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Q2270978 Redação Oficial

LÍNGUA PORTUGUESA


De muito procurar


     Aquele homem caminhava sempre de cabeça baixa. Por tristeza, não. Por atenção. Era um homem à procura. À procura de tudo o que os outros deixassem cair inadvertidamente, uma moeda, uma conta de colar, um botão de madrepérola, uma chave, a fivela de um sapato, um brinco frouxo, um anel largo demais. 

    Recolhia, e ia pondo nos bolsos. Tão fundos e pesados, que pareciam ancorá-los à terra. Tão inchados, que davam contornos de gordo à sua magra silhueta. 

    Silencioso e discreto, sem nunca encarar quem quer que fosse, os olhos sempre voltados para o chão, o homem passava pelas ruas desapercebido, como se invisível. Cruzasse duas ou três vezes diante da padaria, não se lembraria o padeiro de tê- -lo visto, nem lhe endereçaria a palavra. Sequer ladravam os cães, quando se aproximava das casas.

   Mas aquele homem que não era visto, via longe. Entre as pedras do calçamento, as rodas das carroças, os cascos dos cavalos e os pés das pessoas que passavam indiferentes, ele era capaz de catar dois elos de uma correntinha partida, sorrindo secreto como se tivesse colhido uma fruta. 

    À noite, no cômodo que era toda a sua moradia, revirava os bolsos sobre a mesa e, debruçado sobre seu tesouro espalhado, colhia com a ponta dos dedos uma ou outra mínima coisa, para que à luz da vela ganhasse brilho e vida. Com isso, fazia-se companhia. E a cabeça só se punha para trás quando, afinal, a deitava no travesseiro. 

    Estava justamente deitando-se, na noite em que bateram à porta. Acendeu a vela. Era um moço.

   Teria por acaso encontrado a sua chave? perguntou. Morava sozinho, não podia voltar para a casa sem ela.

    Eu... esquivou-se o homem. O senhor, sim, insistiu o moço acrescentando que ele próprio já havia vasculhado as ruas inutilmente.

    Mas quem disse... resmungou o homem, segurando a porta com o pé para impedir a entrada do outro.

    Foi a velha da esquina que se faz de cega, insistiu o jovem sem empurrar, diz que o senhor enxerga por dois.

    O homem abriu a porta.

  Entraram. Chaves havia muitas sobre a mesa. Mas não era nenhuma daquelas. O homem então meteu as mãos nos bolsos, remexeu, tirou uma pedrinha vermelha, um prego, três chaves. Eram parecidas, o moço levou as três, devolveria as duas que não fossem suas.

   Passados dias bateram à porta. O homem abriu, pensando que fosse o moço. Era uma senhora.

     Um moço me disse... começou ela. Havia perdido o botão de prata da gola e o moço lhe havia garantido que o homem saberia encontrá-lo. Devolveu as duas chaves do outro. Saiu levando seu botão na palma da mão. 

     Bateram à porta várias vezes nos dias que se seguiram. 

    Pouco a pouco espalhava-se a fama do homem. Pouco a pouco esvaziava-se a mesa dos seus haveres.

   Soprava um vento quente, giravam folhas no ar, naquele fim de tarde, nem bem outono, em que a mulher veio. Não bateu à porta, encontrou-a aberta. Na soleira, o homem rastreava as juntas dos paralelepípedos. Seu olhar esbarrou na ponta delicada do sapato, na barra da saia. E manteve-se baixo.

    Perdi o juízo, murmurou ela com voz abafada, por favor, me ajude. 

    Assim, pela primeira vez, o homem passou a procurar alguma coisa que não sabia como fosse. E para reconhecê-la, caso desse com ela, levava consigo a mulher.

    Saíam com a primeira luz. Ele trancando a porta, ela já a esperá-lo na rua. E sem levantar a cabeça – não fosse passar inadvertidamente pelo juízo perdido – o homem começava a percorrer rua após rua. 

    Mas a mulher não estava afeita a abaixar a cabeça. E andando, o homem percebia de repente que os passos dela já não batiam ao seu lado, que seu som se afastava em outra direção. Então parava, e sem erguer o olhar, deixava-se guiar pelo taque-taque dos saltos, até encontrar à sua frente a ponta delicada dos sapatos e recomeçar, junto deles, a busca.


(COLASANTI, Marina. Histórias de um viajante. São Paulo: Global,
2005.)

Na redação oficial, é necessário prudência para usar os pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento; no vocativo; e, no corpo do texto. Para se referir aos chefes dos Poderes Executivos (presidente, governadores e prefeitos), deve-se empregar o seguinte pronome de tratamento:
Alternativas
Q2268583 Redação Oficial
Acerca das partes do documento no padrão ofício, o cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela formatação. Entre os elementos que deverão constar no cabeçalho, o espaçamento entrelinhas deve ser: 
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Q2267803 Redação Oficial
O Correio Eletrônico (e-mail) vem ganhando espaço no processo de comunicação, tanto no âmbito privado quanto na administração pública, por sua praticidade. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o Ofício. Exatamente por sua flexibilidade, não interessa definir padronização da mensagem comunicada, mas algumas orientações quanto à sua estrutura devem ser observadas.
De acordo com o Manual de redação da Presidência da República, uma regra a ser observada na estruturação de um e-mail é 
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Q2267146 Redação Oficial
O uso do e-mail, embora, na atualidade, venha sendo substituído por outros meios de comunicação modernos na transmissão de documentos, ainda goza de grande popularidade não só no ambiente empresarial como na administração pública, em virtude do seu baixo custo, rapidez e possibilidade de anexar os mais diversos formatos de documentos, planilhas e imagens. Na correspondência oficial, entretanto, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental e possa ser aceito como documento original, exige-se: 
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Q2267145 Redação Oficial
Nos termos do Art.37 da Constituição Federal, a Administração Pública “obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Em obediência a essa determinação, a elaboração dos atos e das comunicações oficiais também a ela deve se subsumir. Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, sobre a Exposição de Motivos e suas particularidades, julgue, os itens a seguir:

I. A Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-presidente para determinados fins.
II. Uma das finalidades de uma Exposição de Motivos dirigida ao Presidente ou seu vice é a de submeter à consideração desta autoridade algum projeto de ato normativo.
III. Geralmente, é um Ministro de Estado quem dirige a Exposição de Motivos ao Presidente, contudo, quando o assunto em pauta envolve mais de um ministério, todos os ministros envolvidos assinarão o documento e o documento será chamado de Exposição de Motivos Interministerial.
IV. Quando um ministro deseja informar ao presidente ou ao vice-presidente de determinado assunto, o veículo apropriado é a Exposição de motivos.
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Respostas
106: C
107: A
108: A
109: A
110: C