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Q2504246 Português
Desafios do crescimento urbano no Brasil


No momento em que se discute novo pacto federativo para o país, é importante avaliar os desafios inerentes ao desenvolvimento dos municípios, a começar pela informação de que, a cada semana, 1,4 milhão de pessoas, em todo o mundo, migram para o meio urbano. Isso significa dizer que, a cada sete dias, a civilização global precisa prover alimentação, moradia, transportes, empregos, serviços de saúde e educação para uma nova Porto Alegre (população da capital gaúcha é de 1,48 milhão de habitantes — IBGE/2019).
O fulminante ritmo da urbanização e crescimento populacional, que acontece nas cidades, além dos problemas intrínsecos à dificuldade de atender às necessidades básicas dos indivíduos e famílias, pode sobrecarregar as capacidades locais, contribuindo para aumentar o risco de ocupações desordenadas e desastres naturais.
Invasões, loteamentos clandestinos sem nenhum tipo de infraestrutura de saneamento básico, queimadas, obstrução e poluição de rios e córregos e desmatamento sem compensações são alguns dos efeitos colaterais da incapacidade de resposta do Estado que provocam graves danos urbano-ambientais. Os problemas inerentes ao acelerado crescimento das populações urbanas são mais graves nos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. Aqui, como em outras nações, a demanda mais premente refere-se ao deficit habitacional. Trata-se de prioridade, pois habitação digna é o portal da cidadania. Sua ausência agrava a exclusão, gera a ocupação irregular do solo e provoca graves consequências socioambientais.
O deficit habitacional brasileiro, de 7 milhões de moradias, tem múltiplas causas, sendo as principais: falta de planejamento de longo prazo; restrições ambientais; dependência de verbas públicas; crédito caro; legislações urbanísticas elitistas; judicialização de projetos aprovados; leniência com ocupações irregulares; inexistência de políticas públicas que incentivem investimentos privados; e aversão ao adensamento e verticalização. 


(Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/opiniao/2020/01/11/. Acesso em: 27/02/2024.)
Acerca dos elementos linguísticos usados nesse texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) Em “Trata-se de prioridade, pois habitação digna é o portal da cidadania.”, todas as palavras estão empregadas no sentido denotativo.

( ) Em “O fulminante ritmo da urbanização”, a anteposição do adjetivo ao substantivo sugere um posicionamento subjetivo do autor em relação ao tema abordado nesse artigo de opinião.

( ) Ocorreria alteração de sentido se, no trecho “Os problemas inerentes ao acelerado crescimento das populações urbanas”, o adjetivo destacado fosse substituído por intrínsecos.

( ) As palavras federativo, civilização, judicialização, inexistência são formadas pelo processo de derivação.


Assinale a sequência correta. 
Alternativas
Q2504134 Português
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          Carnaval não é o ópio do povo, é a alegria de um povo que sofre as decepções de um país combalido por corrupções e injustiças. Carnaval é vestir a máscara de uma ilusão passageira, que tem como ponto negativo a efemeridade e como positivo repetir-se a cada ano.


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       Em suma, o bom é aproveitar estes poucos dias de folia, sem excessos e degustando nestes quatro dias, que ampliamos para uma semana ou mais, a magia do carnaval. Perder a festa e a plenitude de sua beleza é perder o trem da alegria, é descarregar a agressividade nos trilhos, é dar vazão à tristeza, ao sentimento de incapacidade e de fracasso pelo não compartilhamento de algo que ainda não se desenvolveu: o sonho com uma realidade possível a estender-se por todo o ano.


       Seria bom se tivéssemos dentro de nós um carnaval no dia a dia, que nos permitisse fantasiar, sonhar e, ao mesmo tempo, viver a realidade nua e crua, sempre com olhos que fantasiem, mas que se mantenham dentro do mundo real.


(MOURA, M. E. dos S. Disponível em https://primeirapagina.com.br/. Acesso em: 12/02/2024.)
A coesão textual é responsável pela relação de sentido entre as partes de um texto, contribuindo para que o leitor compreenda-o adequadamente. Sobre a coesão e elementos coesivos no texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) No trecho Carnaval é vestir a máscara de uma ilusão passageira, que tem como ponto negativo a efemeridade e como positivo repetir-se a cada ano., há coesão por elipse, ou seja, omissão de palavras sem que ocorra prejuízo do sentido.

