema citado como minha epígrafe, “A Máscara”, de Yeats, um poeta que refletiu profundamente sobre máscaras, desenvolvendo uma complexa doutrina que incluiu uma percepção da máscara como anti-eu. Ele considerou a identidade de uma pessoa como uma dialética que envolvia uma constante negociação entre o eu e o anti-eu. Em sua elegante embora de alguma maneira arcana formação, essa dialética assume a apropriação de vários eus antitéticos: um processo delicado no qual os eus (personae; máscaras) são testados, depois, descartados ou abarcados por outros eus. Estes eus existem ao longo de um continuum que inclui a visão da própria pessoa sobre seus eus e os dos outros. Não é justo, como Robert Browning certa vez sugeriu, que tenhamos “dois lados da alma, um para encarar o mundo” e outro para apresentar em particular ao bem-amado. Essa doutrina, pelo menos em Yeats, assume que a pessoa também encara o bem-amado com uma máscara, que não há nenhuma personificação de voz sem o uso de uma máscara, e que a voz que emerge pode tanto ser íntima ou pública, porém deve de alguma maneira “soar através” da figura da máscara. E estas máscaras são muitas.

                              (Jay Parini. A arte de ensinar. Brasil: Editora Civilização Brasileira, 2007. P. 79-82.)

A alternativa contendo a palavra onde há uma letra que constitui um dífono gramatical é
Alternativas
Respostas
531: E
532: C
533: B
534: D
535: B