Questões de Concurso

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Q2437769 Português

Texto 01 (Questões de 01 a 14)


Bibliotecas


Márcio Tavares D'Amaral


A biblioteca de Alexandria foi a maior da Antiguidade. Fundada no século III a.C., teve a missão de engaiolar ao menos um exemplar de todos os livros escritos no mundo. Setecentos mil rolos e papiros foram protegidos pelas suas paredes! Estava aberta a todas as áreas da poderosa inquietação que nos move a ser e saber mais do que temos sabido e sido. Uma fonte, uma torrente, uma gula de inundar desertos. A biblioteca de Alexandria existiu de verdade. E, tendo sido destruída, é também, até hoje, para quem gosta de livros, um mito. A mãe das bibliotecas. A casa dos sábios.

Alguns dos nossos fundadores trabalharam nela e inventaram uma parte da nossa cultura, a que, dizem hoje alguns, perdeu sua força e vai para as gôndolas de perfumaria no megamercado do mundo. Custa crer. Se ela não tivesse sido incendiada, bastaria ir lá, intoxicar-se com o ar de séculos de poeira acumulada, respirar a História e desmentir essa profecia. Mas ela de fato foi incendiada. Setecentos mil livros! Se parássemos um pouco nossas correrias, poderíamos olhar com veneração para essa fogueira. Nela ardem também outras bibliotecas, aposentam-se da vida outros livros. É triste. E tem um sabor de símbolo nessa época voraz de informação. À época do Kindle, biblioteca portátil.

Pensem que Ptolomeu, o grande astrônomo que defendeu a ideia de que a Terra era o centro do universo, trabalhou lá. Como, antes dele, Aristarco de Samos, que, ao contrário, postulava o sol como centro, e a Terra como humilde circuladora em tomo da sua estrela. Não lhe deram ouvidos. Mas seu livro ficou lá, mudamente dando testemunho da verdade. Foi copiado. Escapou assim do incêndio. E cimentou parte do mundo que é o nosso. E Arquimedes? Também ele trabalhou ali. Pode ter encontrado entre suas prateleiras e armários a ideia extraordinária de com uma alavanca e um apoio mover o mundo, A biblioteca de Alexandria era uma alavanca. E um apoio. Moveu o mundo antigo, pai e mãe do nosso. E Euclides, cujo nome por vinte e três séculos, até o nosso XIX, foi sinônimo de matemática. Euclides também. Como Galeno, que frequentou aquelas salas e foi longamente o mestre da medicina. A mim encanta Hipatia. Foi diretora da Biblioteca, astrônoma e matemática. Mas, sobretudo, até o século XX, a única filósofa registrada na nossa corporação. A única mulher filósofa, É incrível. A filosofia é mulher. A solitária Hipatia aponta um dedo acusador para a nossa cultura de machos. Era pagã. Foi morta por cristãos durante uma sublevação. Também isso fala mal de nós. Devíamos pensar um pouco nessas coisas no tempo em que as bibliotecas, dizem, vão em breve se tornar obsoletas. Cabem num Kindle.

O incêndio da biblioteca de Alexandria é de autoria incerta. Já foi atribuído a Júlio César, e estaria envolvido na história de amor do cônsul romano com a rainha Cleópatra do Egito. Amor e poder, incêndio na certa. A história mais cenográfica é a da queima ordenada pelo governador do Egito logo depois da sua conquista pelo califa Omar. Teria sido em 646. E não um incêndio qualquer: os papiros e pergaminhos teriam sido levados para as caldeiras que esquentavam os banhos públicos e queimados lentamente, esquentando a água, dias a fio. Não tanto o incêndio do prédio: a biblioteca ela mesma, os livros, combustível para a água quente dos alexandrinos. Que imagem! Que sofrimento. Mas o mais provável é que o imperador romano a tenha incendiado de fato 50 anos antes, em 595, como ato de guerra. Guerras, destinos mortais de bibliotecas? Em todo caso, feridas no corpo da nossa história. A Inquisição e o Terceiro Reich também queimaram algumas. A leitura é a nossa arma de combate.

