Questões de Concurso Sobre pronomes relativos em português

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Q429035 Português

Texto 1


“Formação do Brasil no Atlântico Sul”: o leitor que  bateu o olho na capa do livro estará intrigado com o subtítulo. Quer dizer então que o Brasil se formou fora  do Brasil? É exatamente isso: tal é o paradoxo histórico  que pretendo demonstrar nas páginas seguintes.

Nossa história colonial não se confunde com a  continuidade do nosso território colonial. Sempre se pensou o Brasil fora do Brasil, mas de maneira incompleta: o país aparece no prolongamento da Europa.  Ora, a ideia exposta neste livro é diferente e relativamente simples: a colonização portuguesa, fundada no  escravismo, deu lugar a um espaço econômico e social  bipolar, englobando uma zona de produção escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de  reprodução de escravos centrada em Angola. Desde o final do século XVI, surge um espaço aterritorial,  um arquipélago lusófono composto dos enclaves da   América portuguesa e das feitorias de Angola. É daí  que emerge o Brasil do século XVIII. Não se trata, ao  longo dos capítulos, de estudar de forma comparativa as colônias portuguesas no Atlântico. O que se quer,  ao contrário, é mostrar como essas duas partes unidas  pelo oceano se complementam num só sistema de  exploração colonial cuja  singularidade ainda marca profundamente o Brasil contemporâneo.

[…] 

A propósito do modo de escrever, é preciso notar que  o território do historiador da Colônia deve abranger  toda a extensão da lusofonia, da documentação ultra-marina onde estão registrados os contatos entre as  culturas que nos formaram. Além do mais, numa cultura tradicionalmente oral como a nossa, um meio privilegiado de patentear a presença do passado consiste  em dar relevo à perenidade das palavras. Das palavras,  dos coloquialismos – ainda vivos agora – grafados nos  textos, na linguagem das estradas, das ruelas e das  praias brasileiras. Por isso, da leitura dos documentos e dos textos seiscentistas, retomei expressões que  encadeiam a narrativa das oito partes do livro.

ALANCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no 
Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. [prefácio]. 

Identifque abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) com base no texto 1. 
( ) A primeira frase do texto 1 pode ser assim reescrita, sem prejuízo de sentido ou gramatical: “Formação do Brasil no Atlântico Sul” – o leitor, que leu a capa do livro, deve estar curioso com o subtítulo.
( ) Nas expressões sublinhadas no texto “colonização portuguesa”, “produção escravista”, “reprodução de escravos” e “exploração colonial” (segundo parágrafo), a primeira palavra corresponde à classe dos substantivos, sendo acompanhada por outra palavra ou expressão com valor de adjetivo.
( ) O verbo querer, expresso pela forma verbal “quer” (sublinhada no primeiro e no segundo parágrafo), tem, nas duas ocorrências, o signifcado de desejar.
( ) Os vocábulos sublinhados no texto “que” (primeiro parágrafo), “cuja” (segundo parágrafo) e “onde” (terceiro parágrafo) são pronomes relativos.
( ) O pronome oblíquo “nos” e o possessivo “nossa”, que aparecem no terceiro parágrafo, têm como referência específca o autor e os leitores do seu livro. 
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q428090 Português
           A cultura brasileira em tempos de utopia

     Durante os anos 1950 e 1960 a cultura e as artes brasileiras expressaram as utopias e os projetos políticos que marcaram o debate nacional. Na década de 1950, emergiu a valorização da cultura popular, que tentava conciliar aspectos da tradição com temas e formas de expressão modernas.

     No cinema, por exemplo, Nelson Pereira dos Santos, nos seus filmes Rio, 40 graus (1955) e Rio, zona norte (1957) mostrava a fotogenia das classes populares, denunciando a exclusão social. Na literatura, Guimarães Rosa publicou Grande sertão: veredas (1956) e João Cabral de Melo Neto escreveu o poema Morte e vida Severina - ambos assimilando traços da linguagem popular do sertanejo, submetida ao rigor estético da literatura erudita.

