Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

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Q779021 Português

      SOMOS OS MAIORES INIMIGOS DE NOSSA POSSIBILIDADE DE PENSAR

                                                                                                  Contardo Calligaris

       Um ano atrás, decidi seguir os conselhos de meu filho e abri uma conta no Facebook. A conta é no nome da cachorra pointer que foi minha grande companheira nos anos 1970 e funciona assim: ninguém sabe que é minha conta, não tenho amigos, não posto nada e não converso com ninguém. Uso o Face apenas para selecionar um “feed” de notícias, que são minha primeira leitura rápida de cada dia.

      Meu plano era acordar e verificar imediatamente os editoriais e as chamadas dos jornais, sites, blogs que escolhi e, claro, percorrer a opinião de meus colunistas preferidos, nos EUA e na Europa. Alguns links eu abriria, mas sem usurpar excessivamente o tempo dedicado à leitura do jornal, que acontece depois, enquanto tomo meu café.

      Tudo ótimo, no melhor dos mundos. Até o dia em que me dei conta do seguinte: sem que esta fosse minha intenção, eu tinha selecionado só a mídia que pensa como eu – ou quase. Meu dia começava excessivamente feliz, com a sensação de que eu vivia (até que enfim) na paz de um consenso universal.

      Mesmo na minha juventude, eu nunca tinha conhecido um tamanho sentimento de unanimidade. Naquela época, eu lia “L’Unità” e, a cada dia, identificava-me com o editorial. Não havia propriamente colunistas: a linguagem usada no jornal inteiro já continha e propunha uma visão do mundo. Ora, junto com “L’Unità” eu sempre lia mais um jornal – o “Corriere della Sera”, se eu estivesse em Milão, o “Journal de Genève”, em Genebra, e o “Le Monde”, em Paris. Nesses segundos jornais, eu verificava os fatos (não dava para acreditar nem mesmo no lado da gente) e assim esbarrava nos colunistas – em geral laicos e independentes, sem posições partidárias ou religiosas definidas.

      Em sua grande maioria, eles não escreviam para convencer o leitor: preferiam levantar dúvidas, inclusive neles mesmos. E era isso que eu apreciava.

      Hoje, os colunistas desse tipo ainda existem, embora sejam poucos. Eles estão mais na imprensa tradicional; na internet, duvidar não é uma boa ideia, porque é preciso criar e alimentar os consensos do “feed” do Face.

      O “feed” do Face, elogiado por muitos por ser uma espécie de jornal sob medida, transforma-se, para cada um, numa voz única, um jornal que apresenta apenas uma visão, piorado por uma falsa sensação de pluralidade (produzida pelo número de links).

      A gente se queixa que a mídia estaria difundindo uma versão única e parcial de fatos e ideias, mas a realidade é pior: não são os conglomerados, somos nós que, ao confeccionar um jornal de nossas notícias preferidas, criamos nosso próprio isolamento e vivemos nele. Como sempre acontece, somos nossos piores censores, os maiores inimigos de nossa possibilidade de pensar.

      De um lado, o leitor do “feed” não se informa para saber o que aconteceu e decidir o que pensar, ele se informa para fazer grupo, para fazer parte de um consenso. Do outro, o comentarista escreve, sobretudo para ser integrado nesses consensos e para se tornar seu porta-voz. O resultado é uma escrita extrema, em que os escritores competem por leitores tanto mais polarizados que eles conseguiram excluir de seu “jornal” as notícias e as ideias com as quais eles poderiam não concordar: leitores à procura de quem pensa como eles.

      Claro, que não é um caso de ignorância completa, mas a internet potencializa a vontade de se perder na opinião do grupo e de não pensar por conta própria. Essa vontade é a mesma que tínhamos no meu tempo de juventude – se não cresceu. O que temos, na verdade, é uma paixão pelo consenso.

      Entre consensos opostos, obviamente, não há diálogo nem argumentos, só ódio.

      Em suma, provavelmente, o resultado último da informação à la carte (que a internet e o “feed” facilitam) será a polarização e o tribalismo.

      Eu mesmo me surpreendo: em geral, acho chatérrimos os profetas do apocalipse, que estão com medo de que o mundo se torne líquido ou coisa que valha. Mas, por uma vez, a contemporaneidade me deixa, digamos, pensativo.

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalli-garis/2016/09/1817706-somos-os-maiores-inimigos-de-nossa-possibili-dade-de-pensar.shtml

