Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q2394358 Português
TEXTO I


Aula de religião


            Magricela como a Olívia Palito, mulher de Popeye, parecia um galho seco dentro do vestido escuro. Era antipática e ranzinza. Usava óculos de lentes grossas: não enxergava direito, vivia confundindo um aluno com outro.

          A aula de religião não contava ponto nem influía na nossa média, mas a diretora nos obrigava a frequentar.

          Um dia apareceu uma barata na sala de aula. Descobrimos então que Dona Risoleta tinha um verdadeiro horror de baratas: soltou um grito, apontou a bichinha com o dedo trêmulo e subiu na cadeira, pedindo que matássemos. Era uma barata grande, daquelas cascudas. A classe inteira se mobilizou para matá-la. Foi aquele alvoroço.



(SABINO, Fernando. Menino no espelho.
Rio de Janeiro, Record, 1990, p.113)
Considere a frase “Era antipática e ranzinza”. O vocábulo “ranzinza” pode ser substituído, nesse contexto, sem prejuízo de significado por:
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Q2394168 Português


Disponível em: <https://fotografia.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 05 ago. 2023.


A fala do segundo balão do texto ilustra que, no processo de construção do sentido, há usos de palavras que necessitam
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Q2394165 Português
Sonho de lesma


Moacyr Scliar



      Ela nasceu lesma, vivia no meio de lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.

        A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.

      Assim pensando, resolveu sacrificar a vida por seu ideal. Para isso, traçou um plano: tinha de dar um jeito de acabar em uma cozinha refinada. O que não seria tão difícil. Perto dali havia uma horta onde eram cultivadas alfaces: belas e selecionadas alfaces, de folhas muito crespas. Alfaces destinadas a gourmets, sem dúvida. Uma dessas alfaces, raciocinou a lesma, me levará ao destino que almejo. Foi até a horta, à doida velocidade de meio quilômetro por hora, e ocultou-se no vegetal. Que, de fato, foi colhido naquele mesmo dia e levado para ser consumido.

      Infelizmente, porém, a alface não fazia parte de um prato francês, mas sim de um popular e globalizado lanche. Quando a consumidora foi comê-lo constatou, horrorizada, a presença da lesma. Chamado, o gerente a princípio negou a evidência: disse que aquilo era um vestígio de óleo queimado. O que deixou a lesma indignada: eu não sou óleo queimado, bradava, eu sou uma criatura, e uma criatura com um sonho, respeitem meu sonho ou será que, para vocês, nada mais é sagrado, só o direito do consumidor?

      Ninguém a ouviu, claro. Foi ignominiosamente jogada no lixo, junto com suas ilusões de grandeza. E assim descobriu que, quem nasceu para lesma nunca chega a escargot, mesmo viajando de carona em certas alfaces, principalmente viajando de carona em certas alfaces.


SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 145-146.
Em algumas partes do texto, para evitar a repetição do substantivo “lesma”, essa palavra poderia ser substituída pelo 
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Q2393896 Português
Texto CG2A1

        Foi em 1975 que a Organização das Nações Unidas (ONU) começou a celebrar o dia 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres, na busca por evidenciar a discussão sobre a importância da igualdade de gênero, do combate à violência e da garantia dos direitos de meninas e mulheres. Mas a celebração tem suas origens no começo do século XX, em manifestações ligadas aos direitos das mulheres trabalhadoras.
         A data passou a ser definitivamente estabelecida a partir do dia 8 de março de 1917, com a realização de uma manifestação de operárias por pão e paz, na atual cidade de São Petersburgo, na Rússia. Nove anos antes, em 8 de março de 1908, já havia ocorrido um encontro massivo em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), em defesa do sufrágio universal, com a presença de um comitê feminino local para apoiar o voto das mulheres.
         No Brasil, as mulheres só passaram a exercer o direito ao voto em 1932. As casadas, porém, só o puderam fazer em 1934, e até 1962 elas só podiam trabalhar fora se o marido anuísse.
         Atualmente, a presença das mulheres na educação brasileira é forte. Hoje, as meninas apresentam, inclusive, maior sucesso na trajetória escolar. Entre a população adulta com mais de 25 anos de idade, 49,5% das mulheres e 45% dos homens concluíram o ensino médio, de acordo com dados da PNAD Contínua 2018. No ensino superior, elas compõem 55% das matrículas de graduação. Na docência, esse fato se repete: elas também são maioria.
         Ainda assim, nem tudo é um mar de rosas. Conforme as mulheres vão progredindo na carreira acadêmica, por exemplo, esse cenário muda. No Brasil, apenas um em cada quatro pesquisadores seniores são mulheres. A maternidade e a desigualdade na divisão das tarefas domésticas são alguns dos fatores que dificultam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal das mulheres — mas não dos homens.