( ) No trecho pelo não compartilhamento de algo que ainda não se desenvolveu: o sonho com uma realidade possível a estender-se por todo o ano., ocorre um recurso coesivo que antecipa uma ideia, ou seja, uma coesão por catáfora.

( ) No último parágrafo, as ocorrências do pronome relativo que referem-se ao mesmo sentido dado anteriormente no texto, exemplificando a coesão sequencial.

( ) A expressão Em suma pertence ao grupo de elementos coesivos também chamados de operadores argumentativos, que indicam conclusão de uma ideia.

Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q2504127 Português
Bonitas mesmo


       Quando é que uma mulher é realmente bonita? No momento em que sai do cabeleireiro? Quando está numa festa? Quando posa para uma foto? Clic, clic, clic. Sorriso amarelo, postura artificial, desempenho para o público. Bonitas mesmo somos quando ninguém está nos vendo.

          Atirada no sofá, com uma calça de ficar em casa, uma blusa faltando um botão, as pernas enroscadas uma na outra, o cabelo caindo de qualquer jeito pelo ombro, nenhuma preocupação se o batom resistiu ou não à longa passagem do dia. Um livro nas mãos, o olhar perdido dentro de tantas palavras, um ar de descoberta no rosto. Linda.

      Caminhando pela rua, sol escaldante, a manga da blusa arregaçada, a nuca ardendo, o cabelo sendo erguido num coque malfeito, um ar de desaprovação pelo atraso do ônibus, centenas de pessoas cruzando-se e ninguém enxergando ninguém, ela enxuga a testa com a palma da mão, ajeita a sobrancelha com os dedos. Perfeita.

         Saindo do banho, a toalha abandonada no chão, o corpo ainda úmido, as mãos desembaçando o espelho, creme hidratante nas pernas, desodorante, um último minuto de relaxamento, há um dia inteiro pra percorrer e assim que a porta do banheiro for aberta já não será mais dona de si mesma. Escovar os dentes, cuspir, enxugar a boca, respirar fundo. Espetacular.

       Dentro do teatro, as luzes apagadas, o riso solto, escancarado, as mãos aplaudindo em cena aberta, sem comandos, seu tronco deslocando-se quando uma fala surpreende, gargalhada que não se constrange, não obedece à adequação, gengiva à mostra, seu ombro encostado no ombro ao lado, ambos voltados pra frente, a mão tapando a boca num breve acesso de timidez por tanta alegria. Um sonho.

        O carro estacionado às pressas numa rua desconhecida, uma necessidade urgente de chorar por causa de uma música ou de uma lembrança, a cabeça jogada sobre o volante, as lágrimas quentes, fartas, um lenço de papel catado na bolsa, o nariz sendo assoado, os dedos limpando as pálpebras, o retrovisor acusando os olhos vermelhos e mesmo assim servindo de amparo, estou aqui com você, só eu estou te vendo.


(MEDEIROS, M. Coisas da vida. Rio de Janeiro, 2005.)
Em qual parágrafo do texto, a cronista revela o fato de que não vê nas pessoas preocupação com o outro?
Alternativas
Q2502480 Português
Assinale a alternativa que contém um sinônimo para a palavra destacada em “(...)fui acusado na minha honra e, pior, apontado como alguém de mente SENIL”:
Alternativas
Q2502479 Português
A questão terá como base os textos a seguir:

Texto 01:

        A tensão política entre as Organizações Globo e o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel de Moura Brizola atingiu o ápice em 1992, após as polêmicas envolvendo a construção do Sambódromo e a transmissão do carnaval pela TV Manchete. Em entrevista, Brizola sugere a Marcello Alencar, então prefeito da cidade, que deveria cancelar o contrato de concessão de exclusividade na transmissão do carnaval carioca com a Rede Globo. Com esta ameaça às receitas publicitárias oriundas da transmissão carnavalesca, o jornal “O Globo” publicou editorial sob o título “Para Entender a Fúria de Brizola”, por meio do qual proferiu diversas ofensas ao ex-governador, chamando-o de “senil”, “agressor da liberdade de imprensa através do seu espírito totalitário” e insinuando que detinha “declínio de saúde mental” e “deprimente inaptidão administrativa. 
        Em 15 de março de 1994, após longa discussão judicial, Brizola obteve sentença favorável da 18ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a qual concedeu o direito de resposta ao ofendido e obrigou o Jornal Nacional a veiculála.33 Em sua réplica, respondeu que sua honra teria sido ofendida e que não reconhecia autoridade na Rede Globo em matéria de liberdade de imprensa, além de outras acusações. A transmissão da resposta de Leonel Brizola, independentemente de seu conteúdo, representou um marco histórico na liberdade de imprensa, eis que importou na primeira grande derrota política dos meios de comunicação, sob a égide da Constituição Federal de 1988, como uma rachadura no monopólio das comunicações no Brasil. Além disso, pela primeira vez após a ditadura e num ambiente democrático, a liberdade de imprensa havia sido restringida em prol da proteção da honra de um agente político, ou seja, em favor de um direito da personalidade.