Em relação ao excerto “Alguns links eu abriria, mas sem usurpar excessivamente o tempo dedicado à leitura do jornal, que acontece depois, enquanto tomo meu café.”, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q778747 Português
A BELEZA E A ARTE NÃO CONSTITUEM NENHUMA GARANTIA MORAL
Contardo Calligaris
   Gostei muito de “Francofonia”, de Aleksandr Sokurov. Um jeito de resumir o filme é este: nossa civilização é um navio cargueiro avançando num mar hostil, levando contêineres repletos dos objetos expostos nos grandes museus do mundo. Será que o esplendor do passado facilita nossa navegação pela tempestade de cada dia? Será que, carregados de tantas coisas que nos parecem belas, seremos capazes de produzir menos feiura? Ou, ao contrário, os restos do passado tornam nosso navio menos estável, de forma que se precisará jogar algo ao mar para evitar o naufrágio?
  Essa discussão já aconteceu. Na França de 1792, em plena Revolução, a Assembleia emitiu um decreto pelo qual não era admissível expor o povo francês à visão de “monumentos elevados ao orgulho, ao preconceito e à tirania” – melhor seria destruí-los. Nascia assim o dito vandalismo revolucionário – que continua.
   Os guardas vermelhos da Revolução Cultural devastaram os monumentos históricos da China. O Talibã destruiu os Budas de Bamiyan (séculos 4 e 5). Em Palmira, Síria, o Estado Islâmico destruiu os restos do templo de Bel (de quase 2.000 anos atrás). A ideia é a seguinte: se preservarmos os monumentos das antigas ideias, nunca teremos a força de nos inventarmos de maneira radicalmente livre.
  Na mesma Assembleia francesa de 1792, também surgiu a ideia de que não era preciso destruir as obras, elas podiam ser conservadas como patrimônio “artístico” ou “cultural” – ou seja, esquecendo sua significação religiosa, política e ideológica.
  Sentado no escuro do cinema, penso que nós não somos o navio, somos os contêineres que ele carrega: um emaranhado de esperanças, saberes, intuições, dúvidas, lamentos, heranças, obrigações e gostos. Tudo dito belamente: talvez o belo artístico surja quando alguém consegue sintetizar a nossa complexidade num enigma, como o sorriso de “Mona Lisa”.
  Os vândalos dirão que a arte não tem o poder de redimir ou apagar a ignomínia moral. Eles têm razão: a estátua de um deus sanguinário pode ser bela sem ser verdadeira nem boa. Será que é possível apreciá-la sem riscos morais?
  Não sei bem o que é o belo e o que é arte. Mas, certamente, nenhum dos dois garante nada.
 Por exemplo, gosto muito de um quadro de Arnold Böcklin, “A Ilha dos Mortos”, obra imensamente popular entre o século 19 e 20, que me evoca o cemitério de Veneza, que é, justamente, uma ilha, San Michele. Agora, Hitler tinha, em sua coleção particular, a terceira versão de “A Ilha dos Mortos”, a melhor entre as cinco que Böcklin pintou. Essa proximidade com Hitler só não me atormenta porque “A Ilha dos Mortos” era também um dos quadros preferidos de Freud (que chegou a sonhar com ele).
  Outro exemplo: Hitler pintava, sobretudo aquarelas, que retratam edifícios austeros e solitários, e que não são ruins; talvez comprasse uma, se me fosse oferecida por um jovem artista pelas ruas de Viena. Para mim, as aquarelas de Hitler são melhores do que as de Churchill. Pela pior razão: há, nelas, uma espécie de pressentimento trágico de que o mundo se dirigia para um banho de sangue.
  É uma pena a arte não ser um critério moral. Seria fácil se as pessoas que desprezamos tivessem gostos estéticos opostos aos nossos. Mas, nada feito.
  Os nazistas queimavam a “arte degenerada”, mas só da boca para fora. Na privacidade de suas casas, eles penduraram milhares de obras “degeneradas” que tinham pretensamente destruído. Em Auschwitz, nas festinhas clandestinas só para SS, os nazistas pediam que a banda dos presos tocasse suingue e jazz – oficialmente proibidos.
  Para Sokurov, o museu dos museus é o Louvre. Para mim, sempre foi a Accademia, em Veneza. A cada vez que volto para lá, desde a infância, medito na frente de três quadros, um dos quais é “A Tempestade”, do Giorgione. Com o tempo, o maior enigma do quadro se tornou, para mim, a paisagem de fundo, deserta e inquietante. Pintado em 1508, “A Tempestade” inaugura dois séculos que produziram mais beleza do que qualquer outro período de nossa história. Mas aquele fundo, mais tétrico que uma aquarela de Hitler, lembra-me que os dois séculos da beleza também foram um triunfo de guerra, peste e morte – Europa afora.
  É isto mesmo: infelizmente, a arte não salva.
Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2016/08/1806530-a-beleza-e-a-arte-nao-constituem-nenhuma-garantia-moral.shtml
Assinale a alternativa correta acerca dos excertos retirados do texto e comentados a seguir
Alternativas
Q778697 Português
Assinale a opção em que o valor semântico da conjunção destacada está corretamente identificado.
Alternativas
Q778649 Português
TEXTO 1
Esmola. [do Latim eleemosyna < eleemosyne, “compaixão”, “piedade”.] S. f. 1. O que se dá aos necessitados, por caridade ou filantropia; óbolo, espórtula. 2. Auxílio, amparo, socorro, benefício. 3. Donativo em dinheiro que se faz na igreja durante a celebração da missa. 4. Sentido figurado: graça, favor.
Novo dicionário Aurélio de língua portuguesa; século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999


Assinale a opção em que a conjunção destacada nos versos retirados do texto 2 e a relação de sentido estabelecida estão corretamente identificadas.

Alternativas
Q778528 Português
Para responder à questão, leia o texto abaixo.

