Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q2349998 Português

Texto 1


      Uma nuvem gigante de poeira encobriu várias cidades em Goiás na manhã deste sábado (19). O fenômeno é provocado por causa do longo período de estiagem no estado e com a aproximação de uma frente fria, como explica o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim. [...]

     Algumas regiões em Goiás estão sem chuva há mais de 100 dias, com isso, o solo começa a desagregar. [...]

      A chefe do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet) em Goiás, Elisabeth Alves Ferreira, explica que o ambiente deve ficar instável até a segunda-feira (21), e que a poeira vai se dissipando aos poucos.



Disponível em: <https://opopular.com.br/cidades/nuvem-de-poeira-entendafenomeno-que-encobriu-cidades-em-goias-1.3058354>. Acesso em: 19 ago.2023. [Adaptado].


Na frase “Algumas regiões em Goiás estão sem chuva há mais de 100 dias, com isso, o solo começa a desagregar.”, o verbo “desagregar” tem como sinônimo
Alternativas
Q2349864 Português
Texto 2


É o fim da indústria?


         Uma das causas do fraco desempenho do setor industrial é que, nos últimos 30 anos, a demanda por serviços passou a ser mais prioritária que a aquisição de bens. No orçamento das famílias pesa muito os planos de saúde, ensino particular, transporte, telefonia móvel, redes eletrônicas, TV paga, turismo e lazer. Por causa disso as prestadoras de serviços têm aumentado acima da inflação os preços dos produtos. Levando em conta a concorrência em qualidade e preço com os produtos estrangeiros e a “insatisfatória lucratividade”, as indústrias instaladas no Brasil vêm encerrando atividades. No primeiro semestre de 2019, só em São Paulo foram fechadas 2.325 indústrias de transformação de porte médio para cima.
      A exacerbação da ambição de lucro na produção industrial tornou-se danosa aos humanos e à natureza. Vem substituindo o trabalho humano por alta tecnologia; reduziu a remuneração dos poucos empregos que permaneceram; faz pressão sobre governantes e sociedade para eliminar direitos trabalhistas e benefícios sociais; lança gases venenosos na atmosfera e provoca aquecimento global; lança líquidos e rejeitos contaminados nas águas; devasta as florestas em busca de matéria prima e carvão vegetal; agride o solo e o subsolo para aquisição de matéria prima mineral. 


MOURA, Antônio de Paiva. É o fim da indústria? Brasil de fato, MG. 22 ago.
2019. Disponível em: <https://www.brasildefatomg.com.br/2019/08/22/artigoor-e-o-fim-da-industria>. Acesso em: 22 ago. 2023.
Pelo contexto em que a palavra “exacerbação” aparece, infere-se que o seu significado seja o seguinte:
Alternativas
Q2349748 Português
As frases a seguir jogam com a polissemia intencional de algum vocábulo, tornando-as curiosas e interessantes.

Assinale a frase em que está ausente essa estratégia.
Alternativas
Q2349740 Português
Um dos problemas da língua escrita é a troca indevida entre palavras semelhantes na forma, mas de significados distintos (parônimos). Entre as frases abaixo, retiradas de um romance de Machado de Assis, assinale aquela em que houve uma troca equivocada entre COSTUMAR e ACOSTUMAR. 
Alternativas
Q2349031 Português
Na varanda 


   Já faz parte do anedotário lírico brasileiro aquele episódio (autêntico) de Murilo Mendes caminhando por uma rua, nem sei mais se de Minas ou do Rio. De repente vê uma moça debruçada na janela. Há tanto que não presenciava cena semelhante, comum no interior e em tempos idos, mas praticamente extinta na vida urbana, que, invocado e cheio de entusiasmo, ajoelhou-se e começou a exclamar aos berros, gesticulando com excitação:

   – Mulher na janela, que beleza! Mulher na janela, meus parabéns!

  A moça deve ter fugido assustada, provavelmente sem entender o que aquele homem alto e ossudo saudava com tamanha efusão. Como explicar-lhe que, com certeiro instinto, Murilo identificara e estava fixando para sempre, da maneira espontânea e exuberante que lhe era própria, um flagrante poético perfeito, o milagre que ela própria, sem perceber, corporizava? Moça que, em plena cidade e infensa à agitação a seu redor, dispunha ainda de lazer e prazer para pôr-se à janela e contemplar a rua, os transeuntes, a tarde, as nuvens. Mulher na janela...

