Questões de Concurso Sobre conjunções: relação de causa e consequência em português

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Q2775025 Português

Corpos emancipados, mentes subjugadas


1 _____ A indústria cultural, tão bem dissecada pela Escola de Frankfurt, retarda a emancipação humana ao

2 _ introduzir a sujeição da mente no momento em que a humanidade se livrava da sujeição do corpo. É longa a

3 _ história da sujeição do corpo, a começar pela escravidão que durou séculos, inclusive no Brasil, onde foi

4 _ considerada legal e legítima por mais de 358 anos.

5 _____ Não apenas escravos tiveram seus corpos sujeitados. Também mulheres. Faz menos de um século

6 _ que elas iniciaram o processo de apropriação do próprio corpo. A dominação sofrida pelo corpo feminino era

7 _ endógena e exógena. Endógena porque a mulher não tinha nenhum controle sobre o seu organismo, encarado

8 _ como mera máquina reprodutiva e, com frequência, demonizado. Exógena pelas tantas discriminações

9 _ sofridas, da proibição de votar à castração do clitóris, da obrigação de encobrir o rosto em países

10 _ muçulmanos à exibição pública de sua nudez como isca publicitária nos países capitalistas de tradição cristã.

11 _____ No momento em que o corpo humano alcançava sua emancipação, a indústria cultural introduziu a

12 _ sujeição da mente. A multimídia é como um polvo cujos tentáculos nos prendem por todos os lados. Tente

13 _ pensar diferente da monocultura que nos é imposta via programas de entretenimento! Se a sua filha de 20

14 _ anos disser que permanece virgem, isso soará como ridículo anacronismo; se aparecer no Big Brother

15 _ transando via satélite para o onanismo visual de milhões de telespectadores, isso faz parte do show.

16 _____ O processo de sujeição da mente utiliza como chibatas o prosaico, o efêmero, o virtual, o fugidio. E

17 _ detona progressivamente os antigos valores universais. Ética? Ora, não deixe escapar as chances de ter

18 _ sucesso e ficar rico, desde que sua imagem não fique mal na foto... Agora, tudo é descartável, inclusive os

19 _ valores. E todos somos impelidos à reciclagem perpétua - na profissão, na identidade, nos relacionamentos.

20 _____Nossos pais aposentavam-se num único emprego. Hoje, coitado do profissional que, ao oferecer-se

21 _ a uma vaga, não apresentar no currículo a prova de que já trabalhou em pelo menos três ou quatro empresas

22 _ do ramo! Eis a civilização intransitiva, desistorizada, convencida de que nela se esgota a evolução do ser

23 _ humano e da sociedade. Resta apenas dilatar a expansão do mercado.

24 _____ A tecnologia multimídia sujeita-nos sem que tenhamos consciência dessa escravidão virtual. Pelo

25 _ contrário, oferece-nos a impressão de que somos “imperadores de poltrona”, na expressão cunhada por

26 _ Robert Stam. Temos tanto “poder” que, monitor à mão, pulamos velozmente de um canal de TV a outro,

27 _ configurando a nossa própria programação. Já não estamos propensos a suportar discursos racionais e

28 _ duradouros. Pauta-nos a vertiginosa velocidade tecnológica, que nos mantém atrelados às conveniências do

29 _ mercado.

30 _____ Nossa boia de salvação reside, felizmente, na observação de Jean Baudrillard, de que o excesso de

31 _ qualquer coisa gera sempre o seu contrário. É o caso da obesidade. O alimento é imprescindível à vida, mas

32 _ em excesso afeta o sistema cardiovascular e produz outros defeitos colaterais.

33 _____ Há tanta informação que preferimos não mais prestar atenção nelas. A comunicação torna-se

34 _ incomunicação. Ou comunicassão, pois cassa-nos a palavra, tornando-nos meros receptores da avassaladora

35 _ máquina publicitária.