Estudantes se alimentam mal e fazem pouca atividade física, aponta pesquisa 

  Os adolescentes brasileiros alimentam-se mal e fazem pouca atividade física. A conclusão está na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2012, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que levantou indicadores sobre fatores de risco e proteção dos cerca 3,153 milhões de alunos do último ano (9⁰ ano) do ensino fundamental, com faixa etária entre 13 e 15 anos. 
  Dentre as informações preocupantes no estudo estão a de que 41,3% dos escolares disseram consumir guloseimas (balas, chicletes, chocolates, doces) cinco ou mais dias por semana e de que 78% fazem menos de uma hora de atividade física diária por semana ou nenhuma atividade.
  O consumo de guloseimas só ficou atrás do consumo de feijão (70%), leite (51,5%) e hortaliças (43,4%). Cerca de 33% tomam refrigerante cinco dias ou mais na semana e 35% comem salgados fritos quase todos os dias. Apenas 30% disseram consumir frutas frescas. Aproximadamente 21% dos entrevistados responderam que nunca comem frutas e quase 11% nunca comem hortaliças. Esse padrão regular e elevado de consumo de alimentos não saudáveis tem se mantido desde 2009, quando foi realizada a primeira PeNSE.
  Mãe de Gabriela, de 13 anos, a veterinária Julia Morena de Miranda Leão Turíbio diz que se depender da filha, o cardápio restringe-se a biscoitos recheados, macarrão instantâneo e outras "porcarias".
  "Não dou dinheiro para comprar lanche na escola, faço lanche para ela levar. Não compro refrigerante em casa, mas almoço pouco em casa e aí ela não come verdura. Ela quer fazer regime, mas não gosta de legumes, não come salada", lamentou a mãe que também gostaria que Gabriela, que é aluna do 9⁰ ano de uma escola particular em Salvador, fizesse mais atividades físicas, que atualmente se limitam a uma hora de esporte na escola por semana. "Ela quer fazer academia, mas já disse que é muito nova para isso, estamos negociando uma aula de boxe ou de dança".

(Disponível em noticios.uol.com.br)
No trecho "se depender da filha, o cardápio restringe-se a biscoitos recheados, macarrão instantâneo e outras porcarias", aparece a conjunção "se" em destaque. Ela introduz uma circunstância de:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: AGERBA Prova: IBFC - 2017 - AGERBA - Técnico em Regulação |
Q778317 Português
Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve.(5º§) A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de: 
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Q777954 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

    Quando confrontada a duas teorias – uma simples e outra complexa – para explicar um problema, a maior parte das pessoas não hesita em favorecer a primeira, também qualificada como elegante. “Em muitos casos, porém, a complexa pode ser mais interessante”, lembra o filósofo Marco Zingano, da Universidade de São Paulo. Segundo ele, a escolha é natural na cultura ocidental contemporânea porque o pensamento dessas civilizações foi moldado por Aristóteles e Platão, os filósofos de maior destaque na Grécia Antiga, para quem a metafísica da unidade tinha como paradigma a simplicidade.

    Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhecimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civilização atual.

    Um dos problemas que ocuparam Platão e Aristóteles foi a acrasia, que leva uma pessoa a tomar uma atitude contrária à que sabe ser a correta. Se está claro, por exemplo, que uma moderada dose diária de exercícios é suficiente para prevenir uma série de doenças graves e trazer benefícios à saúde, por que alguém optaria por passar horas deitado no sofá e se locomover apenas de carro? Para Sócrates, a resposta era simples: guiado pela razão, o ser humano só deixa de fazer o que é melhor se lhe faltar o conhecimento.

    Platão discordava, e resolveu o dilema dividindo a alma em três partes: um par de cavalos alados conduzidos por um cocheiro que representa uma delas, a razão. Um dos cavalos, arredio, só pode ser controlado a chicotadas e representa os apetites. O outro é a porção irascível da alma. É o impulso, em geral obediente à razão, mas que pode levar a decisões impetuosas em determinadas situações. “O que determina as ações seriam fontes distintas de motivação”, observa Zingano. Platão pensou o conflito como interno à alma, dando lugar à acrasia. Já Aristóteles dedicou um livro de sua Ética ao fenômeno.

    Aristóteles e Platão tiveram um papel importante – e persistente – porque foram grandes sistematizadores do conhecimento. Eles procuraram domar conceitos diversos do Universo, do corpo e da mente, entender seu funcionamento e deixar registrado para uso futuro. Resgatar esses textos, explica Zingano, é uma busca da compreensão de como a cultura ocidental descreve o mundo e enxerga a si mesma ainda hoje.

(Adaptado de: GUIMARÃES, Maria. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br)

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão... (2º parágrafo)

A conjunção da frase acima apresenta sentido

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Q777835 Português

      Sandberg, que mudou totalmente o conceito espectador/obra de arte com o seu trabalho de duas décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã, iniciou sua palestra elogiando a arquitetura do nosso MAM-RJ que, segundo ele, segue a sua teoria de que o público deve ver a obra de arte de frente e não de lado, como acontece até agora com o museu convencional de quatro paredes. O ideal, disse ele, é que as paredes do museu sejam de vidro e que as obras estejam à mostra em painéis no centro do recinto. O museu não é uma estrutura sagrada e quem o frequenta deve permanecer em contato com a natureza do lado de fora:

      “A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a ter consciência da nossa própria época, manter um espelho na frente do espectador no qual ele possa se reconhecer. Este critério nos leva também a mostrar a arte de todos os tempos dentro do ambiente atual. Isso significa que devemos abolir o mármore, o veludo, as colunas gregas, que são interpretações do século XIX. Apenas a maior flexibilidade e simplicidade. A luz de cima é natural ao ar livre, mas artificial ao interior. As telas são pintadas com luz lateral e devem ser mostradas com luz lateral. A luz de cima nos permite encerrar o visitante entre quatro paredes. Certos museólogos querem as quatro paredes para infligir o maior número possível de pinturas aos pobres visitantes.

      É de capital importância que o visitante possa caminhar em direção a um quadro e não ao lado dele. Quando os quadros são apresentados nas quatro paredes, o visitante tem de caminhar ao seu lado. Isso produz um efeito completamente diferente, especialmente se não queremos que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja. Isso é ainda mais verdadeiro em relação aos grandes museus de arte contemporânea. Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho e deseja que entremos em sua obra. Ao organizar o nosso museu, devemos ter consciência da mudança de mentalidade da nova geração. Abolir todas as marcas do establishment: uniformes, cerimoniais, formalismo. Quando eu era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas dos pés, não ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam.