     Na música popular, a Bossa Nova, lançada em 1959 por Tom Jobim e João Gilberto, entre outros, inspirava-se no jazz, rejeitando a música passional e a interpretação dramática que se dava aos sambas-canções e aos boleros que dominavam as rádios brasileiras. A Bossa Nova apontava para o despojamento das letras das canções, dos arranjos instrumentais e da vocalização, para melhor expressar o “Brasil moderno”.

     Já a primeira metade da década de 1960 foi marcada pelo encontro entre a vida cultural e a luta pelas Reformas de Base. Já não se tratava mais de buscar apenas uma expressão moderna, mas de pontuar os dilemas brasileiros e denunciar o subdesenvolvimento do país. Organizava-se, assim, a cultura engajada de esquerda, em torno do Movimento de Cultura Popular do Recife e do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), num processo que culminaria no Cinema Novo e na canção engajada, base da moderna música popular brasileira, a MPB.

            (Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2013, p. 738)

As expressões onde e em cujo preenchem corretamente, na ordem dada, as lacunas da seguinte frase:
Alternativas
Q427836 Português
Com base nos aspectos linguísticos do texto, julgue os itens que se seguem.

A substituição do vocábulo “onde” (l.14) por em que manteria a correção gramatical e o sentido original do texto.
Alternativas
Q427502 Português
Em razão do aumento progressivo da concentração de gases do efeito estufa e de alterações no uso do solo, o clima no Brasil do final do século XXI será provavelmente bem diferente do atual, a exemplo do que deverá ocorrer em outras partes do planeta. As projeções indicam que a temperatura média em todas as grandes regiões do país, sem exceção, será de 3º a 6º mais elevada em 2100 do que no final do século XX, a depender do padrão futuro das emissões desses gases.

As chuvas devem apresentar um quadro mais complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada poderá ser 40% menor. Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso, com um aumento de cerca de um terço nos índices gerais de pluviosidade ao longo deste século. Nas demais áreas do Brasil, os modelos climáticos também indicam cenários com modificações preocupantes, mas o grau de confiabilidade dessas projeções é menor. Ainda assim, há indícios de que poderá chover significativamente mais nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal.

O cenário apresentado indica que os brasileiros vão conviver tanto com mais períodos de seca prolongada como de chuva forte, às vezes um após o outro. Isso sem considerar a possibilidade do aparecimento de fenômenos com grande potencial de destruição, antes raros no país, como o furacão que atingiu a costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul em março de 2004. Nas grandes áreas metropolitanas, e mesmo em cidades de médio porte, o avanço do concreto e do asfalto intensifica o efeito ilha urbana de calor, tornando-as mais quentes e alterando seu regime de chuvas.

Esse quadro faz parte do mais completo diagnóstico já produzido sobre as principais tendências do clima futuro no país: o primeiro relatório de avaliação nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), criado em 2009 pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

(Adaptado de Marcos Pivetta. Revista Fapesp, agosto de 2013, p. 16-17)

Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso ... (2º parágrafo)

A expressão sublinhada acima deverá preencher corretamente a lacuna que se encontra em:
Alternativas
Q426621 Português
Observe as sentenças abaixo.

I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam.

II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo-nos inimigas desde aquele episódio.

III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.

O pronome ‘cuja’ foi empregado de acordo com a norma culta da língua portuguesa em:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: UEG Órgão: TJ-GO Prova: UEG - 2008 - TJ-GO - Escrivão Judiciário |
Q425886 Português
Texto 2

ABAIXO O JURIDIQUÊS

Temos lido ultimamente em vários jornais da grande imprensa e em algumas publicações destinadas aos operadores do direito que não é aceitável manter-se o linguajar pomposo e rebuscado, posto que vetusto, dessas pessoas quando formulam seus pedidos, fazem suas acusações e julgam seus processos. Há que se ter, dizem os defensores do novo estilo, um canal de comunicação mais direto com a população que permita o entendimento desse linguajar por parte da cidadania a quem ele é dirigido.

Reconheça-se que aqui e ali há algum exagero. Embora vernaculares, há palavras que extrapolam o limite do conhecimento do homem médio. Mas resolvemos aderir. Recebemos, em nosso escritório, a visita de uma dupla de cultores do funk que nos apresentavam um problema de ordem familiar. O casal havia rompido de fato seus laços conjugais a partir do instante em que o varão descobrira estar sendo traído pela virago. Contratados, solicitamos ao marido que retornasse quarenta e oito horas depois para assinar conosco a peça vestibular que iríamos destinar ao magistrado.

