Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

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Ano: 2018 Banca: UFMG Órgão: UFMG Prova: UFMG - 2018 - UFMG - Auxiliar em Administração |
Q887050 Português
A questão abaixo refere-se ao Texto 1, a seguir. Leia-o com atenção, antes de respondê-las.

TEXTO 1


    Quem passou por alguma praia recentemente talvez tenha se deparado com um fenômeno comum, mesmo nas regiões mais remotas do litoral brasileiro: o lixo. Em uma caminhada de uns dez minutos que fiz no litoral de Santa Catarina no começo de janeiro, por exemplo, encontrei garrafas pet, latinhas de cerveja e de energéticos, canudinhos, plásticos de picolé. Fui recolhendo o que achei até que, sozinha, eu não tinha mais braços suficientes para tanto lixo acumulado.
     O problema é que quando a maré sobe, ou quando chove, tudo aquilo que se acumula na areia vai para o mar – e causa um estrago danado. Já há, inclusive, estudos que mostram que até 2050 os Oceanos terão mais plásticos do que peixes.
    Por que as pessoas jogam lixo na praia? Fiz essa pergunta alto para quem estava lá comigo entre latinhas e pacotes de batata frita e tive como resposta o mesmo que você deve ter pensado: “as pessoas não têm educação”. Ok. Então vamos entender o que isso significa.
    “Não ter educação” e, por causa disso, jogar lixo na praia, na rua e nos espaços públicos, pode ser entendido como falta de conhecimento. Não aprendi algo, por isso tenho uma determinada atitude por desconhecimento dos impactos do que eu faço. As pessoas, em tese, não saberiam que aquele lixo plástico jogado na areia inevitavelmente vai parar no mar. Tampouco saberiam que o peixe pode ingerir esse plástico, então você “come o plástico” simplesmente porque come o peixe. É a ideia de “cadeia alimentar”, que aparece na escola no ensino fundamental e pode ser tema até de vestibular.
    Não me parece, no entanto, que o lixo naquela praia seja um caso de falta de conhecimento. Chuto dizer que a maioria das pessoas que estava lá em Santa Catarina – e que jogou latinha de cerveja por onde passou – tinha passado pelas aulas de biologia da escola. Aquelas pessoas provavelmente tinham diploma de ensino superior – ou até alguma pós-graduação. Cruzei com gente opinando sobre política e ostentando um português elegante – ou falando outras línguas, como espanhol e alemão.
    O problema pode estar no formato da nossa educação. Aprendemos conceitos importantes de maneira muito teórica e temos aulas expositivas focadas em livros didáticos com pouca experimentação. Pode ser que aquelas pessoas da praia tenham conhecimento ambiental, mas não internalizaram os conceitos aprendidos. Trocando em miúdos: quem joga uma sacola plástica na areia da praia pode até acertar uma questão do Enem sobre poluição ou cadeia alimentar, por exemplo, mas talvez não compreenda completamente que aquele seu próprio lixo interfere no ecossistema do qual faz parte.
    Mais: pessoas altamente instruídas no Brasil podem ter baixíssima noção de cidadania, do que é ser cidadão, de regras de divisão de espaços públicos. Talvez porque estejam viciadas pelos hábitos de gerações anteriores, que jogavam lixo na praia, as pessoas seguem fazendo o mesmo. Ou então aquelas pessoas estão mais acostumadas a ambientes privados e controlados, e acreditam que sempre haverá alguém para limpar o rastro que se deixa por aí.
    Aqui, vamos das aulas de ciências à sociologia. Será que estamos discutindo o suficiente, na escola, sobre a formação sociocultural brasileira, que é impregnada pela ideia de “ser servido”? E debatemos o quanto isso afeta, inclusive, o nosso próprio ecossistema?

RIGHETTI, Sabine. Disponível em:<http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/31/lixo-na-praia-mostra-que-precisamos-muito-mais-do-que-educacao/>. Acesso em: 1 fev. 2018.

Leia estre trecho:


Pode ser que aquelas pessoas da praia tenham conhecimento ambiental, mas não internalizaram os conceitos aprendidos.


Para manter o sentido original nesse trecho, o termo destacado NÃO pode ser substituído por

Alternativas
Q885289 Português

Leia os itens quanto à preposição e conjunção e assinale a alternativa correta.