      Realmente não sabemos se os museus, especialmente os de arte contemporânea, devem existir eternamente. Foram criados numa época em que a sociedade não estava bastante interessada nos trabalhos de artistas vivos. O ideal seria que a arte se integrasse outra vez na vida diária, saísse para as ruas, entrasse nas casas e se tornasse uma necessidade. Esta deveria ser a principal finalidade do museu: tornar-se supérfluo”.

(Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada” [1974], em Arte-Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73-75) 

Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho... (3° parágrafo)

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

Alternativas
Q777537 Português
Texto para responder à questão.

Preto é cor, negro é raça

  O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante para a compreensão do critério objetivo que a sociedade brasileira emprega para a classificação racial das pessoas: “O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor; mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor”.
  Escrita por Lamartine Babo para o Carnaval de 1932, a marchinha realça a ambiguidade das relações raciais, ao mesmo tempo em que ilustra a opção nacional pela aparência, pelo fenótipo. Honesto e preconceituoso em sua definição de negro, Lamartine contribui mais para o debate sobre classificação racial do que muitos doutores.
  Com efeito, ao contrário do que pensa o presidente eleito, bem como certos acadêmicos, os cientistas pouco podem fazer nesta seara, além de, em regra, exibirem seus próprios preconceitos ou seu compromisso racial com a manutenção das coisas como elas estão.
  Primeiro porque, como se sabe, raça é conceito científico inaplicável à espécie humana, de modo que o vocábulo raça adquire relevância na semântica e na vida apenas naquelas sociedades em que a cor da pele, o fenótipo dos indivíduos, é relevante para a distribuição de direitos e oportunidades.
  Segundo, porque as pessoas não nascem negras ou brancas; enfim, não nascem “racializadas”. É a experiência da vida em sociedade que as torna negras ou brancas.
   “Todos sabem como se tratam os pretos”, assevera Caetano Veloso na canção “Haiti”.
  Em sendo um fenômeno relacional, a classificação racial dos indivíduos repousa menos em qualquer postulado científico e mais nas regras que regem as relações, intersubjetivas, econômicas e políticas no passado e no presente.
 Negro e branco designam, portanto, categorias essencialmente políticas: é negro quem é tratado socialmente como negro, independentemente de tonalidade cromática. É branco aquele indivíduo que, no cotidiano, nas estatísticas e nos indicadores sociais, abocanha privilégios materiais e simbólicos resultantes do possível mérito de ser branco. Esse sistema funciona perfeitamente bem no Brasil desde tempos imemoriais.
  A título de exemplo, desde a primeira metade do século passado, a Lei das Estatísticas Criminais prevê a classificação racial de vítimas e acusados por meio do critério da cor. Emprega-se aqui a técnica da heteroclassificação, visto que ao escrivão de polícia compete classificar, o que é criticado pela demografia, que entende ser mais recomendável, do ângulo ético e metodológico, a autoclassificação.
   Há um outro banco de dados no qual o método empregado é o da autoclassificação: o Cadastro Nacional de Identificação Civil, feito com base na ficha de identificação civil, a partir da qual é emitida a cédula de identidade, o popular RG. Tratase de uma ficha que pode ser adquirida em qualquer papelaria, cujo formulário, inspirado no aludido Decreto-Lei das Estatísticas Criminais, contém a rubrica “cútis”, neologismo empregado para designar cor da pele. Assim, todas as pessoas portadoras de RG possuem em suas fichas de identificação civil a informação sobre sua cor, lançada, em regra, por elas próprias.
  Vê-se, pois, que o Cadastro Nacional de Identificação Civil oferece uma referência objetiva e disponível para o suposto problema da classificação racial: qualquer indivíduo cuja ficha de identificação civil, dele próprio ou de seus ascendentes (mãe ou pai), indicar cor diversa de branca, amarela ou indígena, terá direito a reivindicar acesso a políticas de promoção da igualdade racial e estará habilitado para registrar seu filho ou filha como preto/negro.
  Fora dos domínios de uma solução pragmática, o procedimento de classificação racial, que durante cinco séculos funcionou na mais perfeita harmonia, corre o risco de se tornar, agora, um terrífico dilema, insolúvel, poderoso o bastante para paralisar o debate sobre políticas de promoção da igualdade racial.
  No passado nunca ninguém teve dúvidas sobre se éramos negros. Quiçá no futuro possamos ser apenas seres humanos.
SILVA JÚNIOR, Hédio. Preto é cor, negro é raça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 dez. 2002. Opinião, p.A3.

Sobre os elementos destacados do fragmento “O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante para a compreensão do critério objetivo que a sociedade brasileira emprega para a classificação racial das pessoas”, leia as afirmativas.
I. DE AMPLO DOMÍNIO PÚBLICO é circunstância adverbial de lugar. II. A palavra PARA é uma preposição com valor de finalidade. III. QUE, no contexto, é uma conjunção integrante. IV. PÚBLICO e OBJETIVO concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.
Está correto o que se afirma apenas em: 
Alternativas
Q777484 Português
Considere o texto a seguir para responder à questão.