Passados os dois dias, retornou o varão a quem foi dado o exame da inicial e foi solicitado que ele apusesse sua firma na folha derradeira do pedido endereçado ao juiz. Furioso, o ilustre cliente instou-nos a fazer um trabalho mais acessível ao seu nível de compreensão. Após o decurso de uma semana, em que nos fizemos assessorar por diferentes ramos da juventude hodierna, eis como ficou a inicial:

Ô da toga

Mano 13, fanqueiro, tô pedindo um barato louco porque tô separando da distinta.

Sô sangue bom.
Sô sinistro, mas a chapa tá quente.
A traíra se meteu com uns talarico.
Tô na fita, num dá mais.
A coisa tá irada, tá bombando e eu quero que teja tudo dominado.
E aí, lixo? Se tocou?
Fecha cum nóis. São Paulo, oje.
Assinado:
Adevogados.

Ainda não tivemos coragem de submeter essa petição ao Poder Jurisdicional. Ficamos na torcida pela reconciliação. Estamos em dúvida sobre qual será a reação do ínclito magistrado. Quem sabe tenha ele se adaptado aos novos tempos… Mas pode ser que ele se limite a despachar: “Com tal petição vê -se que a parte está indefesa no processo. Remeta-se à Comissão de Ética da OAB para que tome as providências que o caso requer”. É como daquele ditado: “Cada terra com seu uso e cada roca com seu fuso”.

ROLLO, Alberto; ROLLO, Janine. Abaixo o juridiquês. Disponível em: < http://blog.jus.uol.com.br/paginalegal/2008/03/08/abaixo -o- juridiques/>. Acesso em: 20 maio 2008. [Adaptado].

Considere o uso dos pronomes relativos nas seguintes orações:

1. “que extrapolam o limite do conhecimento do homem médio” (segundo parágrafo),
2. “que o caso requer” (último parágrafo).

É CORRETO dizer que, em ambas, eles apresentam:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: MPE-RS Órgão: MPE-RS Prova: MPE-RS - 2014 - MPE-RS - Geólogo |
Q423855 Português
Instrução: As questões 44 e 45 estão relacionadas à redação oficial.

Nos documentos oficiais, deve-se priorizar o emprego da norma culta da Língua Portuguesa. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna tracejada do enunciado abaixo de acordo com a norma culta.

O Procurador-Geral de Justiça referiu-se a uma inspeção judicial ________execução o geólogo participou ativamente.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: MPE-RS Órgão: MPE-RS Prova: MPE-RS - 2014 - MPE-RS - Geólogo |
Q423842 Português
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas pontilhadas das linhas 17, 24 e 28, nesta ordem.
Alternativas
Q423693 Português
Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo.
Sem prejuízo da correção gramatical e do significado contextual, é possível substituir

1. mundo (L. 07) por o mundo.
2. ter acesso (L. 26-27) por acessar.
3. cujo único ponto em comum (L. 43) por de quem o único ponto em comum.

Quais propostas estão corretas?
Alternativas
Q422430 Português
As lacunas das frases a seguir devem ser preenchidas por pronomes relativos, precedidos ou não de preposição.

1. Vale a pena citar os dados de uma pesquisa da ONU ______ resultados baseio minhas conclusões. As maiores taxas de homicídio de crianças e adolescentes estão nos países _______ se investe menos em educação.

3. Em 2012, mais de 120 mil crianças e adolescentes foram vítimas de maus tratos e agressões,______ 68% sofreram negligência. 
4. O salário indigno _______ se pagam os professores é um sinal de que a sociedade não valoriza a profissão, uma das mais estratégicas para o país.