36 _____ Essa sujeição da mente vem no bojo da crise da modernidade que, desmistificada pela barbárie -

37 _ duas guerras mundiais, a incapacidade de o capitalismo distribuir riquezas, o fracasso do socialismo

38 _ soviético etc. -, passa a rejeitar todos os “ismos”. Os espaços da expressão da cidadania, como a política e o

39 _ Estado, caem em descrédito.

40 _____ Tudo e todos prestam culto a um único soberano: o mercado. É ele a Casa Grande que nos mantém

41 _ na senzala do consumo compulsivo, do hedonismo desenfreado, da dessolidariedade e do egoísmo.

42 _____ Felizmente iniciativas como o Fórum Social Mundial rompem o monolitismo cultural e abrem

43 _ espaço à consciência crítica e novas práticas emancipatórias.


BETTO Frei. Corpos emancipados, mentes subjugadas. Correio da Cidadania. http://www.correiocidadania.com.br/antigo/ed437/betto.htm

A análise do antepenúltimo parágrafo do texto (L.36/39) permite afirmar que ele apresenta

Alternativas
Q2770819 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


A ética das máquinas


[...] Imagine uma situação na qual uma máquina identifica o rosto de um terrorista internacional tentando embarcar em um voo no aeroporto de Tel Aviv. Imediatamente, um alarme soa e os embarques são suspensos. Todos os voos são, automaticamente, cancelados. Em poucos minutos, a notícia já percorre milhões de tablets e se espalha pelo mundo. O preço do barril de petróleo triplica e nas bolsas de valores há uma corrida pelas ações das empresas petrolíferas. Essa manobra faz com que o preço de outras ações desabe. A queda no valor das ações leva a uma corrida para o dólar e, em poucas horas, ele se valoriza mais de 15%. Contratos de importação e exportação são suspensos...

Essa cadeia inusitada de acontecimentos pode levar ao caos. Mas, o que significa um dia caótico na economia mundial diante da possibilidade de um ataque terrorista que poderia dizimar centenas de vidas? Os agentes da polícia portuária poderiam não ter identificado o rosto do terrorista e, nesse caso, a tragédia seria inevitável. No entanto, não é possível descartar a hipótese de que a máquina poderia ter identificado incorretamente um rosto e que, se ela não tivesse autonomia para suspender embarques e voos, um dia de caos na economia mundial poderia ter sido evitado. O que seria melhor? Tudo depende dos riscos que estamos dispostos a correr.

As máquinas estão se tornando cada vez mais autônomas. Máquinas autônomas não podem ser desligadas. Cada vez mais delegamos a elas decisões diante de situações imprevistas. Se o rosto do terrorista é identificado, o alarme soa e os embarques são automaticamente cancelados, independentemente da vontade de qualquer funcionário do aeroporto. Máquinas autônomas podem, também, alterar sua própria programação a partir de sua interação com o ambiente e, por isso, não temos controle pleno sobre elas.

Em geral, delegamos autonomia para máquinas quando, em algumas tarefas, sua performance é melhor do que a de um ser humano. Cálculos de engenharia, folhas de pagamento de grandes instituições são casos típicos nos quais a performance das máquinas ultrapassa o raciocínio e a memória humana. Em pouco tempo a identificação instantânea de rostos também integrará essa lista. [...]

Máquinas superinteligentes ainda são um sonho distante, mas não impossível. Não podemos, tampouco, descartar a possibilidade de elas serem produzidas acidentalmente. [...]

Como uma máquina autônoma não pode ser desligada, ficaríamos à mercê de seus caprichos, que poderia incluir a destruição completa da raça humana. [...]

O físico Stephen Hawking sugere que, diante desse risco, as pesquisas em inteligência artificial deveriam ser interrompidas. O filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford, defende que o aumento da inteligência se refletirá em um aprimoramento ético. Daniel Dennett, um dos pioneiros da Filosofia da Mente, afirma que a superinteligência não passa de uma lenda urbana que se baseia em atribuir às máquinas podres que elas nunca terão.

