Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre interpretação de textos em português

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Q2445825 Português
Os impactos da IA no mercado de trabalho


         Novas pesquisas sobre os impactos dos modelos de inteligência artificial (IA) sobre o mercado de trabalho procuram identificar o que exatamente esses modelos, a exemplo do ChatGPT, trazem de positivo e negativo para emprego e salários. Embora ainda sejam parciais, restritas a segmentos, essas pesquisas são cada vez mais abrangentes e baseadas em metodologias mais rigorosas e capazes de oferecer um panorama muito mais preciso do que as impressões pessoais que inundam a mídia.
         Pesquisa recente no universo do trabalho online nos Estados Unidos, com milhares de pequenas empresas e freelancers, identificou uma queda de 2% na demanda por esses trabalhadores e uma diminuição de mais de 5% na sua remuneração desde o lançamento público do ChatGPT. Esse estudo tratou ainda de ocupações on-line, a exemplo de redatores, programadores visuais, artistas gráficos, que mexem com marcas, logotipos, estandes de feiras, entretenimento, publicidade e publicações de todo tipo. Mesmo que ainda parcial, a pesquisa traz conclusões importantes, ou seja, não somente a IA reduz a oferta de emprego como diminui o valor do trabalho mais qualificado; e mais, a velocidade com que a IA devorou empregos e salários é bem maior para os mais qualificados, o que gerou, de um modo surpreendente, uma diminuição da desigualdade nesse específico mercado de trabalho. Uma diminuição viciosa e não virtuosa.
          Se a gente tomar essas conclusões e compará-las com outro estudo, dessa vez da Universidade de Harvard, realizado nas atividades de consultoria a empresas e governos, analistas e planejadores que utilizaram ChatGPT como assistente melhoraram em cerca de 40% a qualidade de seus relatórios, quando comparados aos que não utilizaram o ChatGPT. As duas pesquisas nos levam a pensar que os modelos generativos são bons para resumir conhecimento humano existente, ou seja, regurgitam conhecimento humano de domínio público e, por isso, atingem diretamente os trabalhadores qualificados cujas habilidades são semelhantes às dos modelos de inteligência artificial. Por outro lado, as duas pesquisas mostram que os trabalhadores que precisam analisar dados, tabelas, gráficos, de modo mais cuidadoso, que buscam uma análise mais sofisticada, são muito menos atingidos pelo avanço dos modelos generativos.
          Esses resultados, ainda que iniciais, sugerem o desenvolvimento de pelo menos três grandes linhas de pesquisa: primeira – quanto mais diversificada for a atividade do trabalho, menor será o risco de degradação tanto da demanda quanto da remuneração do trabalhador; segunda – para utilizar o potencial dessas novas ferramentas é essencial trabalhar como se fossem extensões do nosso corpo, da nossa mente e de nossas habilidades; terceira linha – sem proteção legal regulatória, mesmo os trabalhadores mais qualificados serão fortemente atingidos pela inteligência artificial. Como se pode ver, o esforço para regulação da inteligência artificial é muito mais amplo e superior às atividades de proteção de dados e, por isso mesmo, não será tratado de modo qualificado apenas por uma extensão da atual Agência Nacional de Proteção de Dados. O Brasil precisa de uma nova agência pública capaz de regular a mais poderosa tecnologia da história da humanidade, que impacta as nossas vidas em todas as suas dimensões.
Acerca das novas pesquisas que estão sendo feitas acerca dos impactos dos modelos de inteligência artificial, podemos dizer corretamente, segundo o texto:
Alternativas
Q2445761 Português
MATEI PORQUE ODEIO GAY


       Nosso Brasil, lastimavelmente, é um país extremamente contraditório na maneira como trata os homossexuais. Seu lado cor de rosa é fantástico e promissor: realizamos recentemente a maior parada gay do mundo, com mais de um milhão de pessoas na Avenida Paulista! Impressionantes também têm sido algumas conquistas do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB), a começar pelo significativo crescimento nos últimos anos do próprio movimento, hoje contando com mais de uma centena de grupos de gays, lésbicas, travestis e transexuais espalhados praticamente por todas as capitais brasileiras e em diversas cidades do interior, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Passam de oitenta as cidades brasileiras onde a Lei Orgânica Municipal e uma dezena de Leis Estaduais proíbem, e algumas multam, a discriminação baseada na “orientação sexual”. Em 2002, pela primeira vez na história pátria, um Presidente da República ousou pronunciar em cerimônia pública, a palavra “homossexual”, declarando inclusive ser favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Aceitou ser fotografado portando a bandeira do arco-íris!