A culpa não é da internet
Problemas modernos não são responsabilidade da tecnologia, mas do mau uso que fazemos dela 

São várias as queixas: estaríamos ficando superficiais, desatentos, desmemoriados, desinteressados. De quem é a culpa? Dizem que da internet, do mundo moderno, das novas tecnologias, disso tudo junto. Segundo alguns trabalhos publicados em livro e rapidamente alardeados pelos jornalistas, falta de atenção é consequência de janelas demais piscando no monitor, a abundância de informação é um convite à superficialidade, falta de memória é o “efeito Google”, falta de tempo é culpa de e-mails demais por responder. Para eles, nosso cérebro é vítima das circunstâncias modernas.
Eu discordo veementemente. Não vejo problema no que o mundo moderno faz com nosso cérebro – pelo contrário, só vejo coisas boas na facilidade de acesso a notícias, na facilidade de contato com amigos e parentes distantes, na profundidade de informação que hoje podemos obter. Para mim, o problema está em nós mesmos: em como nos deixamos sucumbir a tentações e imposições que nos são apresentadas através das novas tecnologias. 
Para começar, não vejo como “a internet” poderia reduzir nosso tempo de atenção sustentada e tornar nosso conhecimento superficial. É preciso muita atenção focada para passar horas ininterruptas em frente a videogames, e, além do mais, sites de busca, Wikipédia e jornais internacionais acessíveis às pontas dos seus dedos permitem a qualquer um se tornar um profundo conhecedor de política internacional ou biologia das fossas abissais sem sair de casa. Aprofundar-se ou surfar superficialmente é uma questão do uso que se escolhe fazer de um mundo inteiro, agora, navegável.
O mesmo se aplica à memória. A tecnologia nos permite terceirizar facilmente nossa memória, delegando-a à agenda do celular, que guarda nossos contatos, endereços e compromissos, e à memória coletiva da Wikipédia e tantos outros sites acessíveis via internet. Quem de fato ainda tenta memorizar números de telefone?
O problema é que, sem tentar, não há como memorizar o que quer que seja – e, sem exigir da sua memória, não há como mantê-la tinindo. A memória não depende de simples exposição à informação, e sim do processamento ativo dela, que precisa receber atenção, ser associada a outras informações, e ainda ser considerada importante pelo cérebro. Se não for importante, não entra para a memória. Portanto, não há como se lembrar de um número de telefone que você apenas o digitou em seu celular! 
Também não é verdade que a internet nos deixe desatentos ao fornecer “informação demais”. Nossa atenção já é limitada – e pelo próprio cérebro: só conseguimos nos concentrar em uma coisa de cada vez. Por causa dessa limitação, sempre há mais informação disponível do que conseguimos processar – e isso não é culpa da internet. Por outro lado, conhecendo essa limitação, quem tem problemas para se manter focado pode se ajudar reduzindo o número de tarefas disputando sua atenção a cada instante, por exemplo, reduzindo o número de janelas abertas em seu computador.
O mesmo vale para o e-mail, que acelerou a velocidade das trocas por escrito – e, ao contrário das predições catastróficas da época em que surgiu, hoje nos faz escrever mais do que anteriormente. Recebemos e-mails às dúzias por dia, muitos deles nos cobrando respostas imediatas. E aqui está mais um mau uso da tecnologia, culpa nossa: poder responder imediatamente a e-mails não significa ter de fazê-lo na hora, encorajando a cobrança alheia. Nossos problemas modernos não são culpa da tecnologia, mas do (mau) uso que fazemos dela 
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_culpa_nao_e_da_intern et.html. Adaptado. 
Portanto, não há como se lembrar de um número de telefone que você apenas o digitou em seu celular! No excerto do texto acima, por qual vocábulo abaixo a palavra grifada pode ser substituída, sem que haja alteração de seu sentido?
Alternativas
Q776631 Português

Imagem associada para resolução da questão

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No terceiro período do texto, a conjunção “ou” está associada ao valor de inclusão e a conjunção “e” associada ao valor de sequenciação temporal.

