Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre geografia física em geografia

Em O pensamento geográfico brasileiro, Ruy Moreira (2008) oferece novas perspectivas de compreensão da história do pensamento geográfico, recorrendo ao conceito de matriz de pensamento, o qual foi elaborado à luz de sua crítica ao que denomina como a tradição de escolas e a tradição de geografias setoriais, conforme explicitado na passagem a seguir:

A Geografia tem a tradição da escola. Escola francesa, escola alemã, escola norteamericana. Cada escola é um país, cada país é uma escola. Talvez se flagre aqui o vínculo da Geografia com o Estado [...] que a crítica recente combateu acerbamente. O defeito da escola é a supressão dos seus pensadores: há o chefe de escola e seus discípulos. Mesmo quando estes são pensadores originais, são seus continuadores.

Ao lado da tradição das escolas vicejam o que podemos chamar de geografias setoriais. Por esse prisma, há o geógrafo urbano, o geógrafo agrário, o geomorfólogo... O defeito desse modelo é o abandono da prática de pensar o todo, que, mesmo que fosse um pedaço regional, fazia a fortuna da tradição das escolas. E o ilhamento do geógrafo nos seus compartimentos fechados.

Uma terceira tradição, entretanto, existe, obliterada e dissolvida dentro das outras duas: a do geógrafo criador de matriz de pensamento. Imbuídos seja de uma tradição ou de outra, não nos damos conta de que cada geógrafo se distingue do outro por sua forma própria de pensamento.

MOREIRA, R. O pensamento geográfico brasileiro: as matrizes clássicas originárias.

São Paulo: Contexto, 2008. v. 1.

Considerada a perspectiva do autor, é correto afirmar que 

Talvez uma das mais antigas fake news brasileiras diga respeito à fertilidade de nossos solos. A ideia generalizada de que no Brasil “em se plantando tudo dá”, impregnada no imaginário coletivo nacional, é equivocada e já era superada no meio científico no início do século XX.
Acerca dos solos no Brasil, é correto afirmar que 

As monções são um fenômeno climático sazonal que, em função da sua dimensão, apresenta impactos de grandes proporções durante seu período de ocorrência. No entanto, as chuvas do verão de 2022 estão sendo analisadas como das mais intensas e catastróficas dos últimos anos, fato atribuído às mudanças climáticas. Neste contexto, o sul e sudeste do continente asiático são considerados algumas das regiões do globo mais vulneráveis às mudanças do clima, em função do quadro socioeconômico dos seus países.
Assinale a alternativa que indica as características das monções e um impacto das mudanças do clima previsto para essas regiões.  

Sobre as bacias hidrográficas brasileiras, considere as afirmações a seguir:

I. As bacias do Atlântico Nordeste possuem como principais interflúvios a chapada das Mangabeiras, a chapada do Araripe, o planalto da Borborema e a serra da Ibiapaba. II. No território brasileiro, a bacia Amazônica drena terrenos de topografia predominantemente acidentada, o que explica a forma meândrica dos seus principais rios.
III. No Brasil predominam as drenagens perenes, exorréicas e com foz em estuário. IV. As principais bacias hidrográficas brasileiras se originam topograficamente na Cordilheira dos Andes, no Planalto das Guianas ou no Planalto Brasileiro.

Estão CORRETAS as afirmativas:  

“Evidentemente, o Brasil é um país altamente privilegiado para enfoques da megageomorfologia. Possui uma escala territorial de primeira grandeza, atingindo mesmo um nível de escala continental. É, também, um dos blocos geológicos da crosta terrestre, resultante da separação e deriva de um “supercontiente transverso”: no caso o hipercontiente de Gondwana.”
(AB’SABER, A. N. Megageomorfologia do território brasileiro. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. (org.). Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 71/72)


É um aspecto decorrente da dimensão territorial do Brasil