5. Esse, me parece, é o principal argumento ______ se valem os que querem reduzir a maioridade penal.

Assinale a alternativa que apresenta, em ordem, os pronomes relativos adequados para completar CORRETAMENTE as lacunas.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: FUMARC - 2014 - PC-MG - Investigador de Policia |
Q421856 Português
O emprego do pronome relativo “onde” está correto, EXCETO em:
Alternativas
Q421335 Português
Caso o autor resolvesse substituir o trecho “o mais lotado do mundo” (linha 2), mantendo-se as vírgulas originais, por uma oração subordinada adjetiva, a nova redação deveria ser introduzida por
Alternativas
Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia |
Q420651 Português
Na frase “Os filmes que lhe recomendei são muito bons”, o pronome relativo que tem a função sintática de:
Alternativas
Q420226 Português
Leia a charge para responder a questão.

imagem-016.jpg


De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna na fala da personagem deve ser preenchida com
Alternativas
Q420066 Português
Leia o texto, para responder à questão.

      A publicação de jornais e revistas on-line abriu um importante canal de comunicação com os leitores. Assim que leem um artigo ou reportagem, eles podem enviar seu comentário sobre o texto ou o assunto de que este trata. Publicado ao pé da matéria, o dito comentário desperta a opinião de outros leitores e, em poucos minutos, está criado um fórum de discussão entre pessoas que nunca se viram, nunca se verão e podem estar a milhares de quilômetros umas das outras.
      Ainda bem. Pelo teor de alguns desses comentários, é bom mesmo que não se encontrem. Se um leitor discorda enfaticamente do que leu, pode atrair a resposta raivosa de um terceiro, o repique quase hidrófobo de um quarto e um bombardeio de opiniões homicidas na sequência. Lá pelo décimo comentário, o texto original já terá sido esquecido, e as pessoas estarão brigando on-line entre si.
      O anonimato desses comentários estimula a que elas se sintam livres para passar da opinião aos insultos e até às ameaças. Na verdade, são um fórum de bravatas, já que seus autores sabem que nunca se verão frente a frente com os alvos de seus maus bofes.
      Já com as “redes sociais” é diferente. Elas também podem ser um festival de indiscrições, fofocas, agressões, conspirações e, mais grave, denúncias sem fundamento. E, como acolhem e garantem a impunidade de todo tipo de violência verbal, induzem a que as pessoas levem esse comportamento para as ruas. Será por acaso a crescente incidência, nos últimos anos, de quebra-quebras em manifestações, brigas em estádios, arrastões em praias e, última contribuição das galeras, os “rolezinhos” nos shopping?
      São algumas das atividades que as turbas combinam pelas “redes sociais” - expressão que, desde sempre, preferi escrever entre aspas, por enxergar nelas um componente intrinsecamente antissocials?

(Ruy Castro, Redes antissociais. Folha de S.Paulo, 15.01.2014. Adaptado)

Para responder a esta questão, considere as expressões destacadas em negrito nesta passagem:

A publicação de jornais e revistas on-line abriu um importante canal de comunicação com os leitores. Assim que leem um artigo ou reportagem, eles podem enviar seu comentário sobre o texto ou o assunto de que este trata.

A alternativa que substitui essas expressões, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
Alternativas
Q417287 Português
Leia o texto para responder à questão.

                                Fôlego e Classe

        Muita gente me pergunta: mas o que vai você fazer no futebol? Divertir-me, digo a uns. Viver, digo a outros. E sofrer, diriam os meus correligionários flamengos. Na verdade, uma partida de futebol é mais alguma coisa que um bater de bola, que uma disputa de pontapés. Os espanhóis fizeram de suas touradas espécie de retrato psicológico de um povo. Ligaram-se com tanta alma, com tanto corpo aos espetáculos selvagens que com eles explicam mais a Espanha que com livros de sociólogos. Os que falam de barbarismo em relação às matanças de touros são os mesmos que falam de estupidez em relação a uma partida de futebol. E então generalizam: é o momento da falta de espírito admirar-se com o que homens fazem com os pés. Ironizam os
que vão passar duas horas vendo as bicicletas de um Leônidas, as “tiradas” de um Domingos. Para esta gente tudo isso não passa de uma degradação. No entanto, há uma grandeza no futebol. Não é ele só o espetáculo que nos absorve, que nos embriaga, que nos arrasa, muitas vezes, os nervos. Há na batalha dos vinte e dois homens em campo uma verdadeira exibição da diversidade da natureza humana submetida a um comando, ao desejo de vitória. Os que estão de fora gritando, vociferando, uivando de ódio e de alegria, não percebem que os heróis estão dando mais alguma coisa que pontapés, cargas de corpos; estão usando a cabeça, o cérebro, a inteligência. Para que eles vençam se faz preciso um domínio completo de todos os impulsos que o homem que é lobo seja menos lobo, que os instintos devoradores se mantenham em mordaça.[...]
        Mas, mais do que os homens que lutam no gramado, há o espetáculo dos que trepam nas arquibancadas, dos que se acomodam nas cadeiras de pistas. Nunca vi tanta semelhança entre tanta gente. Todos os setenta mil espectadores que enchem um “Fla-Flu” se parecem, jogam os mesmos insultos, dão os mesmos gritos. Neste sentido, o futebol é como o carnaval, um agente de confraternidade. Liga os homens no amor e no ódio. [...]