Alternativas
Q775709 Português
A questão diz  respeito ao conteúdo do TEXTO 1. Leia-o atentamente ante de respondê-la.
TEXTO I
Nossos dias melhores nunca virão?
Ando em crise, mas não é muito grave: ando em crise com o tempo. Que estranho “presente” é este que vivemos hoje, correndo sempre por nada, como se o tempo tivesse ficado mais rápido do que a vida (da maneira que seria se o tempo...).
As utopias liberais do século 20 diziam que teríamos mais ócio, mais paz com a tecnologia. Acontece que a tecnologia não está aí para distribuir sossego, mas para incrementar competição e produtividade, não só das empresas, mas a produtividade dos humanos. Tudo sugere velocidade, urgência, nossa vida está sempre aquém de alguma tarefa. A tecnologia nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas, fábricas vivas, chips, pílulas para tudo. Temos de funcionar, não de viver. Por que tudo tão rápido? Para chegar aonde? Antes, tínhamos passado e futuro; agora, tudo é um “enorme presente”. E este “enorme presente” é reproduzido com perfeição técnica cada vez maior, nos fazendo boiar num tempo parado, mas incessante, num futuro que “não para de não chegar”.
Antes, tínhamos os velhos filmes em preto-e-branco, fora de foco, as fotos amareladas, que nos davam a sensação de que o passado era precário e o futuro seria luminoso. Nada. Nunca estaremos no futuro. E, sem o sentido da passagem dos dias, da sucessibilidade de momentos, de começo e fim, ficamos também sem presente, vamos perdendo a noção de nosso desejo, que fica sem sossego, sem noite e sem dia. Estamos cada vez mais em trânsito, como carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa, e cada vez mais nossa identidade vai sendo programada. O tempo é uma invenção da produção. Não há tempo para os bichos.
Há alguns anos, eu vi um documentário do cineasta Mika Kaurismaki e do Jim Jarmusch sobre um filme que o Samuel Fuller ia fazer no Brasil, em 1951. Ele veio, na época, e filmou uma aldeia de índios no interior do Mato Grosso. A produção não rolou e, em 92, Samuel Fuller, já com 83 anos, voltou à aldeia e exibiu para os índios o material colorido de 50 anos atrás. E também registrou os índios vendo seu passado na tela. Eles nunca tinham visto um filme e o resultado é das coisas mais lindas e assustadoras que já vi. Eu vi os índios descobrindo o tempo. Eles se viam crianças, viam seus mortos, ainda vivos e dançando. Seus rostos viam um milagre. A partir desse momento, eles passaram a ter passado e futuro. Foram incluídos num decorrer, num “devir” que não havia. Hoje, esses índios estão em trânsito entre algo que foram e algo que nunca serão. O tempo foi uma doença que passamos para eles, como a gripe. E pior: as imagens de 50 anos é que pareciam mostrar o “presente” verdadeiro deles. Eram mais naturais, mais selvagens, mais puros naquela época. Agora, de calção e sandália, pareciam estar numa espécie de “passado” daquele presente. Algo decaiu, piorou, algo involuiu neles.
Fui atrás de velhos filmes de 8mm que meu pai rodou há 50 anos também. Queria ver o meu passado, ver se havia ali alguma chave que explicasse meu presente hoje, que prenunciasse minha identidade ou denunciasse algo que perdi, ou que o Brasil perdeu. Em meio às imagens trêmulas, riscadas, fora de foco, vi a precariedade de minha pobre família de classe média, tentando exibir uma felicidade familiar que até existia, mas precária, constrangida; e eu ali, menino comprido feito um bambu no vento, já denotando a insegurança que até hoje me alarma. Minha crise de identidade já estava traçada. E não eram imagens de um passado bom que decaiu, como entre os índios. Era um presente atrasado, aquém de si mesmo.
Vendo filmes americanos dos anos 40, não sentimos falta de nada. Com suas geladeiras brancas e telefones pretos, tudo já funcionava como hoje. O “hoje” deles é apenas uma decorrência contínua daqueles anos. Mudaram as formas, o corte das roupas, mas eles, no passado, estavam à altura de sua época. A Depressão econômica tinha passado, como um trauma, e não aparecia como o nosso subdesenvolvimento endêmico. Para os americanos, o passado estava de acordo com sua época. Em 42, éramos carentes de alguma coisa que não percebíamos. Olhando nosso passado é que vemos como somos atrasados no presente. Nos filmes brasileiros antigos, parece que todos morreram sem conhecer seus melhores dias.
E nós, hoje, continuamos nesta transição entre o atraso e uma modernização que não chega nunca? Quando o Brasil vai crescer? Quando cairão afinal os “juros” da vida? [...] Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é “não ter futuro”; é nunca estar no presente.
JABOR, Arnaldo. Disponível em: http://www.paralerepensar.com.br/a_jabor_nossodias.htm>. Acesso em: 6 set. 2016. (Fragmento adaptado)
Leia este trecho. “Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é “não ter futuro”; é nunca estar no presente.” Para manter a relação estabelecida entre os períodos, o termo destacado NÃO pode ser substituído por
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Ano: 2017 Banca: Quadrix Órgão: SEDF Provas: Quadrix - 2017 - SEDF - Conhecimentos Básicos | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Administração | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Direito | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Contabilidade | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Enfermagem | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Psicologia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Língua Portuguesa | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Informática | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Farmácia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Nutrição | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Educação Física | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Engenharia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Eletrotécnica | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Música | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Telecomunicações | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Sociologia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Eletrônica | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Biologia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Odontologia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Artes | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Filosofia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - História | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Inglês | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Matemática | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Biomedicina | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Ciências Naturais | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Química | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Libras | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Espanhol | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Física | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Geografia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Fisioterapia | Quadrix - 2017 - SEDF - Professor - Atividades |
Q774672 Português

Julgue o item seguinte em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto.

A inserção do conector “contudo”, entre vírgulas, após a forma verbal “É” (linha 4) manteria a correção gramatical do texto e evidenciaria a relação de sentido estabelecida entre os dois primeiros períodos do primeiro parágrafo do texto.

Alternativas
Q773689 Português

Instrução: A questão seguinte está relacionada ao texto abaixo.


Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo. Sem prejuízo da correção gramatical e do significado do texto, seria possível susbstituir uma vez que (l. 32) por

1. dado que

2. quando

3. porquanto

Quais propostas estão corretas?