(Trecho da Monografia de Milton Wagner da Silva: “Isso é calúnia! A regulamentação do Direito de Resposta e o possível uso abusivo por agentes públicos”. Universidade Federal do Paraná: Curitiba, 2016). 



Texto 02:

“(...) O declínio de saúde mental pode acontecer a qualquer momento da vida e as suas causas, em geral, são ainda hoje muito mal conhecidas da medicina. Quando este mal afeta um governante, a situação se torna particularmente delicada: nessa hipótese, não há como exigir-se atestado de sanidade. Os próprios diagnósticos são discutíveis. Os bons observadores detectam cedo o desequilíbrio, mas é difícil distinguir com precisão o ponto de ruptura definitiva. (...)”

(Trecho do Editorial “Para entender a fúria de Brizola”, O País, p. 5, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1992).


Texto 03:

Todos sabem que eu, Leonel Brizola, só posso ocupar espaço na Globo quando amparado pela Justiça. Aqui citam o meu nome para ser intrigado, desmerecido e achincalhado perante o povo brasileiro. Quinta-feira, neste mesmo Jornal Nacional, a pretexto de citar editorial de ‘O Globo’, fui acusado na minha honra e, pior, apontado como alguém de mente senil. Ora, tenho 70 anos, 16 a menos que o meu difamador Roberto Marinho, que tem 86 anos. Se é esse o conceito que tem sobre os homens de cabelos brancos, que o use para si. Não reconheço à Globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa, e basta para isso olhar a sua longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura de 20 anos, que dominou o nosso país. Todos sabem que critico há muito tempo a TV Globo, seu poder imperial e suas manipulações. Mas a ira da Globo, que se manifestou na quinta-feira, não tem nenhuma relação com posições éticas ou de princípios. É apenas o temor de perder o negócio bilionário, que para ela representa a transmissão do Carnaval. Dinheiro, acima de tudo. Em 83, quando construí a passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar de todas as formas o ponto alto do Carnaval carioca. Também aí não tem autoridade moral para questionar. E mais, reagi contra a Globo em defesa do Estado do Rio de Janeiro que por duas vezes, contra a vontade da Globo, elegeu-me como seu representante maior. E isso é que não perdoarão nunca. Até mesmo a pesquisa mostrada na quinta-feira revela como tudo na Globo é tendencioso e manipulado. Ninguém questiona o direito da Globo mostrar os problemas da cidade. Seria antes um dever para qualquer órgão de imprensa, dever que a Globo jamais cumpriu quando se encontravam no Palácio Guanabara governantes de sua predileção. Quando ela diz que denuncia os maus administradores deveria dizer, sim, que ataca e tenta desmoralizar os homens públicos que não se vergam diante do seu poder. Se eu tivesse as pretensões eleitoreiras, de que tentam me acusar, não estaria aqui lutando contra um gigante como a Rede Globo. Faço-o porque não cheguei aos 70 anos de idade para ser um acomodado. Quando me insulta por nossas relações de cooperação administrativa com o governo federal, a Globo remorde-se de inveja e rancor e só vê nisso bajulação e servilismo. É compreensível: quem sempre viveu de concessões e favores do Poder Público não é capaz de ver nos outros senão os vícios que carrega em si mesma. Que o povo brasileiro faça o seu julgamento e na sua consciência lúcida e honrada separe os que são dignos e coerentes daqueles que sempre foram servis, gananciosos e interesseiros.

(Direito de Resposta de Leonel Brizola, publicado no Jornal Nacional em 15 de março de 1994. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=UlpJKn_LXR8).
Podemos dizer que o texto 03 estaria inserido predominantemente em que tipo textual?
Alternativas
Respostas
241: B
242: B
243: B
244: C
245: A