(José Lins do Rego. www.fliporto.net. Adaptado. Acessado em 10.04.2014)
Considerando o emprego do pronome relativo e a regência verbal, assinale a alternativa cuja frase está correta, segundo a norma-padrão da língua portuguesa.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: IDECAN Órgão: AGU Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente Administrativo |
Q416507 Português
                                          50 anos depois

      [ ...] No cinquentenário da República, ninguém questionava a quartelada que derrubou o Império em 1889. Nos 50 anos do Estado Novo, poucos deram atenção ao período que transformou a economia e a sociedade brasileiras. Pois hoje, dia 31 de março de 2014, 50 anos depois do golpe militar, o Brasil é tomado de debates inflamados e de um surto incomum de memória histórica. [ ...]
      Houve avanços em quase todas essas áreas. Estabilizamos a moeda, distribuímos renda, pusemos as crianças na escola. As conquistas não são poucas, vieram aos poucos e estão longe de terminadas. Todas elas são fruto do ambiente livre, em que diferentes ideias podem ser debatidas e testadas. Todas são fruto, numa palavra, da democracia.
      Eis a principal diferença entre os dois Brasis, separados por 50 anos: em 1964 havia, à direita e à esquerda, ceticismo em relação à democracia; hoje, não mais. Se há pensamento autoritário no país, ele é minoritário. Nossas instituições democráticas deram prova de vitalidade ao promover o impeachment de um presidente, a condenação de corruptos poderosos no caso do mensalão e ao manter ampla liberdade de opinião e de expressão. A cada eleição, o brasileiro gosta mais da democracia.
      Nada disso significa, porém, que possamos considerá-la uma conquista perene e consolidada. Democracias jovens, como Venezuela, Argentina ou Rússia, estão aí para mostrar como o espectro do autoritarismo pode abalar os regimes de liberdade. A luta pela democracia e pelas liberdades individuais precisa ser constante, consistente e sem margem pa ra hesitação.

                              (Helio Gurovitz. Época, 31 de março de 2014. Adaptado.)


As relações de coesão textual contribuem para que a compreensão de um texto possa ser plena. Dentre os elementos utilizados com tal objetivo estão os pronomes relativos, destacados a seguir, que exerce(m) tal função apenas

I. "[...] a quartelada que derrubou o Império em 1889." (1º imagem-009.jpg)
II. "[...] em que diferentes ideias podem ser debatidas e testadas." (2º imagem-008.jpg)
Ill. "[...) período que transformou a economia e a sociedade brasileiras." (1º imagem-007.jpg)
IV. "[...) que possamos considerá-la uma conquista perene e consolidada." (4º imagem-006.jpg)

Estão corretas apenas as afirmativas
Alternativas
Q415914 Português
Texto I

Só falta a política de redução de riscos

        Entre 1990 e 2010, mais de 96 milhões de pessoas foram afetadas por desastres no Brasil, como demonstra o Atlas dos Desastres Naturais do Brasil. Destas, mais de 6 milhões tiveram de deixar suas moradias, cerca de 480 mil sofreram algum agravo ou doença e quase 3,5 mil morreram imediatamente após os mesmos. Desastres como o de Petrópolis, que resultaram em dezenas de óbitos, não existem em um vácuo. Se por um lado exigem a presença de ameaças naturais, como chuvas fortes, por outro não se realizam sem condições de vulnerabilidade, constituídas através dos processos sociais relacionados à dinâmica do desenvolvimento econômico e da proteção social e ambiental. Isto significa que os debates em torno do desastre devem ir além das cobranças que ano após ano ficam restritas à Defesa Civil.