Temos de aguardar, com os dedos cruzados, os próximos capítulos da história da tecnologia. E torcer para que das inteligências sem consciência possa emergir algo mais do apenas eficiência cega, a competência sem compreensão.


(TEIXEIRA, João. Filosofia, Ciência e Vida. nº 121. Adaptado.)

O trecho “No entanto, não é possível descartar a hipótese de que a máquina poderia ter identificado incorretamente um rosto [...]” (2º§) é introduzido por uma expressão que indica:

Alternativas
Q2770732 Português

De Gutenberg a Zuckerberg


Após cinco anos e meio dedicados apenas a funções executivas, volto a ter um espaço para troca de ideias e informações. Desta vez, sobre o mercado digital com suas histórias de bastidores, dados infindáveis, surpresas, o dia a dia de start ups aqui e lá no Vale (sim, o do Silício) e entrevistas com quem sacode este mercado ou é sacudido por ele.

O título do blog (seria blog, vlog, site, plataforma digital?) vem de From Gutenberg to Zuckerberg: Leveraging Technology to Get Your Message Heard, palestra de Michael Eisner que passa bem além do trocadilho engraçadinho.

O fato é que não são poucas as vezes em que ouço que nós, os caras de internet, os bichos de tecnologia criamos todos os problemas que a humanidade não tinha antes de inventarmos os nossos gadgets, softwares, redes e o que mais pudesse ser desenvolvido em nossas garagens (imaginárias, Wozniak?). Errado. Explico.

Não criamos nada. Desculpe, amigos, mas é a verdade. Ferramentamos, apenas. Como Gutenberg o fez pelos idos de 1450. No big deal. Repetimos a história. Se o poder saía das mãos de dedos manchados dos monges copistas e passava a um tipo que podia multiplicar exponencialmente os caracteres que formavam a informação, com Zuck e seus contemporâneos deu‐se o mesmo. O jornalista, até então dono absoluto do palco italiano, da bola e do campo, teve que deitar a régua. O que era vertical, top down, passou a ser horizontal, em uma distribuição de informações via iguais.

Nenhuma novidade aqui. O que as redes sociais fizeram foi repetir o fenômeno evolutivo. Is revolução digital the new revolução industrial? É provável sob muitos aspectos, mas uma revolução somente se conhece a posteriori, contentemo‐nos em evoluir por ora. Não é pouco.

E sobre criarmos plataformas‐problema, qual foi a primeira rede social que você conheceu? A fofoqueira de sua rua. Ficava na janela, ouvia no máximo 140 caracteres de qualquer conversa, tempo necessário para que o transeunte desavisado percorresse o espaço da fachada da casa da moça. Retuitava ao marido, à filha, compartilhava. De vez em quando, curtia. E quando ia ao salão de beleza, viralizava.

Não, esta criação não nos pertence. Ferramentamos, ajudamos e até atrapalhamos, ok. Mas como sempre fizeram estes seres humanos, gregários, que insistem em viver em uma sociedade em rede.

Mas agora resolveram chamar de rede social.

(Antonio Guerreiro Disponível em: http://gutzuck.com/de‐gutenberg‐a‐zuckerberg‐20150105/)

Ferramentamos, ajudamos e até atrapalhamos, ok.” (7º§) A respeito do período anterior, analise as afirmativas.


I. Há, no período, uma oração reduzida.

II. O período apresenta apenas orações coordenadas.

III. Há ocorrência de oração coordenada sindética aditiva.

IV. O período é composto por duas orações coordenadas e uma subordinada.


Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Q2768967 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de números 06 a 12.


Estudo confirma o impacto das mudanças climáticas na saúde


1. Desde o início do século 19 , com a Revolução Industrial , o impacto das ações do homem sobre o clima já provocou um aquecimento médio de mais de 1 ºC na Terra . Embora o número ainda não seja suficiente para provocar um cataclisma , já prejudica a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta e coloca em risco todos os avanços em saúde pública dos últimos 50 anos. É o que mostra um relatório publicado pela Lancet, uma prestigiada publicação científica de medicina .


