Questões de Concurso
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Poema de sete faces [...] As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada. [...]
Na segunda geração modernista, esse poema representou a seguinte fase:
I. A exaltação à pátria, à natureza exuberante, a exaltação do ideal nacional e do amor idealizado são características da primeira geração do Romantismo no Brasil.
II. A literatura é necessariamente uma cópia do mundo real e limita-se a um puro exercício de linguagem, com o uso recorrente de figuras de linguagem. Assim, se tomada como uma maneira particular de compor o conhecimento, é necessário reconhecer que sua relação com o real é obrigatoriamente direta.
III. A poesia parnasiana preocupa-se com a forma e a objetividade, com seus sonetos alexandrinos perfeitos. O Parnasianismo é a manifestação poética do Realismo, dizem alguns estudiosos da literatura brasileira, embora ideologicamente não mantenha todos os pontos de contato com os romancistas realistas e naturalistas.
Marque a alternativa CORRETA:
FUGA
De repente você resolve: fugir.
Não sabe para onde nem como
nem por quê (no fundo você sabe
a razão de fugir; nasce com a gente).
É preciso FUGIR.
Sem dinheiro sem roupa sem destino.
Esta noite mesmo. Quando os outros
estiverem dormindo.
Ir a pé, de pés nus.
Calçar botina era acordar os gritos
que dormem na textura do soalho.
Levar pão e rosca; para o dia.
Comida sobra em árvores
infinitas, do outro lado do projeto:
um verdor eterno,
frutescente (deve ser).
Tem à beira da estrada, numa venda.
O dono viu passar muitos meninos
que tinham necessidade de fugir
e compreende.
Toda estrada, uma venda
para a fuga.
Fugir rumo da fuga
que não se sabe onde acaba
mas começa em você, ponta dos dedos.
Cabe pouco em duas algibeiras
e você não tem mais do que duas.
Canivete, lenço, figurinhas
de que não vai se separar
(custou tanto a juntar).
As mãos devem ser livres
para pessoas, trabalhos, onças
que virão.
Fugir agora ou nunca. Vão chorar,
vão esquecer você? ou vão lembrar-se?
(lembrar é que é preciso,
compensa toda fuga.)
Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?
Você não vai saber. Você não volta nunca.
(Essa palavra nunca, deliciosa.)
Se irão sofrer, tanto melhor.
Você não volta nunca nunca nunca.
E será esta noite, meia-noite
Em ponto.
Você dormindo à meia-noite.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.
O texto seguinte servirá de base para responder a questão.
A UM POETA
(1º§ Quarteto)
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, a teima, e lima, e sofre, a sua!
(2º§ Quarteto)
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço, e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
(1º§ Terceto)
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
(2º§ Terceto)
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
(Olavo Bilac)
soneto de Olavo Bilac, o "Primeiro Príncipe dos Poetas".
Sobre as rimas do soneto, marque a alternativa INCORRETA.