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Q2411694 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


VICIADOS EM APLICATIVOS


Ao deixar decisões com o mundo virtual, afeto minha criatividade.

De uns tempos para cá, ninguém mais dirige sem Waze. Mesmo sabendo o caminho, as quebradas, os truques. Confesso: conheço bastante bem São Paulo e mal sei usar o aplicativo. Não que eu seja contra. Há muitos anos, no Japão, fiquei deslumbrado com a possibilidade de chegar aonde quisesse. O aplicativo também me salvou em uma viagem à Alemanha. Quando o Waze desembarcou aqui, achei ótimo. Mas aí estava com um amigo, indo para minha casa. Um caminho conhecidíssimo ele botou o Waze.

- É melhor - respondeu ele, com expressão de esfinge.

Fomos. O trajeto congestionado. Propus uma rota alternativa. O motorista não gostou. Deu uma guinada à direita.

-Porque virou?

-O Waze mandou. Aqui está vazio.

Estava. Todos os veículos, todos viraram imediatamente na mesma direção, congestionando toda a rua. Óbvio. O aplicativo dissera para fazerem o mesmo. E aí foi: uma sucessão de conversões, desvios, para chegar a novos congestionamentos. Quem vive há muito tempo em uma cidade tem seus truques. O Waze segue a lógica, inclusive de quilometragem. Mas não dá margem ao jeitinho pessoal, que é, frequentemente, a salvação. Por exemplo, seu eu vou para o Rio de Janeiro, quero pegar a Ayton Sena, que é uma rodovia mais tranquila em termos de caminhões. O Waze sempre indica a Dutra. Quando há outro no volante, começa a briga.

- Vai pela direita.

- O Waze está mandando à esquerda.

- Mas eu prefiro..

- É melhor. Diz que está vazia.

- ENTRA Á DIREITADE UMAVEZ!

Mas a questão não é exatamente essa. Motoristas experientes abdicam de todo seu conhecimento. Anos de tráfego para não pensarem um segundo sequer no caminho.

Não sou maluco por aplicativo. Até hoje não incorporei a Siri à minha vida. Fico satisfeita em teclar. Sim, é uma facilidade. Temos de viver entre tantas.

Existe uma tal Alexia, que torna a casa inteligente. Uma companheira. Lê as notícias, toca música, prevê o tempo. Controla a casa. Pede comida. Até conta piadas. Há também a Siri, já citada aqui, e o Google Home, Aplicativos que cuidam da sua, da minha, da nossa vida.

Fazem parte de uma mesma tendência. Deixar tarefas e decisões por conta do mundo virtual. Ninguém mais tem de escolher uma música. Basta abrir uma lista do Spotfy, que nem precisa ser sua mesmo, mas de alguém que você admira. É fascinante. Mas sinto que cada vez mais me torno menos criativo. Se eu sigo o caminho do Waze, nunca entrarei por acaso em uma ruazinha diferente e apaixonante. Se me entrego à Alexia, algo do meu estilo e modo de ser estará se transformando.

Não importa o que eu diga agora, sempre será incrivelmente careta. Os aplicativos estão aí, mais cedo ou mais tarde também me entregarei a eles, e assim o mundo vai. Só me pergunto: cada vez que eu abdicar de uma pequena capacidade de tomar decisões, não estarei abrindo mão de uma partezinha de minha humanidade?


Fonte: CARRASCO, Walcir, VEJA, 20 de agosto 2021.

Leia o excerto a seguir: (...) fiquei deslumbrado com a possibilidade de chegar aonde quisesse.”. Sobre ele, é adequado afirmar:

Alternativas
Q2411132 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


Uma borboleta bate asas na China...

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...e a situação fica como a teoria do caos gosta: imprevisível

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Estaria um inimigo invisível e incontrolável perto de retirar o “mandato do céu” de Xi Jinping? Nas entranhas da web, apesar de todos os mecanismos de censura, isso já não é um tabu. O mandato celestial é o milenar conjunto de crenças e tradições filosóficas que sustentava a legitimidade do imperador. Tipo uma pesquisa de opinião: o governante justo podia perder a proteção divina se pisasse na bola. E lá se ia junto o trono do dragão.