        A redução de riscos de desastres deve hoje constituir o cerne da política brasileira para os desastres. Isto significa combinar um conjunto de políticas não só para o durante os riscos e situações de desastres, o que avançamos bem, mas também e principalmente para o antes e o depois dos mesmos.

        Particularmente, após o desastre da Região Serrana (RJ) em 2011, uma série de iniciativas importantes ocorreu. Criou-se o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, a Força-Tarefa de Apoio Técnico e Emergência, a Força Nacional do SUS e reestruturou-se o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos de Desastres. Estas iniciativas ainda estão concentradas no monitoramento, alerta e respostas aos desastres. Faltam políticas integradas para redução de riscos.

        Dados do IBGE revelam que apenas 1,2% dos municípios possuíam plano municipal de redução de riscos em 2011. Nos municípios maiores, com mais de 500 mil habitantes, que não ultrapassam quatro dezenas, este percentual superava 50%. De modo inverso, nos municípios menores, com menos de 20 mil habitantes, em torno de quatro mil, este percentual era de 3,3%. É uma situação bastante preocupante relacionada aos municípios de grande porte e drástica nos municípios de pequeno porte.

        Há necessidade urgente de se investir em políticas integradas. E que ofereçam suporte aos municípios de menor porte. Na outra ponta, políticas de recuperação e reconstrução após desastres deveriam permitir o retorno à normalidade da vida "cotidiana", não prolongando os efeitos dos desastres, como temos visto.

(Carlos Machado - O Globo, 01/04/2013)

No segmento "Isto significa combinar um conjunto de políticas não só para o durante os riscos e situações de desastres, o que avançamos bem, mas também e principalmente para o antes e o depois dos mesmos", há um erro de construção, por omissão da preposição EM antes de "o que avançamos bem" (no que avançamos bem).

Assinale a alternativa que apresenta um erro no emprego da preposição antes de pronome relativo.
Alternativas
Q414468 Português
Texto 2

Entrevista - Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que refletem os tempos contemporâneos. Professor emérito de sociologia da Universidade de Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o presente, em vez do já batido termo “pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um qualifcativo ideológico. A seguir, trecho da entrevista concedida pelo sociólogo à revista CULT.

CULT Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o poder está fora da esfera da política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso como produto da crise das grandes narrativas, particularmente após a queda dos regimes do Leste Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um resgate da utopia?

Zygmunt Bauman Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos, podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a racionalidade capaz de perceber o que está errado com o mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os pontos problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir.

CULT Por que se fala tanto hoje de “fim das utopias”?

Zygmunt Bauman Na era pré-moderna, a metáfora que simboliza a presença humana é a do caçador. A principal tarefa do caçador é defender os terrenos de sua ação de toda e qualquer interferência humana, a fim de defender e preservar, por assim dizer, o “equilíbrio natural”. A ação do caçador repousa sobre a crença de que as coisas estão no seu melhor estágio quando não estão com reparos; de que o mundo é um sistema divino em que cada criatura tem seu lugar legítimo e funcional; e de que mesmo os seres humanos têm habilidades mentais demasiado limitadas para compreender a sabedoria e harmonia da concepção de Deus.

Já no mundo moderno, a metáfora da humanidade é a do jardineiro. O jardineiro não assume que não haveria ordem no mundo, mas que ela depende da constante atenção e esforço de cada um. Os jardineiros sabem bem que tipos de plantas devem e não devem crescer e que tudo está sob seus cuidados. Ele trabalha primeiramente com um arranjo feito em sua cabeça e depois o realiza. Ele força a sua concepção prévia, o seu enredo, incentivando o crescimento de certos tipos de plantas e destruindo aquelas que não são desejáveis, as ervas “daninhas”. É do jardineiro que tendem a sair os mais fervorosos produtores de utopias. Se ouvimos discursos que pregam o fim das utopias, é porque o jardineiro está sendo trocado, novamente, pela ideia do caçador.

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Considere os trechos extraídos do texto 2

1. “Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que refletem os tempos contemporâneos.” (primeiro parágrafo)

2. “Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. (terceiro parágrafo)

3. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos, podemos fazê-lo […]”. (terceiro parágrafo)

Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).