Internet:: <www.cenpec.org.br>  (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo a aspectos linguísticos do texto CG2A1.


No segundo período do terceiro parágrafo, a forma verbal “anuísse” tem o mesmo sentido de assentisse.

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Q2393796 Português
Acreditar em bobagens

Por Natalia Pasternak e Carlos Orsi


        Uma definição comum de “agente racional” é alguém que tem objetivos, crenças sobre como melhor alcançá-los e que age de acordo. Note-se que a definição omite a natureza das crenças em si. Se alguém acredita que o horóscopo do jornal é uma fonte confiável de orientações sobre o dia a dia, estará sendo perfeitamente racional ao obedecer às exortações do astrólogo.

        A constatação de que as crenças que carregamos na vida podem fazer com que qualquer tolice pareça claramente razoável não é nova. Atribuída a Voltaire, a frase “quem o leva a acreditar em absurdos pode levá-lo a cometer atrocidades” ganha especial relevância nesta era de redes sociais e aplicativos de mensagens, quase 250 anos depois da morte do filósofo francês. Cem anos após Voltaire, outro filósofo, o inglês William Clifford, formulava o princípio de que toda pessoa tem o dever moral de fazer uma cuidadosa curadoria das coisas em que acredita, eliminando tudo o que seja mal embasado — exatamente para que a racionalidade não redunde em atrocidades.

      Trata-se, porém, de dever muito mais fácil de enunciar que de cumprir. Adquirimos ou sustentamos crenças o tempo todo, pelos mais variados motivos — porque é confortável acreditar em certas coisas, porque aceitar ou negar fatos nos oferece uma desculpa para fazer o que temos vontade de fazer, porque nossos pais, amigos, amantes, sacerdotes, sócios, colegas e vizinhos esperam, cada um a seu modo, conformidade de nós. Outras nos são empurradas pelo marketing e pela publicidade incessantes.

            Num ambiente tão carregado, como fazer uma curadoria adequada? Quem tem o tempo, ou os meios, para isso?

           Existem, é claro, diversos tipos de crença, com diferentes potenciais de dano. Acreditar que existem unicórnios azuis na Galáxia de Andrômeda provavelmente não fará mal a ninguém. As mais perigosas, quando falsas ou mal embasadas, são as que dizem respeito à realidade sensível, concreta, imediata — as que podem levar pessoas racionais e bem-intencionadas a gastar as economias de uma vida ou pôr a saúde — própria ou de entes queridos — em risco.

          Por sorte, esse é o tipo de crença para o qual a humanidade desenvolveu um filtro fantástico: a ciência. Todas as ciências, com seus diferentes métodos, buscam descrever e explicar a realidade sensível e concreta — seja a composição de uma rocha, a causa de uma doença, a origem de um povo — com base nas evidências de melhor qualidade, num sistema em que nenhum especialista está acima da crítica dos colegas, e toda conclusão sempre pode ser revisada mais tarde, à medida que o conjunto de evidências disponíveis cresce, e as interpretações amadurecem.

     Existem, no entanto, sistemas que, rejeitados pelo filtro científico, dedicam-se a fazer exatamente o contrário do que as ciências propõem — idolatrando a palavra infalível de “gênios” fundadores, inventando malabarismos para descartar boas evidências, resistindo a revisões significativas — e sobrevivem na cultura como fonte de crenças pretensamente válidas a respeito da realidade concreta. São chamados de pseudociências.

       Analisamos 12 delas em nosso livro “Que bobagem!”, lançado neste mês pela Editora Contexto. A análise detalhada é necessária para que o carimbo de “pseudociência” seja uma conclusão lógica, não mero pejorativo, e para que o leitor compreenda o aspecto histórico e cultural desses sistemas e como exatamente eles alegam curar, resolver, explicar. Alguns, como astrologia, tendem a ser vistos como passatempos inócuos; outros, como a psicanálise ou a homeopatia, ainda se encontram entrincheirados na academia. Mas todos infectam a racionalidade e, em determinados contextos, têm potencial de concretizar o temor de Voltaire, promovendo absurdos e causando atrocidades.


Disponível em: <https://oglobo.globo.com> Acesso em: 9 de jul. de 2023
Considerando o texto em sua totalidade, no período “Num ambiente tão carregado, como fazer uma curadoria adequada?”, o substantivo “curadoria” pode ser substituído pelo
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Respostas
286: B
287: C
288: B
289: C
290: A