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Q2494172 Português

Escrever bem


Às vezes vejo-me envolvido em discussões sobre “escrever bem”. Já pensei no assunto e tenho uma ideia formada: ninguém “escreve bem”. Alguns “reescrevem bem” e, com isso, produzem textos mais enxutos, claros e eficientes. O segredo está em ler o que se acabou de escrever, enxergar os excessos, as impropriedades, as palavras ou frases obscuras e meter-lhes a caneta — português arcaico para “deletar”. Donde o mais exato seria dizer que ninguém escreve bem de primeira. Um ou outro achado brilhante pode piscar de repente na frase, e é ótimo quando acontece. Mas, em geral, tudo o que é fácil de ler foi difícil de escrever e vice-versa.

    Reescrever consiste em expurgar o desnecessário. Se um adjetivo não servir de alimento ao substantivo a que se acopla, um dos dois está errado. E há os advérbios de modo que, automaticamente (epa, olha um!), se intrometem no texto e, geralmente (outro!), podem ser apagados sem prejuízo. Certa vez, revisei um livro de autor famoso e joguei fora tantos naturalmentes e principalmentes que dariam para encher um caminhão. O livro melhorou muito. Tenho para mim que os advérbios de modo estão para a escrita assim como os sisos para a boca: só servem para ocupar espaço e produzir cáries.

    Reescrever exige colocar-se no lugar do leitor e perguntar se a informação precisa de certos anexos. Um deles é o “vale ressaltar que...” — ao qual se segue a informação que se quer ressaltar. Experimente cortar o “vale ressaltar” e ir direto à informação. Descobrirá que não perderá nada com isso.

    E, assim como “vale ressaltar”, há o “é bom frisar”, “cabe destacar”, “convém assinalar”, “cumpre notar”, “deve-se salientar”, “importa sublinhar”, “é preciso enfatizar”, “realçar”, “atentar”, “caracterizar” etc. e, claro, “pontuar” (por que não “virgular”?). Pesos mortos, inúteis.

    O papel aceita tudo, como sabemos. Mas muitos leitores não.



(CASTRO, Ruy. Escrever bem. Folha de S. Paulo, São Paulo, 29 set. 2023. Opinião, p. 2. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2023/09/escrever-bem.shtml).

Com base no texto, julgue estes itens:

I. O domínio da gramática normativa por parte do escritor garante a produção de textos claros.
II. A reescrita é um recurso por meio do qual o escritor problematiza os assuntos em discussão.
III. O escritor, no processo de reescrita, valoriza as habilidades linguísticas e textuais dos leitores.
IV. Os cortes de advérbios, na ação de reescrita, visam a eliminar os excessos e a garantir a objetividade.

Está CORRETO o que se afirma APENAS em
Alternativas
Q2493705 Português
Texto para a questão.

POVOS INDÍGENAS NO BRASIL 

    Os povos indígenas do Brasil são os habitantes originários do território brasileiro e estavam presentes aqui antes da chegada dos europeus no final do século XV. Existe uma grande diversidade de povos indígenas no país, e essa população, segundo critérios do Censo de 2022, é de aproximadamente 1,6 milhão.
  Atualmente, ainda existem uma série de obstáculos na vida desses povos, como a demora na demarcação das terras indígenas e o desrespeito a essas demarcações por garimpeiros e madeireiros, que invadem ilegalmente essas terras.
    Não se sabe com precisão qual era a população de indígenas no Brasil quando os portugueses aqui chegaram, no ano 1500, mas as estimativas mais aceitas trabalham com a possibilidade de que havia de cinco a sete milhões de indígenas no território brasileiro. Infelizmente, o número de indígenas atualmente em nosso país é sensivelmente menor.
    Um ponto muito importante, quando falamos dos indígenas no Brasil, é a grande diversidade cultural e étnica desses povos. Estima-se que existam mais de 300 etnias atualmente no território brasileiro e mais de 250 línguas são faladas. Infelizmente, uma parte considerável desses povos e desses idiomas está sob risco de desaparecer permanentemente.
   Como foi informado, o Censo de 2022 apontou para o fato de que cerca de 1,6 milhão indígenas vivem no Brasil, sendo eles originários de mais de 300 etnias. Os povos indígenas do Brasil são catalogadas dentro de quatro grandes troncos étnicos: aruak, karib, macro-jê e tupi. É importante mencionar que nem todos os povos indígenas do Brasil podem ser classificados dessa forma.
    Em sua grande parcela, os indígenas vivem em tribos e sobrevivem por meio do cultivo de alimentos, bem como da caça e pesca. Alguns povos vivem totalmente isolados da sociedade nacional, enquanto outros são mais receptivos. Entre os maiores povos indígenas presentes no Brasil, podem ser citados guajajara, terena, guarani, kaiowá, ianomâmi, entre outros.
   Desde a promulgação da Constituição de 1988, os indígenas têm direito à demarcação de suas terras, e a obrigação dessa demarcação é do Estado brasileiro, tendo de ser realizada em diálogo com os indígenas. Entretanto, muitos povos indígenas ainda não tiveram seus direitos respeitados pelo Estado brasileiro e não tiveram suas terras demarcadas.
  Mesmo os povos indígenas que tiveram suas terras demarcadas, como os ianomâmis, sofrem bastante. Isso porque é bastante comum que as terras ianomâmis sejam invadidas por garimpeiros e madeireiros, grupos que procuram explorar irregularmente os recursos daquelas terras.
   A invasão de terras demarcadas tem trazido morte aos indígenas, que são constantemente ameaçados pelos invasores. A ameaça à vida dos povos indígenas no território brasileiro tem sido tão grande nos últimos anos que o Brasil foi mencionado na ONU como um caso de possível genocídio se os crimes contra essas populações não forem controlados.
    O caso dos ianomâmis, novamente, é simbólico. Isso porque em 2023 foi identificada uma grande tragédia humanitária em curso nas terras habitadas pelos ianomâmis. Entre 2019 e 2022, cerca de 570 crianças morreram de fome ou por doenças que poderiam ter sido tratadas. Houve denúncias de que pedidos de socorro para a situação ianomâmi tenham sido realizados ao governo Bolsonaro, mas foram ignorados. Essa situação foi causada pela invasão das terras ianomâmis pelo garimpo ilegal. 