Alternativas
Q773127 Português
Nas orações em que ocorrem no texto CB1A1BBB, os elementos “assim” (l.4) e “por isso” (l.15) expressam, respectivamente, as ideias de
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Q772857 Português
SMS NÃO PIORA ORTOGRAFIA DOS ADOLESCENTES, DIZ ESTUDO
19/03/2014 Fonte: zerohora.clicrbs.com.br. Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/artigo.php?indice=78 Acesso em: 17 janeiro 2015
    As mensagens de texto não têm influência negativa sobre a ortografia dos estudantes e ainda oferecem uma oportunidade adicional para a prática da escrita, afirma um estudo realizado por pesquisadores franceses.
   "É o nível geral da ortografia dos alunos que determina o tipo de erros presentes no SMS, e não o contrário", resume o Centro de Pesquisa sobre a Cognição e a Aprendizagem (CNRS/ Université de Poitiers/Université François Rabelais de Tours) em um comunicado divulgado nesta terça-feira. O estudo se baseia em 4.524 mensagens escritas por 19 jovens de 12 anos que não possuíam telefone celular antes do início da pesquisa.
  As abreviações ou variações e aproximações ortográficas de uma palavra em relação à escrita tradicional utilizadas nos SMS são frequentemente apontadas pelos pais e professores como a causa das dificuldades de ortografia entre os estudantes.
   Esse estudo mostra que, quando os jovens começam a escrever SMS, "é o nível de escrita tradicional que determina a forma dos SMS enviados, e não os SMS que influenciam negativamente a ortografia tradicional". E quando a prática do envio de SMS já está enraizada, após um ano, "não há nenhuma ligação entre o nível de ortografia tradicional e a forma dos SMS", asseguram os pesquisadores.
  "Ao contrário dos temores muitas vezes expressados, são bons alunos os que fazem um monte de abreviações com o código ortográfico tradicional e os menos bons as praticam menos", segundo o CNRS. Longe de ser uma ameaça para o nível de ortografia da juventude, os SMS são, portanto, "uma chance nova e adicional para praticar a expressão escrita".
   Além disso, a escrita tradicional ensinada na escola e as mensagens de texto redigidas fora de qualquer quadro institucional "dependem das mesmas habilidades cognitivas", garantem os pesquisadores. Estudos recentes sobre a língua inglesa e finlandesa também demonstraram que não havia ligação entre o nível ortográfico dos alunos com idades entre 9 e 12 anos e os "erros" nos SMS.
  Uma vez que o celular e o SMS são usados com facilidade e entusiasmo por adolescentes, "eles poderiam ser usados como um suporte de aprendizado escolar, ideia que a Unesco já havia defendido em 2010", acreditam os pesquisadores. O trabalho foi publicado no Journal of Computer Assisted Learning. 
Assinale a alternativa em que as palavras destacadas no trecho a seguir tenham sido corretamente classificadas, na ordem em que aparecem. “As abreviações ou variações e aproximações ortográficas de uma palavra em relação à escrita tradicional utilizadas nos SMS são frequentemente apontadas [...]”. 
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Q772321 Português

                       Está com calor? Setembro de 2016 foi o mês  

                               mais quente da história do planeta


São grandes as chances de você estar suando em bicas enquanto lê essa matéria e pensando “ué, mais um recorde de calor?”. É isso mesmo: 2016 continua fazendo história como o ano mais quente de que se tem registro. Dessa vez, foi o mês de setembro que fez sua marca.

A temperatura mundial em setembro de 2016 (levando em conta o verão no hemisfério norte e o final do inverno aqui no hemisfério sul) foi 0,91ºC acima da média para o mês, de acordo com a Nasa, cuja base de dados começa lá em 1880. A agência usa 3.600 estações meteorológicas ao redor do globo para montar seus rankings.

A última vez que tivemos um mês de setembro com tanto calor foi em 2014, mas esse ano a temperatura média foi 0,004ºC maior, uma microultrapassagem que garantiu a posição do mês passado como o setembro mais quente da história.

Dos últimos 12 meses, 11 foram os mais quentes para sua época do ano. Julho de 2016 foi além. Não apenas foi o julho com maior calor de que se tem registro, ele bateu o recorde para todos os meses dos últimos 136 anos. Com esse acúmulo de “conquistas”, os cientistas da Nasa têm quase certeza de que chegaremos ao fim de 2016 com uma média de temperatura 1,25ºC mais alta do que a do século 19.

Para os pesquisadores, o aquecimento global é a principal explicação para a tendência de aumento da temperatura (ainda que certos políticos discordem dessa afirmação). Um pouquinho da culpa, porém, seria também do El Niño, que teria favorecido a alta nos termômetros.

A Nasa alerta, porém, que não são esses pequenos recordes que vão fazer diferença lá na frente e sim os números a longo prazo, o que infelizmente não é a melhor das notícias se lembrarmos como a tendência dos últimos 150 anos tem se apresentado. Enquanto secamos a testa e o verão começa a apontar na esquina, é bom lembrar que o Brasil ratificou recentemente o Acordo de Paris, um documento no qual 175 países se comprometeram a não deixar que a temperatura mundial suba mais do que 2ºC até o fim do século. Ninguém garante que vai ser o suficiente para evitar que os termômetros continuem a bater recordes, mas uma coisa é certa: a humanidade tem muito trabalho pela frente.


LEONARDI, Ana Carolina. Está com calor? Setembro de 2016 foi o mais quente da história do planeta. Revista Super Interessante. São Paulo: 

Abril, 2016. Disponível em: < http://super.abril.com.br/sociedade/ esta-com-calor-setembro-de-2016-foi-o-mais-quente-da-historia-do-planeta/>.

Na construção “A agência usa 3.600 estações meteorológicas ao redor do globo para montar seus rankings”, a conjunção “para” expressa o sentido de:
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Q772294 Português

Não há vagas

O preço do feijão

não cabe no poema. O preço

do arroz

não cabe no poema.

Não cabem no poema o gás

a luz o telefone

a sonegação

do leite

da carne

do açúcar

do pão.


O funcionário público

não cabe no poema

com seu salário de fome

sua vida fechada

em arquivos.

Como não cabe no poema

o operário

que esmerila seu dia de aço

e carvão

nas oficinas escuras


– porque o poema, senhores,

está fechado: “não há vagas”

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço


O poema, senhores,

não fede

nem cheira.

GULLAR, Ferreira. “Não há vagas”. In: Toda Poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980. 

Considere o seguinte trecho do texto:

“O poema, senhores,

não fede

nem cheira”.