Bibliotecas não apenas guardam. Também geram. Quando, no século IX, Carlos Magno quis restaurar o Império do Ocidente destruído pelos germânicos, precisou de livros. A Europa conservara sua memória nas grandes bibliotecas dos mosteiros da Irlanda, Vieram, os monges e os livros. E a Europa começou de novo. E as universidades foram criadas - em torno de bibliotecas, A Universidade de Paris depois se chamou Sorbonne porque o colégio criado por Robert de Sorbon para moradia e lugar de trabalho para estudantes pobres tinha muitos livros. Os livros criaram a Sorbonne. Era assim, então.

Hoje bibliotecas não merecem mais a admiração quase religiosa dos tempos passados. A nossa cultura transforma-se rapidamente numa experiência de estocagem e uso de informação. Arquivamento e consumo. Temos o Kindle. O Kindle é que não haja a menor dúvida, uma das maravilhas da nossa civilização tecnológica. Cabem nele a biblioteca de Alexandria e as dos mosteiros irlandeses, talvez. É verdade. Mas não tem maciez. Não cheira. Não se desfaz, como os livros velhos. Não vive.

Quem tiver uns livros em casa, guarde-os. Se você ainda ama os livros, de fato, conserve-se. São pedaços de História. Podem desaparecer. Podem também salvar.


(Jornal O Globo, Sábado 5.9.2015. Texto adaptado)

Analise o trecho abaixo:


“[...] teve a missão de engaiolar ao menos um exemplar de todos os livros [...]".(1º§)


Como é denominado o processo de formação de palavras que deu origem ao termo “engaiolar"?

Alternativas
Q2437523 Português

Com relação às classes de palavras, observar a sentença abaixo, atentando-se para as palavras sublinhadas, e assinalar a alternativa CORRETA quanto à classificação:


Os dados corroboram esses fatos: de 2014 a 2018, a emissão de carteiras de habilitação caiu 32% em todo o País...

Alternativas
Q2437520 Português

Peixe-leão já é encontrado em oito estados brasileiros


O peixe-leão, espécie nativa do Indo-Pacífico, já pode ser encontrado em oito estados brasileiros. As informações são da Universidade Estadual Paulista (UNESP). De acordo com pesquisadores da instituição, desde março de 2022, o peixe já foi visto no Amapá, no Pará, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Paraíba.

Para os estudiosos, a presença crescente do peixe-leão na costa brasileira é preocupante. Isso porque ele compete com espécies nativas por alimento e habitat, ameaçando a biodiversidade local.

Com cerca de 47 centímetros, corpo listrado de branco, vermelho, laranja e marrom, o peixe-leão tem espinhos venenosos não fatais, que ele usa como defesa.

Não se sabe exatamente como o animal chegou ao Oceano Atlântico, mas acredita-se que peixes de aquário tenham sido liberados no mar, na década de 1990, na Flórida, Estados Unidos, o que tem feito o animal se espalhar pela costa de todo continente desde então, visto que seus predadores são encontrados no Indo-Pacífico.

No Brasil, desde 2020, já foram encontrados cerca de 300 indivíduos de peixe-leão, embora, segundo os pesquisadores, não seja possível determinar o tamanho exato da população na costa brasileira. Por aqui, caso um peixe-leão seja capturado, é necessário contatar o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e autoridades locais.


(Fonte: Globo — adaptado.)

A conjunção concessiva “embora”, sublinhada no último parágrafo, separa duas orações e indica um fato contrário à ação principal. Qual outra conjunção pode ser utilizada em seu lugar sem que prejudique o sentido da frase?

Alternativas
Q2437481 Português

Assinalar a alternativa que apresenta uma palavra que NÃO é formada por derivação sufixal:

Alternativas
Q2437355 Português

A maioria das palavras mostra vários significados (polissemia), o que também ocorre com as preposições.


Assinale a frase em que a preposição POR tem o significado de causa.

Alternativas
Respostas
426: C
427: A
428: A
429: A
430: D