1. São locuções conjuntivas duas ou mais palavras que têm o valor de uma conjunção.

2. Conjunção é a palavra que liga orações ou termos semelhantes de uma oração.

3. Preposição é a palavra que liga dois termos de uma oração.

4. Preposições acidentais são palavras de outras classes que atuam como preposições.

5. Preposições essenciais são as preposições propriamente ditas, as que sempre foram preposições.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: CEPS-UFPA Órgão: UFRA Prova: CEPS-UFPA - 2016 - UFRA - Administrador |
Q884626 Português

Para ligar os períodos “Não podemos achar normal que esse comportamento extremo das redes sociais migre para o mundo físico.” (32 a 33) e “São locais de naturezas distintas e, portanto, de reações com proporções e consequências diferentes.” (33 a 34), mantendo a relação entre as ideias que expressam, o autor poderia empregar a conjunção

Alternativas
Q884500 Português
A imagem é chocante. Ao ver um corpo estendido na linha férrea, o maquinista pisa no freio. Do lado de fora, o controlador de tráfego determina que ele siga viagem. O trem volta a se mover e passa lentamente sobre o cadáver. O caso aconteceu na última terça em Madureira, no subúrbio do Rio. Seria mais uma morte invisível se a cena não tivesse sido filmada por um passageiro com o celular. O homem atropelado era Adílio Cabral dos Santos, de 33 anos de idade. Batizado com nome de jogador, e negro como ele, driblava o desemprego como vendedor de doces. Os ambulantes atravessam a linha várias vezes ao dia para evitar a apreensão de balas, biscoitos e garrafas d’água. Em nota sobre o acidente, a concessionária Supervia condenou a vítima, ao lamentar “a perda de mais uma vida por invasão dos trilhos”. A empresa, que pertence ao grupo Odebrecht, citou o “horário de pico” para justificar o segundo atropelamento. “A paralisação da linha”, alegou, “criaria transtornos para toda a movimentação do horário”. “Diante do risco de se criar um problema maior e mais grave, com a retenção de diversos trens, o centro de controle operacional tomou a decisão, em caráter absolutamente excepcional, de autorizar a passagem do trem”, afirmou a Supervia. O secretário de transportes se disse indignado e prometeu punir a concessionária. Já tinha acontecido em 2010, quando fiscais foram filmados chicoteando passageiros. O teólogo Marco Bonelli disse ao jornal O Globo que o caso retrata uma “sociedade violenta, na qual o ser humano morre, mas o sistema de transporte não pode parar”. Ao mesmo tempo, achamos normal que o tráfego seja interrompido para a passagem de autoridades. Na música Construção, Chico Buarque conta a história de um operário que “morreu na contramão atrapalhando o tráfego”. Adílio teve azar duas vezes. Foi atingido pelo trem e morreu no horário de pico.

(Adaptado de: FRANCO, B. M. Morreu no horário de pico. Folha de S. Paulo. 2 ago. 2015. Opinião. A4.)
Em relação ao fragmento “sociedade violenta, na qual o ser humano morre, mas o sistema de transporte não pode parar”, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a ideia expressa pelo termo “mas”.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: AL-RS Prova: FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Agente Legislativo |
Q882440 Português

Em relação à frase retirada do texto: ‘As atitudes são contagiosas e uma “laranja podre” pode realmente contaminar um grupo feliz’, afirma-se que:


I. A palavra ‘e’ funciona como conjunção coordenativa.

II. O advérbio ‘realmente’ seria corretamente substituído por precariamente.

III. ‘incisivas’ substituiria adequada e corretamente ‘contagiosas’ sem provocar qualquer alteração ao período.


Quais estão corretas?

Alternativas
Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: AL-RS Prova: FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Procurador |
Q882287 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.

O grande desafio à mente
Fonte: Revista Planeta - N° Edição: 537. Texto: Renata Valério de Mesquita 21/03/2018 – Fragmento.

Sobre a construção do período entre as linhas 28 e 30, afirma-se que:


I. A conjunção ‘e’ estabelece relação de adição, podendo ser substituída por ‘nem’, sem provocar qualquer incorreção ao período.

II. A oração que se encontra entre parênteses representa uma adverbial temporal, sendo que a conjunção ‘quando’ poderia ser substituída por ‘de modo que’, mantendo o sentido original.

III. A vírgula da linha 30, que separa a frase ‘informa o IBGE’, não poderia ser suprimida, sob pena de causar incorreção ao período.


Quais estão INCORRETAS? 

