Uma paciente de 39 anos de idade, com antecedente
de transtorno afetivo bipolar (TAB), sob acompanhamento
psiquiátrico havia oito anos, deu entrada na emergência de um
hospital, trazida por familiares. A paciente apresentava o seguinte
quadro clínico: lentificação psicomotora, fala empastada,
emagrecimento de 6 kg em 1 mês, polidipsia e poliúria, sem outras
comorbidades. Ela fazia uso, nos últimos 12 meses, de
carbamazepina 1.200 mg/dia, carbonato de lítio 1.800 mg/dia,
hidroclorotiazida 25 mg/dia e enalapril 10 mg/dia. Ao ser
examinada, apresentou regular estado geral, mucosas coradas
e desidratadas (++/4+), estava afebril e acianótica. O exame
neurológico mostrou escala de coma de Glasgow 11 (abertura
ocular: 3; resposta motora: 5; resposta verbal: 3), sem outras
alterações neurológicas, sem sinais de irritação meníngea.
Os demais exames apresentaram os seguintes resultados.
Pressão arterial de 130 mmHg/80 mmHg; frequência cardíaca
de 122 bpm; frequência respiratória de 24 incursões respiratórias
por minuto; saturação de oxigênio (ar ambiente) de 95%.
Não houve outras anormalidades.
Exames laboratoriais na admissão: creatinina = 1,66; ureia = 59;
K = 2,8; Na = 193; pH = 7,31; HCO3 = 17,9; pCO2 = 30; pO2 = 84;
e lactato = 26.