( ) Em 1, o pronome relativo “que” poderia ser antecedido por vírgula, pois introduz uma oração que explica a informação anterior.
( ) Em 2, o elemento de conexão “Para que” poderia ser substituído por “A fim de”, sem prejuízo de sentido e gramatical.
( ) Em 2, o primeiro período poderia ser reescrito, sem prejuízo de sentido e gramatical, como “Duas condições são necessárias para que a utopia nasça”.
( ) Em 2 e 3, as palavras “revistos”, “reajuste” e “reformar” compartilham o mesmo processo de formação por derivação prefixal.
( ) Em 3, “seres humanos” está grafado entre vírgulas por ser um aposto.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q414467 Português
Texto 2

Entrevista - Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que refletem os tempos contemporâneos. Professor emérito de sociologia da Universidade de Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o presente, em vez do já batido termo “pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um qualifcativo ideológico. A seguir, trecho da entrevista concedida pelo sociólogo à revista CULT.

CULT Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o poder está fora da esfera da política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso como produto da crise das grandes narrativas, particularmente após a queda dos regimes do Leste Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um resgate da utopia?

Zygmunt Bauman Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos, podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a racionalidade capaz de perceber o que está errado com o mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os pontos problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir.

CULT Por que se fala tanto hoje de “fim das utopias”?

Zygmunt Bauman Na era pré-moderna, a metáfora que simboliza a presença humana é a do caçador. A principal tarefa do caçador é defender os terrenos de sua ação de toda e qualquer interferência humana, a fim de defender e preservar, por assim dizer, o “equilíbrio natural”. A ação do caçador repousa sobre a crença de que as coisas estão no seu melhor estágio quando não estão com reparos; de que o mundo é um sistema divino em que cada criatura tem seu lugar legítimo e funcional; e de que mesmo os seres humanos têm habilidades mentais demasiado limitadas para compreender a sabedoria e harmonia da concepção de Deus.

Já no mundo moderno, a metáfora da humanidade é a do jardineiro. O jardineiro não assume que não haveria ordem no mundo, mas que ela depende da constante atenção e esforço de cada um. Os jardineiros sabem bem que tipos de plantas devem e não devem crescer e que tudo está sob seus cuidados. Ele trabalha primeiramente com um arranjo feito em sua cabeça e depois o realiza. Ele força a sua concepção prévia, o seu enredo, incentivando o crescimento de certos tipos de plantas e destruindo aquelas que não são desejáveis, as ervas “daninhas”. É do jardineiro que tendem a sair os mais fervorosos produtores de utopias. Se ouvimos discursos que pregam o fim das utopias, é porque o jardineiro está sendo trocado, novamente, pela ideia do caçador.

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Considere o trecho extraído do texto 2.

“A ação do caçador repousa sobre a crença de que as coisas estão no seu melhor estágio quando não estão com reparos; de que o mundo é um sistema divino em que cada criatura tem seu lugar legítimo e funcional; e de que mesmo os seres humanos têm habilidades mentais demasiado limitadas para compreender a sabedoria e harmonia da concepção de Deus.”

Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).

( ) O elemento de conexão “de que”, em suas três ocorrências, introduz informações que complementam o sentido do nome “crenças”.

( ) As três ocorrências de ponto e vírgula se justificam por marcarem uma suspensão do fuxo informacional a que se segue um comentário a título de justificativa.

( ) A primeira ocorrência do pronome possessivo “seu” faz referência a “caçador”; e a segunda ocorrência, a “cada criatura”.

( ) O pronome relativo acompanhado de preposição “em que” poderia ser substituído, sem prejuízo gramatical e de sentido, por “o qual”.

( ) O adjetivo “mentais” especifica o sentido de “habilidades”; a palavra “demasiado” intensifica o sentido do adjetivo “limitadas”; e a expressão “demasiado limitadas” caracteriza “habilidades mentais”.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Respostas
1461: D
1462: B
1463: C
1464: A
1465: B
1466: D
1467: D
1468: A
1469: C
1470: A
1471: A
1472: E
1473: C
1474: C
1475: A
1476: B
1477: D
1478: B
1479: D
1480: C