Alternativas
Q882221 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.

O que vem primeiro, crescimento ou produtividade?




(Fonte: EXAME – Publicado em 31 jul 2017 – texto adaptado)
Todas as ocorrências da palavra ‘que’ representam conjunções integrantes, EXCETO:
Alternativas
Q881374 Português

Com relação aos aspectos linguísticos do texto 11A3AAA, julgue o item seguinte.


Na linha 9, a conjunção “Como” introduz uma comparação.

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: DETRAN-CE Prova: UECE-CEV - 2018 - DETRAN-CE - Vistoriador |
Q880122 Português
Assinale a opção que garante a mesma ideia presente em: “Não é punitivo, mas alerta”, (linhas 59-60).
Alternativas
Q878634 Português

                           Ai, Gramática. Ai, vida.


      O que a gente deve aos professores!

      Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem da gramática.

      Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).

      Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.

      Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.

      Infância: a permanente exclamação:

      Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!

      Me dá! É meu!

      Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!

      Olha como o vovô está quietinho, mamãe!

      Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!

      Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!

      Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!

(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

Nas passagens “Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é preciso aprender não para a escola, mas para a vida.” (4° parágrafo) e “Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!” (penúltimo parágrafo), as conjunções destacadas estabelecem, correta e respectivamente, relações de sentido de

Alternativas
Q878270 Português

TEXTO - Ressentimento e Covardia


Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação indébita.

No fundo, é um problema técnico que os avanços da informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-história.

Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos ou deformados que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou revista é processado se publicar sem autorização do autor um texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a desmentir e dar espaço ao contraditório.

Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado) 

O segmento abaixo em que a conjunção OU tem valor claramente alternativo é:
Alternativas
Q877253 Português

                                 O Diamante


      Em 1933, Jovelino, garimpeiro no interior da Bahia, concluiu que ali não havia mais nada a garimpar. Os filhos viviam da mão pra boca, Jovelino já não via jeito de conseguir com que prover o sustento da família. E resolveu se mandar para Goiás, onde Anápolis, a nova terra da promissão, atraía a cobiça dos garimpeiros de tudo quanto era parte, com seus diamantes reluzindo à flor da terra. Jovelino reuniu a filharada, e com a mulher, o genro, dois cunhados, meteu o pé na estrada.

      Longa era a estrada que levava ao Eldorado de Jovelino: quase um ano consumiu ele em andança com a sua tribo, pernoitando em paióis de fazendas, em ranchos de beira caminho, em chiqueiros e currais, onde quer que lhe dessem pasto e pousada.

      Vai daí Jovelino chegou aos arredores de Anápolis depois de muitas luas e ali se estabeleceu, firme no cabo da enxada, cavando a terra e encontrando pedras que não eram diamantes. Daqui para ali, dali para lá, ano vai, ano vem, Jovelino existia de nômade com seu povinho cada vez mais minguando de fome. Comia como podia — e não podia. Vivia ao deus-dará — e Deus não dava. Quem me conta é o filho do fazendeiro de quem Jovelino se tornou empregado:

      — Ao fim de dez anos ele concluiu que não encontraria diamante nenhum, e resolveu voltar com sua família para a Bahia onde a vida, segundo diziam, agora era melhorzinha. Não dava diamante não, mas o governo prometia emprego seguro a quem quisesse trabalhar.

      Jovelino reuniu a familia e botou pé na estrada, de volta à terra de nascença, onde haveria de morrer. Mais um ano palmilhado palmo a palmo em terra batida, vivendo de favor, Jovelino e sua obrigação, de vez em quando perdendo um, que isso de filho é criação que morre muito. Foi nos idos de 43:

      — Chegou lá e se instalou no mesmo lugar de onde havia saído. Governo deu emprego não. Plantou sua rocinha e foi se aguentando. Até que um dia...

      Até que um dia de noite Jovelino teve um sonho. Sonhou que amanhava a terra e de repente, numa enxadada certeira, a terra escorreu... A terra escorreu e aos seus olhos brilhou, reluziu, faiscou, resplandeceu um diamante soberbo, deslumbrante como uma imensa estrela no céu — como uma estrela no céu? Como o próprio olho de Deus! Jovelino olhou ao redor de seu sonho e viu que estava em Anápolis, no mesmo sítio em que tinha desenterrado a sua desilusão.