  Pois a mim também, há pouco, me foi concedido o privilégio de captar um momento desses, tão impregnados de passado que dir-se-iam irreais nos dias de hoje – coisa de outra civilização. Eram quase duas horas de uma quarta-feira e buscávamos, meu amigo e eu, um lugar tranquilo para almoçar. Apesar do mau tempo, ou por causa dele, todos os restaurantes do Leblon, com mesinhas na calçada, estavam repletos. Numa esquina de Ipanema encontramos um, semivazio, onde se costuma comer uma boa massa, e para lá nos dirigimos às carreiras, impulsionados pela fome e pela chuva. De repente, estacamos diante de um sobradinho, desses que vão se tornando raridade no Rio. Não fizemos o menor comentário, mas ali permanecemos alguns minutos, imóveis, perplexos, enquanto a água ia caindo. A casa estava rodeada por um mínimo jardim e tinha à frente um alpendre também pequenino, protegido da chuva. Nele, um casal de velhinhos conversava. 

  – Velhinhos na varanda! – gritei dentro de mim mesma, deslumbrada. – Que coisa mais linda, velhinhos na varanda! Os dois nem repararam em nossa presença curiosa, ou, se o fizeram, acharam-na corriqueira. Talvez estivessem acostumados a despertar a atenção dos que passavam, pois, ao vê-los, tive imediatamente a certeza de que sentar-se na varanda à hora da sesta era um ritual que ambos executavam regularmente. As cadeiras eram de vime, colocadas uma ao lado da outra; não havia mesa entre elas, só vasos com plantas e flores pelos cantos. Junto à porta aberta, um capacho. Os dois se olhavam, falavam sem pressa, quase sem gestos, e sorriam de leve. Tudo muito devagar, como se nada urgisse, e aquele colóquio, diante da chuva, tivesse a importância natural das coisas mais simples.

  Velhinhos na varanda.... Nem eram assim tão velhos – meu amigo e eu comentamos depois. O diminutivo surgia instintivamente, como demonstração de ternura, e me lembrei do que outro poeta, o Bandeira, explicava a respeito do Aleijadinho, cujo apelido refletia apenas a solidariedade e o carinho que a doença daquele mulato robusto e de boa altura despertava no povo da Vila Rica. Velhos na varanda – não, isso não expressa o que vimos. Eram um velhinho e uma velhinha, numa varanda de Ipanema (ou seria em Mariana?), conversando tranquilamente depois do almoço. Como não confiar na vida, depois desse flash apenas entrevisto, mas tão bonito, tão comovedor, que imediatamente se cristalizou em nós? Em janeiro de 1980, quando a cidade se desequilibra entre a inflação e a violência, quando o mundo assiste, aflito e impotente, aos desvarios que ameaçam dilacerá-lo, quando...

  Um casal de velhinhos se senta na varanda, num começo de tarde chuvosa, e conversa. Sobre quê? Sobre tudo, sobre nada – não interessa. Estão sentados e conversam. Ela nem sequer faz algum trabalho manual, uma blusinha de crochê para a neta, um paninho para colocar debaixo da fruteira da sala; ele não tem nenhum jornal ou livro no colo. Estão ali exclusivamente para conversar um com o outro. Olham a rua distraidamente. O fundamental são eles mesmos, conversando (pouco), sentados nas cadeiras de vime, num dia de semana como qualquer outro.

   É, nem tudo está perdido, pelo contrário, se ainda resta gente que pode e quer cultivar essas delicadas flores do espírito, comentando isso e aquilo, o namoro da empregada, a nova receita de bolo, o último capítulo da novela, o preço da alcatra – esquecida de tudo que é triste e feio e ruim, de tudo que não cabe naquele alpendre úmido. Velhinhos na varanda...

   Enquanto almoçamos, fico imaginando que não há de faltar muito para cumprirem as bodas de ouro; que os filhos se casaram; que devem reunir-se todos no sobrado, para o ajantarado de domingo, gente madura, jovens, meninos, bebês e babás, em torno dos dois velhinhos. Talvez tenham perdido uma filha ainda adolescente, vítima de alguma doença estranha que os médicos não souberam diagnosticar. Talvez tenham feito uma longa viagem à Europa depois que ele se aposentou, ou passado uma temporada nos Estados Unidos quando o caçula esteve completando o PhD. Talvez nada disso. Fico imaginando, mas nenhuma dessas histórias me seduz. Gostei mesmo é do que vi: o casal de velhinhos conversando na varanda.

  Comemos quase em silêncio, meu amigo e eu, sem reparar se a massa estava gostosa. À saída passamos diante do sobradinho, em cujo alpendre não havia mais ninguém.


(Coleção Melhores Crônicas: Maria Julieta Drummond de Andrade. Seleção e prefácio de Marcos Pasche. Global, 2012, pp.187-190. Publicada no livroUm buquê de alcachofras, 1980.)
Considere o trecho: “Olham a rua distraidamente.” (8º§). A alternativa que contempla um advérbio que poderia ser utilizado pela autora no lugar do verbete sublinhado, sem alteração de sentido, é: 
Alternativas
Respostas
471: C
472: D
473: D
474: A
475: C