Adaptado de: https://brasilescola.uol.com.br/brasil /o-indigena-no-brasil.htm

Considerando as normas gramaticais da língua portuguesa sobre o uso da crase, assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas no trecho a seguir:


“Os direitos ___ terras indígenas, garantidos desde ___ Constituição de 1988, são essenciais para a sobrevivência e cultura dos povos originários do Brasil. No entanto, muitos desses povos ainda lutam pelo acesso ___ recursos necessários ___ sua plena realização.”

Alternativas
Q2493595 Português
Texto para a questão.

DESIGUALDADE DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO

     A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é um tema premente e complexo que demanda uma análise minuciosa. Dados recentes revelam que, no Brasil, as mulheres ganham, em média, 77,7% do salário dos homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
   
   Apesar dos avanços significativos, ainda existem disparidades notáveis entre homens e mulheres em diversos aspectos profissionais. De acordo com a gerente do Unit Carreiras e especialista em gestão de pessoas, Janaína Machado, essa discrepância se deve aos grandes obstáculos que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho.
   
    “Entre uma mulher branca e um homem branco é de 30%, entre uma mulher negra é de 40% a 50%. Essa disparidade salarial é uma clara desvalorização do trabalho feminino, que afeta não apenas as mulheres, mas também suas famílias. Quando as mulheres recebem salários mais baixos, isso impacta o acesso à educação e oportunidades de atualização, criando dificuldades financeiras”, diz Janaína.

Diferença salarial e jornada dupla 

    Essa desigualdade se origina, em parte, na sobrecarga de responsabilidades enfrentadas pelas mulheres. Além das atividades profissionais, elas frequentemente assumem a maior parte dos afazeres domésticos e cuidados com os filhos. Esse fenômeno, muitas vezes chamado de “jornada dupla”, impede que as mulheres dediquem tempo e energia suficientes para o desenvolvimento de suas carreiras.
    
   “As mulheres têm uma jornada de trabalho muito maior do que os homens, pois lidam com todos os afazeres domésticos e maternos, isso é bastante evidente. Além disso, enfrentam os estereótipos que persistem nas áreas de engenharia e ciências, onde, infelizmente, a presença feminina ainda é limitada em nossa sociedade”, elenca a gerente do Unit Carreiras.

Estereótipos de gênero


    Os estereótipos de gênero continuam sendo uma barreira significativa. “Essas ideias preconcebidas sugerem que as mulheres não têm a firmeza necessária, ao contrário dos homens, que são considerados melhores líderes devido à sua suposta capacidade de lidar com situações adversas. Esses estereótipos prejudicam a progressão das mulheres no mercado de trabalho, perpetuando a visão de que elas são emocionais demais para o ambiente profissional”, pontua.
    
   No entanto, a realidade é que muitas mulheres têm demonstrado liderança excepcional ao lidar eficazmente com as emoções, uma qualidade valorizada no mercado atual. Assim, é fundamental desconstruir esses estereótipos prejudiciais para promover um ambiente de trabalho mais equitativo.

Promoção da representatividade feminina

   A busca por cargos de liderança é frequentemente marcada por desafios para as mulheres. “Elas precisam equilibrar o ambiente de trabalho e a vida familiar, e muitas vezes acabam priorizando o trabalho e precisam abrir mão um pouco da vida em família, pois têm o dobro de responsabilidades femininas. É por isso que acredito muito na importância da representatividade feminina. Eu sei que a questão das cotas é um tema delicado, mas, para mudarmos a cultura, às vezes, a implementação de medidas punitivas, como as cotas, pode ser necessária”, enfatiza Janaína.
    