O efeito coronavírus, como o bater das asas da borboleta que provoca um tufão do outro lado do mundo, segundo a teoria do caos, está derrubando muitas ideias preconcebidas. Uma das mais arraigadas é que o infinito mar humano da maior população mundial aceita passivamente tudo o que emana de uma liderança que parece inabalável, contanto que o contrato social de melhoria coletiva do padrão de vida seja mantido. Para a eventualidade de não aceitar, a “ditadura perfeita” tem o maior arsenal de controle social de todos os tempos. Inteligência artificial, reconhecimento facial, comando total sobre os megadados. Nos casos específicos, os drones que sobrevoam casas de confinados pela epidemia e avisam que não podem sair, precisam usar máscaras e respeitar as regras. Falhando tudo isso, aparecem policiais que dão umas varadas nos recalcitrantes.

As cenas que rodam a internet são extraordinariamente parecidas, exceto pelos recursos da alta tecnologia, com as da Campanha contra as Quatro Pragas. O imperador era Mao Tsé-tung, a China de 1958 era um desastre de saúde pública e os objetivos eram elevados: eliminar as pragas que espalhavam doenças infecciosas ou comiam os grãos de arroz que mal davam para encher uma pequena tigela, alimentação-padrão da grande maioria na época. O resultado foi orgulhosamente contabilizado: eliminaram-se 1 bilhão de pardais, 1,5 bilhão de ratos, 100 milhões de quilos de moscas e 11 milhões de quilos de pernilongos. Os pardais morriam por exaustão, obrigados a voar, sem parar, por massas incansáveis que batiam panelas e agitavam varas de bambu. Deu em desastre. Outros insetos proliferaram, sem seus predadores naturais. Combinada com o Grande Salto Adiante, o tosco e alucinante plano de coletivização e industrialização do campo, a Campanha contra as Quatro Pragas provocou fome em escala inimaginável. Agricultores eram obrigados, sob tortura, a trabalhar até a morte. Se demorassem, eram enterrados vivos.

A China de hoje é paradisiaca comparada a esse passado nem tão distante. Xi Jinping comanda a arrancada para o posto de superpotência dominante e faz tudo para parecer um “bom imperador”. A demora em reconhecer a gravidade da epidemia já está sendo punida no nível regional. Ele tem a situação sob controle, talvez sua palavra predileta? Impossível responder. A peste negra, que consumiu um terço da população da Europa no século XIV, começou na China, onde são endêmicos os ratos e outros roedores portadores da pulga que transmite a bactéria Yersinia pestis. A epidemia pode ter devorado quase metade da população de 120 milhões de chineses da época, precipitando a queda da dinastia Yuan, fruto do domínio mongol na China. Uma bactéria que derruba impérios é uma metáfora perfeita para a teoria do caos. Quem melhor do que Xi Jinping, o imperador que aposta tudo na estabilidade, para saber disso?

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(GRYZINSKI, Vilma. Revista Veja. 19.02.2020. p.75)

Sobre o primeiro parágrafo do texto, é inadequado afirmar:

Alternativas
Q2410545 Português

TEXTO 01


O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 01 a 14.


VERDADES


Certa vez, um sultão de coração frio, sonhou que havia perdido todos os dentes.

Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

"Que desgraça senhor!", exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"

"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa!"

Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.

Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.

O outro sábio chegou e disse:

"Senhor, uma grande felicidade vos está reservada: o sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes"!

A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.

Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:

Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega! No entanto, ele levou as chicotadas, e você, moedas de ouro!"

Respondeu, então, o sábio:

"Lembre-se sempre, amigo, de que tudo depende da maneira de dizer as coisas".

Esse é um dos desafios em nossos relacionamentos.

Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, pois as palavras têm força, têm poder.

Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra.

A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença.

Que aprendamos a pronunciar palavras que elevam, que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e nas equipes de trabalho!


http://www.linguagemdireta.com.br/verdades/ - Adaptado

No trecho "Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, POIS as palavras têm força, têm poder.", se alterarmos a palavra destacada por outro de mesmo sentido, teremos:

Alternativas
Q2410377 Português

Há erro de colocação pronominal na seguinte alternativa:

Alternativas
Q2410376 Português

Analise o título da reportagem a seguir:


(Reportagem)


Empreendedorismo: saiba como e porquê investir no mercado de Certificação Digital


(Fonte adaptada: https://cryptoid.com.br> Acesso em 08 de setembro de 2021)

Sobre a palavra “porquê” empregada acima, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Respostas
246: D
247: C
248: D
249: D
250: B