2. Elaborado com a contribuição de 24 instituições acadêmicas e organizações intergovernamentais , o Lancet Countdown levanta dados de saúde em todos os continentes , contando com uma equipe que inclui ecologistas , cientistas , economistas , engenheiros e especialistas em comida , transporte, energia e saúde pública .


3 . De acordo com o relatório , uma das principais evidências do impacto da mudança climática são as ondas de calor , cada vez mais intensas e frequentes . Entre 2000 e 2016 , 125 milhões de adultos em situação de vulnerabilidade no mundo sofreram com elas. Com o clima mais quente , as pessoas têm menos resistência , ocasionando uma redução de 5,3% da força mundial de trabalho . Em 2016 , tirou mais de 920 mil pessoas em todo mundo da força de trabalho , com 418 mil delas somente na Índia.


4 . Os desastres relacionados ao clima também estão mais frequentes , com um crescimento de 46 % desde 2000. A economia também sofre , com crescentes perdas desde 1990 . Em 2016 a economia global perdeu US$ 12 9 bilhões com eventos relacionados ao clima . O relatório também aponta o aumento de 10 % no número de mosquitos da dengue desde 1950 como resultado do aquecimento global.


5 . Os estragos não param por aí , já que, somente em 2015 , mais de 803 .000 mortes prematuras e evitáveis aconteceram em 21 países asiáticos foram devido a poluição do ar . Mas é na comida o principal impacto. A mudança climática provocou um declínio de 6 % na produtividade global do trigo e um declínio de 10 % nas safras de arroz . Se tudo continuar assim , mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo enfrentarão a necessidade de migrar dentro dos próximos 90 anos devido ao aumento do nível do mar causado pelo colapso da plataforma de gelo .


6 . O Brasil também sofre com as consequências : de acordo com o estudo , o volume médio de partículas finas em suspensão no ar é de 15 ug/m3 , enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda que o número não ultrapasse 1 O ug/m3 . A pior situação fica na pequena cidade de Santa Gertrudes , no interior de São Paulo , considerada a mais poluída do País . São 44 ug/m3 de partículas suspensas , principalmente devido a ação da indústria de cerâmica .


7 . Para o professor Anthony Costello, co-presidente da Lance! Countdown e um dos diretores da Organização Mundial da Saúde , a situação requer ação imediata . "A mudança climática está acontecendo e hoje é um problema de saúde para milhões em todo o mundo . A perspectiva é desafiadora , mas ainda temos a oportunidade de transformar uma emergência médica iminente no avanço mais significativo para a saúde pública neste século ", afirma . "Precisamos de medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Os benefícios econômicos e de saúde oferecidos são enormes . O custo da inação será contado em perdas evitáveis de vidas em larga escala ".

Autor não é ide ntificado, Portal da R evista Galileu (03/11/20177) Te x to adap tado - Versão origin al, na íntegr a e sem alterações dispon/ve l em http s:l/re vistagaf ileu . globo.co m/ Ciencialnoticia/201 71 11 /estudo-confirma-o -im pacto-das-muda ncas-climaticas -n a-saude . htmf

Classifique a conjunção em destaque em cada uma das construções seguintes, numerando, convenientemente, os parênteses. A seguir, assinale a alternativa correta.


1. Conjunção coordenativa conclusiva.

2. Conjunção coordenativa adversativa.

3. Conjunção coordenativa aditiva.


( ) Porém, no que se refere aos prejuízos econômicos, o relatório não foi conclusivo.

( ) Essa avaliação mostra, portanto, um aumento da temperatura do planeta.

( ) A Lancet Countdown não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.


Alternativas
Q2767050 Português

Mas, enfrentar esse desafio é algo que traz inúmeros benefícios para essas crianças, como a melhoria na socialização, comunicação e expressão.” (Texto IV, linhas 20-22)


A única conjunção que pode substituir adequadamente o conectivo em destaque acima é


Alternativas
Respostas
166: A
167: B
168: B
169: B
170: D