       E para lá partiu, dia seguinte mesmo, arrastando sua cambada. Levou nisso um entreano, repetindo pernoites revividos, tome estrada! Deu por si em terra de novo goiana. Quem me conta é o filho do fazendeiro:

      — Você precisava de ver o furor com que Jovelino procurou o diamante de seu sonho. A terra de Goiás ficou para sempre revolvida, graças à enxada dele. De vez em quando desmoronava, Jovelino ia ver, não era um diamante, era um calhau. Até que um dia...

      — Encontrou? — perguntei, já aflito.

      — Encontrou nada! Empregou-se na fazenda de meu pai, o tempo passou, os filhos crescidos lhe deram netos, a mulher já morta e enterrada, livre dos cunhados, os genros bem arranjados na vida. Um deles é coletor em Goiânia.

      O próprio Jovelino, entrado em anos, era agora um velho sacudido e bem disposto, que tinha mais o que fazer do que cuidar de garimpagens. Mas um dia não resistiu: passou a mão na sua enxada, e sem avisar ninguém, o olhar reluzente de esperança, partiu à procura do impossível, do irreal, do inexistente diamante de seu sonho. 

                                                                                    (Fernando Sabino)

Observe a palavra destacada na frase “Não dava diamante não, mas o governo prometia emprego seguro a quem quisesse trabalhar.” Assinale a alternativa em que NÃO se produz sentido semelhante.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS - 2014 - TJ-RS - Analista de Sistema |
Q876888 Português
Assinale a alternativa que apresenta uma ocorrência em que a forma para é uma conjunção adverbial final.
Alternativas
Q875335 Português
Assinale a opção em que o valor semântico das conjunções destacadas está corretamente identificado.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2014 - SABESP - Técnico em Gestão |
Q873223 Português

                Hermético e postiço, jargão incentiva ‘espírito de corpo’


      Na maioria dos textos produzidos no universo corporativo, vê-se um registro muito particular da língua, nem sempre compreensível aos “não iniciados”. É o que se pode chamar de “jargão corporativo”, uma linguagem hoje dominada por grande quantidade de decalques do inglês − ou ingênuas traduções literais.

      O termo “jargão”, que em sua origem quer dizer “fala ininteligível”, guarda certa marca pejorativa, fruto de sua antiga associação ao pedantismo, ao uso da linguagem empolada.

      Embora os jargões sejam coisa muito antiga, foi nos séculos 19 e 20 que proliferaram na Europa, fruto de uma maior divisão do trabalho nas sociedades industriais.

      Na época, já figuravam entre as suas características o uso de termos de línguas estrangeiras como sinal de prestígio e o emprego de metáforas e eufemismos, exatamente como vemos hoje.

      Os jargões são alvo constante da crítica não só por abrigarem muitas expressões de outras línguas, o que lhes confere um ar postiço e hermético, como por seu viés pretensioso.

      A crítica a esse tipo de linguagem tem fundamento na preocupação com a “pureza” do idioma e com a perda de identidade cultural, opinião que, para outros, revela traços de xenofobia.

      Essa é uma discussão que não deve chegar ao fim tão cedo, mas é fato que os jargões têm claras funções simbólicas: por um lado, visam a incentivar o “espírito de corpo”, o que deve justificar o empenho das empresas em cultivá-los (até para camuflar as relações entre patrão e empregado), e, por outro, promovem a inclusão de uns e a exclusão de outros, além, é claro, de impressionar os neófitos.

(Adaptado de: CAMARGO, Thaís Nicoleti de. Caderno “Negócios e carreiras”, do jornal Folha de S. Paulo. São Paulo, 24 de março de 2013. p. 7) 

No início do 3° parágrafo, a conjunção embora estabelece, entre os períodos, uma relação de
Alternativas
Q873131 Português

                               Come, meu filho


      – O mundo parece chato mas eu sei que não é.

      [...]

      – Sabe por que parece chato? Porque, sempre que a gente olha, o céu está em cima, nunca está embaixo, nunca está de lado. Eu sei que o mundo é redondo porque disseram, mas só ia parecer redondo se a gente olhasse e às vezes o céu estivesse lá embaixo. Eu sei que é redondo, mas para mim é chato, mas Ronaldo só sabe que o mundo é redondo, para ele não parece chato.

      – ...