   Embora as cotas sejam uma solução controversa, em muitos casos, podem ser necessárias para impulsionar a mudança cultural. “Com a conscientização e a mudança de cultura, a escolha entre um homem e uma mulher, muitas vezes, será baseada no mérito, e não no gênero. Portanto, inicialmente, é importante ter essas obrigações, cotas e necessidades para, no futuro, tornar-se realmente um padrão. Não acredito que se deva contratar uma mulher que não se encaixe no perfil da vaga apenas por ser mulher. O que defendo é que, quando uma mulher e um homem têm o perfil adequado, é crucial começar a promover a representatividade feminina em cargos de liderança”, sugere Janaína.

Adaptado em 23/04/2024 de:
esigualdade-de-gênero-no-mercado-
de-trabalho-desafios-e-solucoes/
No trecho: “É por isso que acredito muito na importância da representatividade feminina. Eu sei que a questão das cotas é um tema delicado, mas, para mudarmos a cultura, às vezes, a implementação de medidas punitivas, como as cotas, pode ser necessária”, a crase foi utilizada corretamente em “às vezes”?
Alternativas
Q2493276 Português
Leia o texto I abaixo que serve de referência para análise da questão.

As habilidades profissionais que inteligência artificial ainda não consegue replicar

        Um relatório do grupo financeiro Goldman Sachs, publicado em 2023, estima que a inteligência artificial capaz de gerar conteúdo realiza um quarto de todo o trabalho realizado por seres humanos. Segundo o relatório, trezentos milhões de empregos serão perdidos para a automação em toda a União Europeia e nos Estados Unidos.
        As consequências seriam desastrosas, de acordo com Martin Ford, autor do livro "A regra dos robôs: como a inteligência artificial transformará tudo". "Não é algo que acontecerá apenas individualmente, mas sim, de forma bastante sistêmica", diz ele. Isso traz consequências não só para alguns indivíduos, mas para toda a economia."
        Felizmente, nem tudo são más notícias. Os especialistas fazem uma ressalva: ainda existem coisas que a inteligência artificial não faz, tarefas que envolvem qualidades claramente humanas, como a inteligência emocional e o pensamento criativo.
        Por isso, mudar para funções centralizadas nestas habilidades ajuda a redução das chances de substituição pela inteligência artificial.
        "Existem três categorias gerais que estarão protegidas no futuro próximo", afirma Ford.
        "Primeiro, os empregos genuinamente criativos. Você não faz um trabalho previsível, nem simplesmente reorganiza as coisas. Você cria novas ideias e constrói algo novo."
        Isso não significa, necessariamente, que todos os empregos considerados "criativos" estejam seguros. Na verdade, atividades como o design gráfico e relacionadas às artes visuais estão entre as primeiras a desaparecer. Algoritmos básicos podem orientar um robô a analisar milhões de imagens, permitindo que a inteligência artificial domine instantaneamente a estética.
        Mas existe alguma segurança em outros tipos de criatividade, segundo Ford: "Na ciência, na medicina e no direito, pessoas geram novas estratégias legais ou comerciais, continuando em seus empregos."
        A segunda categoria protegida, de acordo com Ford, é a dos empregos que exigem relações interpessoais sofisticadas. Ele destaca enfermeiros, consultores comerciais e jornalistas investigativos.
        A terceira zona segura, na opinião de Ford, é a dos "empregos que realmente exigem muita mobilidade, agilidade e capacidade de solução de problemas em ambientes imprevisíveis". Muitos empregos no setor de serviços - eletricistas, encanadores, soldadores etc. - se encaixam nesta classificação. "São tipos de trabalho em que você lida com uma nova situação o tempo todo", acrescenta ele. Para automatizar trabalhos como estes, você precisaria de um robô de ficção científica. Você precisaria do C3PO de Star Wars."
        Embora os empregos que se enquadram nestas categorias continuarão ocupados por seres humanos, isso não significa que essas profissões estejam protegidas contra a ascensão da inteligência artificial. Na verdade, segundo a professora de economia trabalhista Joanne Song McLaughlin, da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, a maioria dos empregos, independentemente do setor, tem aspectos que serão automatizados pela tecnologia.
        Para ela, "em muitos casos, não existe ameaça imediata aos empregos, mas as tarefas mudarão". Os empregos humanos ficarão mais concentrados nas habilidades interpessoais, segundo McLaughlin.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51pddezq0go. Adaptado.
Marque a alternativa cuja palavra destacada esteja classificada corretamente segundo a Morfologia.
Alternativas
Q2492961 Português

Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.


Usinas a carvão são o Stonehenge da era do carbono, diz ONG que quer preservar torres




(Ivan Finotti. https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2024/03/usinas-a-carvao-sao-ostonehenge-da-era-do-carbono-diz-ong-que-quer-preservar-torres.shtml. 12.mar.2024)

Em 1968, o complexo ganhou um prêmio de arquitetura que o descrevia como "uma imensa obra de engenharia de grande estilo, que, longe de desvalorizar a cena visual, atua como um ímã para o olho de muitas partes do vale do Trent e a várias milhas de distância". (L.40-45) No período acima há
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