Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato em português
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TEXTO:
O riso é tão próprio do homem que os humoristas existem em todas as sociedades e provavelmente existiram em todas as épocas, como o bobo da corte que alegrava a nobreza na Idade Média. Pode-se dizer que por trás do riso há uma indústria muito rentável, a julgar pela audiência dos inúmeros programas humorísticos ou pela triagem das revistas cômicas. O humor também ajuda a vender produtos – os comerciais que mais chamam a atenção dos compradores, e que apresentam o maior índice de retenção, são justamente aqueles que utilizam essa arma infalível.
O riso é próprio do homem. Nos outros animais vertebrados, os músculos faciais regulam apenas a abertura e fechamento dos olhos, da boca e do nariz. Nos mamíferos, por outro lado, o sistema muscular é muito mais complexo. Esse fato está possivelmente relacionado com duas formas particulares de alimentação: a amamentação e, mais tarde, a mastigação. Ao mamar, as bochechas se tornam extraordinariamente móveis. Com a mastigação, a musculatura facial completa sua formação. Entretanto, não basta que os outros mamíferos possuam os músculos necessários para rir; é preciso o sentido de humor, que somente o ser humano tem. Nem mesmo o conhecido “riso” das hienas tem essa conotação humorística. Além disso, os macacos que vemos “rir” nos comerciais de televisão são apenas animais treinados, que não compreendem o significado de seu gesto.
(Enciclopédia Isto É. Tudo: o livro do conhecimento. São Paulo)
Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula.
Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva, purista e alienada tão comum nas "aulas de português".
O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante.
Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores vítimas do ensino tradicional e os professores de português teóricos, gramatiqueiros, puristas têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.
Gilberto Scarton
Em 6 anos, 21.240 armas de guardas privados foram para mãos de bandidos
Das
97.549 armas de fogo que foram registradas em nome de empresas de
segurança e de transportes de valores em São Paulo desde 2004, 21.240
(22%) foram furtadas ou roubadas. Ou seja, uma em cada cinco armas do
arsenal das empresas de segurança foi parar nas mãos de bandidos. Os
dados foram divulgados ontem pelo Instituto Sou da Paz, como parte da
pesquisa Implementação do Estatuto do Desarmamento: do Papel para a
Prática. As informações têm por base o Sistema de Segurança e Vigilância
Privada (Sisvip) da Polícia Federal e a pesquisa traz um balanço de
seis anos do Estatuto do Desarmamento. "O dado permite diferentes
leituras. Uma delas é a de que o porte de armas não parece inibir a
abordagem dos ladrões. Outra sugere que os seguranças podem estar sendo
procurados porque diminuiu a quantidade de armas nas mãos dos civis",
afirma o diretor do Sou da Paz, Denis Mizne. "Mas esses números também
revelam que existem problemas no setor que devem ser investigados pela
PF." Segundo os pesquisadores, há brechas na fiscalização por parte da
PF. Números da CPI do Tráfico de Armas já apontavam para a gravidade do
problema. Conforme dados da Polícia Civil do Rio, das 10 mil armas
apreendidas com criminosos entre 1998 e 2003 no Estado, 17% pertenciam a
empresas de segurança privada. Clandestinidade. Existem hoje no Brasil
1,1 milhão de vigilantes - e 350 mil trabalham em empresas de segurança.
Só em São Paulo, de acordo com o sindicato patronal (Sesvesp), há 128
mil vigilantes. "Podemos dizer ainda que, para cada funcionário de
empresa regularizada, existem dois em empresas irregulares", afirma o
empresário Vitor Saeta, diretor do Sesvesp. "As empresas que atuam com
segurança externa costumam ser as mais visadas.
Em cada ação dos
ladrões, podem ser roubadas até cinco armas de uma vez", diz. Em julho,
uma viatura de escolta armada da empresa Pentágono, que Saeta dirige,
foi abordada por um desses grupos. A quadrilha estava em dois carros e
usava armas longas e fuzis. Os vigilantes acompanhavam um caminhão que
transportava um insumo industrial na Grande São Paulo. A carga foi
desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona
norte de São Paulo. "As armas mais usadas pelos vigilantes são os
revólveres calibre 38. Quando roubadas, são usadas em crimes comuns.
Escoltas externas são as que usam armas longas, que interessam ao crime
organizado."
Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100429/not_imp5 44488,0.php. Acesso em 28 1abr 2010.