Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre parasitologia em veterinária em veterinária

A coccidiose aviária, causada por várias espécies de Eimeria (família Eimeriidae) que pertencem ao filo Apicomplexa, é uma das principais preocupações dos produtores de aves, tanto de corte quanto de postura, uma vez que o ciclo de vida do agente é curto (4-6 dias, dependendo da espécie) e a produção de oocistos esporulados é intensa. No entanto, em casos de contaminação do ambiente pelo referido agente, e tendo em vista que a parede do oocisto é fina e única, é possível o tratamento do ambiente com hipoclorito de sódio diluído ou com dicromato de potássio ou com ácido sulfúrico.

A babesiose canina é uma das infecções mais comuns de animais de vida livre em todo o mundo e está ganhando interesse crescente como uma zoonose emergente em seres humanos. Pode ser transmitida por três espécies diferentes de protozoários, sendo elas a B. vogeli canis, que é transmitido pelo Rhipicephalus sanguineus e determina infecções moderada, a B. canis canis, que é transmitida pelo Dermacentor reticulatus e apresenta a menor patogenicidade entre as demais subespécies e a B. canis rossi, que é transmitida pelo carrapato Haemaphysalis leachi, causando infecção muitas vezes fatal, o que caracteriza sua elevada patogenicidade.

Dentre as helmintoses equinas, destacam-se algumas de suma importância, cujos parasitos são encontrados no estômago (Habronema microstoma, Habronema muscae e Trichostrongylus axei,  Strongyloides westeri, Anoplocephala perfoliata, Strongylus vulgaris e Strongylus equinus),  causando grande prejuízo econômico devido aos sintomas agressivos que cada parasito citado pode desencadear no plantel.

Tanto a sarna demodécica quanto a otodécica são passadas pelo contato com animais infectados ou, indiretamente, por cobertas, escovas e camas contaminadas. Já a sarna sarcóptica é transmitida da mãe aos filhotes e a proliferação de ácaro está envolvida a um componente genético, por isso não tem cura, apenas controle.

O Mycobacterium bovis, agente causador da tuberculose bovina, é um bastonete pequeno, gram-negativo, imóvel, ramificado, anaeróbico, álcool-ácido, que não apresenta hifas aéreas e pode sobreviver por meses no ambiente, desde que ao abrigo da luz solar. Porém, resiste ao processo de pasteurização, sendo esse um dos motivos pelos quais não é indicada a ingestão de leite cru.

Hipocalcemia, prenhez múltipla patológica, deficiência de estrógeno, relaxina e ocitocina, hidropsia das membranas fetais, obesidade e ruptura uterina ou do tendão pré–púbico são as causas mais comuns de atonia uterina primária em bovinos. Já a forma secundária ocorre devido à exaustão do miométrio, caracterizada por debilidade ou ausência de contrações uterinas, que é verificada principalmente nas distocias de origem fetal, com possibilidade de acarretar retenção das membranas fetais.

A cisticercose é uma doença causada pela Taenia solium, denominada como complexo teníase/cisticercose, que decorre de condições sócioeconômicas e do sistema de criação inadequados, devido às baixas condições de higiene da população. No abatedouro, o médico veterinário identifica a presença do estágio larval (Cysticercus bovis) da Taenia solium na musculatura estriada, cardíaca e nos órgãos de bovinos.

O mormo, doença infectocontagiosa que acomete exclusivamente os muares, apresenta forma crônica ou aguda. Os animais suspeitos devem ser isolados e submetidos à prova complementar de maleina, sendo realizada e interpretada por um veterinário do serviço oficial. A mortalidade dessa doença é muito alta.

Aves e mamíferos, incluindo o homem, podem ser infectados na forma sexuada do parasito, sendo classificados, então, como hospedeiros intermediários. 

O agente causador da toxoplasmose é o T. gondii, classificado como um protozoário coccídeo intracelular, que pertence a família Sarcocystidae, na classe Sporozoa.

O ciclo evolutivo completo é heteróxeno, ou seja, necessita de dois hospedeiros diferentes. 

Dependendo do estágio evolutivo e do hábitat onde se encontra, o T. gondii apresenta múltipla morfologia, podendo ser encontrado em vários líquidos orgânicos, tecidos ou células, com exceção das hemácias. 

As formas infectantes que podem ser encontradas são: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos, estas três formas apresentam características do filo Apicomplexa como: complexo apical, roptrias, micronemas e grânulos densos.