      – Porque eu estive em muitos países e vi que nos Estados Unidos o céu também é em cima, por isso o mundo parecia todo reto para mim. Mas Ronaldo nunca saiu do Brasil e pode pensar que só aqui é que o céu é lá em cima, que nos outros lugares não é chato, que só é chato no Brasil, que nos outros lugares que ele não viu vai arredondando. Quando dizem para ele, é só acreditar, pra ele nada precisa parecer. Você prefere prato fundo ou prato chato?

      – Chat... raso, quer dizer.

      – Eu também. No fundo, parece que cabe mais, mas é só para o fundo, no chato cabe para os lados e a gente vê logo tudo o que tem. Pepino não parece inreal?

      – Irreal.

      – Por que você acha?

      – Se diz assim.

      – Não, por que é que você também achou que pepino parece inreal? Eu também. A gente olha e vê um pouco do outro lado, é cheio de desenho bem igual, é frio na boca, faz barulho de um pouco de vidro quando se mastiga. Você não acha que pepino parece inventado?

      – Parece.

      – Onde foi inventado feijão com arroz?

      – Aqui.

      – Ou no árabe, igual que Pedrinho disse de outra coisa?

      – Aqui.

      – Na Sorveteria Gatão o sorvete é bom porque tem gosto igual da cor. Para você carne tem gosto de carne?

      – Às vezes.

      – Duvido! Só quero ver: da carne pendurada no açougue?!

      – Não.

      – E nem da carne que a gente fala. Não tem gosto de quando você diz que carne tem vitamina.

      – Não fala tanto, come.

      – Mas você está olhando desse jeito para mim, mas não é para eu comer, é porque você está gostando muito de mim, adivinhei ou errei?

      – Adivinhou. Come, Paulinho.

      – Você só pensa nisso. Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você vai e não esquece.

(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo, Círculo do livro, 1988. P. 122-124.)

O período que compõe a última fala do menino “Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você vai e não esquece.” possui
Alternativas
Q872789 Português

Considerando os aspectos linguísticos e os sentidos do texto 6A3BBB, julgue o item que se segue.


A correção gramatical do texto seria preservada caso o trecho “Mesmo reconhecendo-se” (ℓ.30) fosse substituído por Embora se reconhecesse.

Alternativas
Q871904 Português

Julgue o item a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, no qual a autora Matilde Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos cientistas James Watson e Francis Crick.


A substituição da expressão “e olha que eu moro bem no meio das montanhas” (ℓ. 18 e 19) por embora eu more entre montanhas manteria a coerência do trecho no qual se insere, mas alteraria seu nível de formalidade.

Alternativas
Q871615 Português
Indique se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F), de acordo com a norma padrão escrita e com base no Texto 2. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
( ) O termo “mas” (linha 02) é usado para marcar oposição de ideias. ( ) O uso de “Por que” (linha 04) e “Por quê” (linha 11) tem a mesma função, por isso a acentuação indicada na linha 11 está incorreta. ( ) Os pronomes “ele” (linhas 02 e 05) e “ela” (linhas 03, 06 e 11) retomam, respectivamente, os nomes “Joãozinho” e “professora”. ( ) O nome “Joãozinho” (linhas 04 e 08) pode ser substituído por “ele” nas duas ocorrências. ( ) As ocorrências do nome “Joãozinho” nas linhas 16 e 39 tratam-se de vocativo.
Alternativas
Q871608 Português
De acordo com a norma padrão escrita da língua portuguesa, leia as afirmativas abaixo e indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F). Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
( ) A frase “Os computadores são melhores do que nós na hora de resolver equações ou manipular grandes quantidades de dados, por exemplo” (linhas 10 e 11) expressa uma relação de comparação entre dois elementos. ( ) Em “Se ele usasse mais eletricidade, precisaríamos comer mais – mas, para nossos antepassados, não era simples conseguir alimento” (linhas 26 e 27), a conjunção destacada introduz uma frase que expressa a ideia de oposição. ( ) Na frase “Além disso, a sobrevivência humana não exige precisão absoluta” (linha 28), o termo destacado pode ser substituído pela conjunção “contudo” sem prejudicar o significado do texto. ( ) Em “Pense no rádio do seu carro” (linhas 20 e 21), o verbo está conjugado no modo indicativo.
Alternativas
Respostas
3221: A
3222: E
3223: A
3224: C
3225: A
3226: C
3227: E
3228: E
3229: C
3230: C
3231: A
3232: D
3233: A
3234: B
3235: C
3236: B
3237: C
3238: C
3239: D
3240: A