Nessa construção, a conjunção “nem” une duas orações coordenadas expressando entre elas uma relação de:

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Q770738 Português
Leia o texto “Chega de desculpas”, do jornalista português João Pereira Coutinho, para responder à questão.
A herança ibérica é causa dos problemas do Brasil? A pergunta é recorrente. A convite de uma associação de estudantes, estive em São Paulo para uma conversa sobre o assunto.
Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar e, quem sabe, pedir a minha pele. No fim, saí ileso e ninguém comprou a ideia de que os portugueses são responsáveis pela situação do Brasil. É verdade. O país pode estar em crise, mas as novas gerações enchem o meu coração de otimismo.
Mas vamos ao que interessa: a colonização foi coisa boa ou coisa má? A pergunta, pelo seu maniqueísmo, já é falha. Nenhuma colonização é totalmente boa ou totalmente má. Existiram bons legados e maus legados.
Começo pelos bons: a ausência de uma “superioridade de raça”. Sérgio Buarque de Holanda sabia do que falava. Gilberto Freyre também. Como dizem ambos, os portugueses que chegaram em 1500 já eram um povo “mestiço” – uma salada de latinos, africanos, árabes, etc. Isso é importante?
É. Porque não foram apenas os portugueses a colonizar o Brasil. Os nativos também colonizaram os portugueses – e essa “plasticidade”, para usar um termo caro a esses estudiosos, impediu a rigidez cultural, social e até sexual, que outros povos colonizadores espalharam por seus domínios.
Sim, sei: você gostaria de ter sido colonizado por holandeses, ingleses, quem sabe franceses. Coisa chique, mas foram eles que colonizaram a África do Sul, a Índia e a Argélia…
Está no seu direito. Mas, como diz um amigo, você consegue imaginar a “Garota de Ipanema” cantada em holandês? A musicalidade dos brasileiros precisou de semente mestiça para florescer.
Pena que nem tudo tenha florescido – e aqui mergulho no lado lunar. Os portugueses não foram exemplares na educação da colônia. No século 18, afirma Sérgio Buarque, milhares de livros eram publicados no México. Ao mesmo tempo, a Coroa portuguesa fechava as tipografias dos trópicos porque temia que ideias subversivas pudessem corromper a estabilidade do Brasil.
E quem fala em livros fala em educação: Sérgio relembra que, entre os anos de 1775 e 1821, 7850 bacharéis e 473 doutores e licenciados saíram com diploma da Universidade do México. Em igual período, só 720 brasileiros conseguiram a proeza (pela Universidade de Coimbra, claro).
Finalmente, existe uma herança pesada da colonização portuguesa: esse patrimonialismo que atribui ao Estado o papel de “baby-sitter” do cidadão. Isso significa que um homem assume a mentalidade de uma criança que tudo espera do Estado, desde o berço até a sepultura.
Os portugueses deixaram o Brasil há quase 200 anos, e qualquer pessoa adulta sabe que o presente do Brasil é um produto das escolhas dos brasileiros, portanto chega de desculpas.
(Folha de S.Paulo, 20.10.2015. Adaptado)
Releia os trechos selecionados do texto. •  Ao mesmo tempo, a Coroa portuguesa fechava as tipografias dos trópicos porque temia que ideias subversivas pudessem corromper a estabilidade do Brasil. (8o parágrafo) •  … e qualquer pessoa adulta sabe que o presente do Brasil é um produto das escolhas dos brasileiros, portanto chega de desculpas. (último parágrafo) Assinale a alternativa em que as duas expressões destacadas apresentam, respectivamente, as mesmas relações entre ideias estabelecidas pelas expressões porque e portanto.
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Q770108 Português
A síndrome das pernas inquietas
A cena é conhecida: a pessoa está se preparando para deitar, depois de um longo dia, e, neste exato momento de descanso, as pernas começam a doer, e há uma intensa vontade de balançar os membros inferiores. Trata-se da síndrome das pernas inquietas, a SPI, um problema neurológico que acomete de 5 a 10% da população, mas é pouco reconhecido.
A denominação “pernas inquietas” se refere ao fato de o indivíduo ter que movimentar as pernas para aliviar os sintomas desconfortáveis, como dor, formigamento e ardor nas pernas, do joelho para baixo, especialmente no final do dia, e que pode piorar em períodos de repouso prolongado.
Outra pista para o diagnóstico de síndrome das pernas inquietas são os movimentos periódicos dos membros, que ocorrem à noite durante o sono, e são involuntários. É bastante percebido no dia seguinte, quando se nota o excesso de bagunça nos lençóis.
Em relação a fatores que podem agravar a síndrome, destaca-se o consumo abusivo de cafeína, um dos vilões de quem sofre desta síndrome. Por outro lado, movimentar-se (caminhar ou correr) e fazer massagem nas pernas são dicas boas para aliviar estes sintomas, e muitos dos que sofrem da síndrome das pernas inquietas, nesta hora, podem contar com os parceiros de cama para auxiliar com massagens ou outras técnicas de relaxamento.
Ainda não há formas de prevenção para a síndrome das pernas inquietas, até porque uma parte grande dos casos é hereditária. A boa notícia é que há algumas medicações que podem amenizar bastante os sintomas, como remédios das seguintes classes: agonistas dopaminérgicos, anticonvulsivante e benzodiazepínico. Como sempre, o ideal é buscar orientação de um médico familiarizado com este problema, que irá sugerir a melhor opção de tratamento ao paciente, após confirmar o diagnóstico.
FELÍCIO, André. A síndrome das pernas inquietas. Blog da Saúde. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2017 (Adaptação).
Releia o trecho a seguir. “[...] um problema neurológico que acomete de 5 a 10% da população, mas é pouco reconhecido.” Conservando seu sentido original, esse trecho não pode ser rescrito da seguinte forma:
Alternativas
Respostas
3381: E
3382: D
3383: C
3384: C
3385: A
3386: E
3387: C
3388: D
3389: E
3390: D
3391: C
3392: A
3393: E
3394: D
3395: D
3396: D
3397: B
3398: B
3399: A
3400: A