Questões de Concurso
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Genialidade em crianças
Quais são os fatores que influenciam na formação de um pequeno gênio? E será que é possível estimular a inteligência, ou ao menos determinadas capacidades, desde cedo?
Para encontrar respostas a essas e outras perguntas, a BBC Brasil conversou com a médica Magda Nunes, professora titular de Neurologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e pesquisadora do Instituto do Cérebro (InsCer), em Porto Alegre.
As evidências científicas mais recentes apontam que há uma série de fatores que, juntos, explicam esses casos, segundo a neuropediatra.
"Primeiramente, deve existir alguma base genética para isso, embora ainda não tenhamos encontrado genes específicos relacionados a essa questão", pontua ela.
"Em segundo lugar, precisamos levar em conta o ambiente em que a criança é criada, pois há um impacto direto nas questões comportamentais e cognitivas", complementa a neuropediatra.
Em termos práticos, se o indivíduo recebe desde cedo estímulos intelectuais adequados à idade, isso ajuda a estimular o cérebro e determinadas capacidades.
"Um ambiente favorável não é lotado de brinquedos caros. O mais importante é crescer em uma casa onde essa criança é estimulada, cuidada e amada", ensina Nunes.
Um estudo feito por instituições finlandesas, suecas, austríacas, espanholas e alemãs publicado em 2022 analisou quais eram os determinantes de uma performance cognitiva avançada de crianças e adolescentes.
Os autores concluíram que um conjunto de atividades traz benefícios em termos de inteligência quando elas são desafiadoras do ponto de vista cognitivo.
"A leitura está associada ao desempenho cognitivo, independentemente da idade, e deve ser promovida", destacam eles.
Ainda na seara dos fatores externos, não dá para ignorar o impacto da boa alimentação e da prática de atividade física. Estudos mostram que ambos influenciam no desenvolvimento cognitivo em qualquer faixa etária.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/czdlv50445po. Adaptado.
Conjugando o verbo destacado no pretérito mais que perfeito do indicativo, tem-se:
Texto CB2A1
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um locaute, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que, obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido, conseguirão não sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
Rubem Braga. O padeiro (com adaptações).
Considerando aspectos linguísticos do texto CB2A1, julgue o item a seguir.
No quinto parágrafo, as formas verbais “aprendera”,
“acontecera” e “atendera” estão flexionadas no pretérito
mais-que-perfeito do modo indicativo e denotam ações que
ocorreram em momento anterior ao da ocorrência de outras
ações no passado, expressas, no texto, pelas formas verbais
“abriu” e “Explicou”.