          A grande contradição é que, concomitantemente a estas cruciais conquistas, persiste em todas as regiões do Brasil, violenta intolerância antihomossexual, cientificamente chamada de “homofobia”. Este ódio explícito, cruel, persistente e generalizado, vai do insulto e ameaça, à graves episódios de discriminação, constatados em todos os segmentos e esferas sociais. Incluem violência física, golpes e tortura, culminando em violentíssimos e pavorosos assassinatos – via de regra cometidos com revoltantes requintes de crueldade, abrangendo elevado número de golpes e tiros, o uso de múltiplos instrumentos e tortura prévia. Crimes de ódio em que a homossexualidade da vítima motivou a agressão e pesou definitivamente no modus operandi do homicida.

         Desde 1980 que o Grupo Gay da Bahia, a mais antiga ONG defensora dos direitos humanos dos homossexuais, realiza a coleta sistemática de informações sobre o homicídio de gays, travestis lésbicas em nosso país. Neste período, 1980-2002, documentamos o chocante número de 2.218 assassinatos de homossexuais – cifra certamente muito inferior à realidade, posto que inexistindo no Brasil estatísticas oficiais relativas a crimes de ódios, temos de nos valer de notícias publicadas na imprensa, pesquisa na internet e informações enviadas pelos próprios militantes homossexuais, a fim de reconstituir este lado sombrio que ameaça gravemente a sobrevivência de mais de 10% de nossa população representada pelos homossexuais de ambos os sexos. Desde 1995 passamos a divulgar, além da análise anual destes “HOMOcídios”, também um resumo dos episódios mais graves de violação dos direitos humanos de travestis, transexuais, lésbicas e gays, incluindo variegadas manifestações de homofobia: na mídia, nas repartições públicas, dentro do lar, nos púlpitos e tribunas, nos shoppings, na rua. Nossos dados, apesar de sua assumida incompletude, têm sido anualmente utilizados pelo próprio State Department do Governo NorteAmericano, e mais recentemente, pelo Relatório Anual da Justiça Global, além de constar em nossos principais sites de Direitos Humanos.

     Conseguimos reunir em 2002 informação sobre 126 assassinatos de homossexuais e um total de 166 de violações de direitos humanos. Números reconhecidamente inferiores à realidade, convém insistir. Apenas a ponta de um iceberg de sangue e ódio.


(Autor: Luiz Mott Marcelo Cerqueira. Trecho do livro “Matei porque odeio gay”. Bahia, 2003).
Ainda acerca do texto apresentado no começo da prova (Matei porque odeio gays), podemos dizer que o mesmo pertence a que tipo textual:
Alternativas
Q2445484 Português


Internet: <www.paho.org>  (com adaptações).

Em relação à estrutura linguística, ao vocabulário e aos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue o item.


A correção do texto seria mantida caso se substituísse a expressão “foram citados” (linha 13) por foi citada.

Alternativas
Q2445482 Português


Internet: <www.paho.org>  (com adaptações).

Em relação à estrutura linguística, ao vocabulário e aos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue o item.


A substituição da expressão “sem precedentes” (linha 6) pela palavra desconhecido manteria o sentido do texto. 

Alternativas
Q2445481 Português


Internet: <www.paho.org>  (com adaptações).

Em relação à estrutura linguística, ao vocabulário e aos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue o item.


A forma verbal “aumentou” (linha 3) poderia ser substituída no texto, mantendo‑se a correção gramatical e a coerência do texto, por foi aumentada

Alternativas
Respostas
901: A
902: D
903: E
904: E
905: C