Questões de Concurso

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Q2435311 Português

TEXTO I


TWITTER NÃO PODE SER TERRA DE NINGUÉM


Comprado pelo bilionário Elon Musk em outubro do ano passado, por exorbitantes US$ 44 bilhões, o Twitter, uma das principais redes sociais do mundo, vem mostrando sinais alarmantes de problemas e de mau funcionamento nos últimos seis meses. Entre as confusões, está o lançamento do Twitter Blue, que permitiu que usuários comuns possam pagar pelo selo de conta verificada — o que antes era restrito a instituições, personalidades, jornalistas e pessoas públicas — e, assim, conquistar mais seguidores e ter seus posts exibidos para mais gente.

Outro problema, foram os cortes severos de pessoal, em torno de 80% da força de trabalho da empresa, o que representa cerca de 6 mil funcionários. Entre os setores mais afetados está o de atendimento à imprensa — todos os e-mails com solicitações para a companhia são respondidos apenas com um emoji de fezes – e o de moderação de conteúdo, que era responsável por receber denúncias e analisar posts que pudessem ser ofensivos ou até mesmo criminosos, e removê-los, além de punir os usuários responsáveis por eles.

É aí que mora o perigo. Sem uma equipe que recebe denúncias de publicações prejudiciais, o Twitter se transformou em uma espécie de terra de ninguém da internet. Em reunião com advogados da rede social, no início da semana passada, integrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, inclusive o ministro Flávio Dino, se chocaram com a alegação de que posts que incentivavam ataques às escolas não violavam os termos de uso do site e não seriam retirados do ar. Dias depois, com o governo federal cogitando uma ação para tirar a rede do ar, o Twitter acabou por remover as publicações e cerca de 500 perfis que estavam divulgando as mensagens de ódio.

Na quinta-feira, outro absurdo – esse, ainda sem solução — tomou conta da rede de Elon Musk, com o vazamento das fotos da autópsia da cantora Marília Mendonça, que morreu em novembro de 2021, em um acidente aéreo em Piedade de Caratinga (MG). Inúmeros perfis compartilharam as imagens, que seguem no ar, sem que sejam bloqueadas para os demais usuários.

Os dois casos exemplificam bem o lugar sem regras que se tornou o Twitter. Antes efervescente e palco de debates interessantes, o site agora é confuso, perigoso, tomado por perfis de pouca relevância (mas muito alcance, graças ao Twitter Blue) e repleto de incitações ao crime e ao discurso de ódio. Sob a errática liderança de Musk, é muito pouco provável que a plataforma vá apresentar um plano sério de contenção desses problemas.

Como são vidas que estão em jogo, é preciso que as forças de segurança, os serviços de inteligência e outras autoridades competentes mergulhem no lamaçal que o Twitter se tornou e passem a monitorar de perto toda a movimentação das redes extremistas por lá, exigindo judicialmente, sob pena de bloqueio no país, os dados dos perfis que seguem cometendo crimes impunemente por lá, se aproveitando da falta de vigilância própria.

Assim, quem sabe, Elon Musk perceba que tem nas mãos não um canal de liberdade de expressão, mas um equivalente digital de um antro perigoso e repleto de criminosos, e decida retomar por conta própria a moderação de conteúdo, algo fundamental em tempos tão apreensivos e violentos. O que não pode é ficar como está.


Fonte: Correio Braziliense, 17 de abril 2023.

O trecho “Twitter se transformou em uma espécie de terra de ninguém da internet” estabelece uma relação semântica de:

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Q2435125 Português

TEXTO II


TRECHO DE “QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA”


Preparei a refeição matinal. Cada filho prefere uma coisa. A Vera, mingau de farinha de trigo torrada. O João José, café puro. O José Carlos, leite branco. E eu, mingau de aveia. Já que não posso dar aos meus filhos uma casa decente para residir, procuro lhe dar uma refeição condigna.

Terminaram a refeição. Lavei os utensílios. Depois fui lavar roupas. Eu não tenho homem em casa. É só eu e meus filhos. Mas eu não pretendo relaxar. O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel.

O desgosto que tenho é residir em favela.

...

Fui no rio lavar as roupas e encontrei D. Mariana. Uma mulher agradável e decente. Tem 9 filhos e um lar modelo. Ela e o esposo tratam-se com educação. Visam apenas viver em paz. E criar filhos. Ela também ia lavar roupas. Ela disse-me que o Binidito da D. Geralda todos os dias ia prêso. Que a Rádio Patrulha cansou de vir buscá-lo. Arranjou serviço para ele na cadeia. Achei graça. Dei risada!... Estendi as roupas rapidamente e fui catar papel. Que suplício catar papel atualmente! Tenho que levar a minha filha Vera Eunice. Ela está com dois anos, e não gosta de ficar em casa. Eu ponho o saco na cabeça e levo-a nos braços. Suporto o peso do saco na cabeça e suporto o peso da Vera Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me. Depois domino-me. Ela não tem culpa de estar no mundo.

Refleti: preciso ser tolerante com os meus filhos. Eles não tem ninguém no mundo a não ser eu. Como é pungente a condição de mulher sozinha sem um homem no lar.


FONTE: Disponível em: https:/Avww.revistapixe.com.br/carolina-maria-de-jesus

De acordo com as regras da norma padrão da Língua Portuguesa, é possível identificar um desvio de colocação pronominal em “Eu ponho o saco na cabeça e levo-a nos braços. Suporto o peso do saco na cabeça e suporto o peso da Vera Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me.”. Tal desvio pode ser corrigido com a seguinte reescrita:

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Q2434578 Português

Leia o texto a seguir:


Cafezinho


Rubem Braga


Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

– Ele foi tomar café.

A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.

Depois de esperar duas ou três horas, dá vontade de dizer:

– Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

– Ele está?

– Alguém dará o nosso recado sem endereço.

Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

– Ele disse que ia tomar um cafezinho…

Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

– Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí…

Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.

Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.


Fonte: BRAGA, Rubem. O Conde e o passarinho & Morro de isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2022, p. 156-157

Em termos morfológicos, a palavra “cafezinho” foi criada por meio do processo de:

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Q2434575 Português

Leia o texto a seguir:


Cafezinho


Rubem Braga


Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

– Ele foi tomar café.

A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.

Depois de esperar duas ou três horas, dá vontade de dizer:

– Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

– Ele está?

– Alguém dará o nosso recado sem endereço.

Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

– Ele disse que ia tomar um cafezinho…

Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

– Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí…

Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.

Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.


Fonte: BRAGA, Rubem. O Conde e o passarinho & Morro de isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2022, p. 156-157

Em “A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas”, todas as palavras destacadas são:

Alternativas
Q2434572 Português

Leia o texto a seguir:


Cafezinho


Rubem Braga


Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

– Ele foi tomar café.

A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.

Depois de esperar duas ou três horas, dá vontade de dizer:

– Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

– Ele está?

– Alguém dará o nosso recado sem endereço.

Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

– Ele disse que ia tomar um cafezinho…

Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

– Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí…

Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.

Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.


Fonte: BRAGA, Rubem. O Conde e o passarinho & Morro de isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2022, p. 156-157

Em “Provavelmente todos os candidatos farão boa prova”, o advérbio destacado veicula a noção de:

Alternativas
Respostas
451: B
452: E
453: D
454: D
455: C