Questões de Concurso Para ganzaroli

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Q1150414 Português

LEIA O TEXTO PARA RESPONDER À QUESTÃO.


Rosely Sayão: “Educar é apresentar a vida e não dizer como viver” 


   Educar não é fácil, muito menos nos tempos atuais. A sociedade tem passado por muitas transformações, e os pais se veem, tantas vezes, completamente perdidos. É o que evidencia a psicóloga Rosely Sayão em seu recém-lançado livro Educação sem blá-blá-blá ( Ed. Três Estrelas, 2016).

   Mas porque os pais e professores estão tão perdidos? Para começar, diz a especialista, complicamos o que é muito simples e simplificamos o que tem grande complexidade. E, para completar, somos muito egoístas. “Não queremos que elas [as crianças] sofram, como se fosse possível evitar que isso ocorra, não queremos sofrer com a dor delas, não queremos que elas vivenciem frustrações, não queremos que sejam excluídas de grupos sociais. Para nós, o que conta são esses nossos sentimentos, mesmo que, para elas, passar por todas essas experiências “negativas” seja algo muito benéfico”, explica na introdução da obra.

   Em conversa com Carta Educação, Rosely falou sobre os principais temas abordados no livro como a relação entre família e escola, a dificuldade dos pais de dizer “não”, como apresentar a tecnologia às crianças, entre outros assuntos essenciais para um convívio familiar e escolar mais saudável. Carta Educação: O mundo tem passado por muitas transformações em um espaço de tempo relativamente pequeno. A educação vem acompanhando essas mudanças? Quais são os ensinamentos de nossos avós, pais ainda pertinentes e quais aqueles que precisam ser revisados?

Rosely Sayão: Os ensinamentos que precisamos manter são aqueles gerais, relacionados aos princípios e valores. Independentemente das mudanças que ocorreram no mundo, do estilo de vida que as crianças e jovens levam hoje, é preciso ensiná-los a ser honesto, ético, justo, respeitar o outro. O que muda é a maneira de ensinar: acho que hoje a mediação funciona bem. Então usar um filme para discutir uma determinada situação ou uma notícia que está tendo repercussão nas mídias pode ser um ponto de partida para conversar sobre os temas. Antes os pais só mandavam, era “ faça isso, não faça aquilo, isso pode aquilo não”. Hoje, dever haver a conversa junto com a atitude. Não é só conversa também, são os dois juntos.

CE: No seu livre, a senhora fala em crise da autoridade dos pais e com isso tem dificultado a relação deles com os filhos. Poderia explicar melhor?

RS: A crise da autoridade começou faz tempo, mas estamos vendo os efeitos disso na educação só agora. E não é só a autoridade dos pais que está sendo contestada, é geral. Se analisarmos o nosso panorama político nas últimas décadas, percebemos que nem as autoridades políticas são respeitadas mais. Em relação aos pais, dizer não para o filho é apresentar a vida como ela é e essa é a dificuldade dos pais, pois eles querem criar um mudo perfeito para seus filhos, só que esse mundo não existe. Mas educar é isso: apresentar a vida e não dizer como viver

CE: Porque é tão difícil dizer “não”?

RS: Muitos pais me perguntam isso, como dizer “não” ao filho, e eu viro e respondo: “Olha para ele e diz não”. A verdade é que os pais não querem bancar o que vem depois do não. A birra, o choro, a revolta. Mas tem que bancar, pois é função dos pais fazer com que a criança faça aquilo que é bom para ela. Porque ela não sabe, a criança só sabe o que ela gosta e não gosta.

CE: Muitos pais têm sobrecarregado seus filhos com atividades extraclasse na ânsia de moldá-los dentro do currículo perfeito desde muito cedo. Como a senhora enxerga essa tendência?

RS: O individualismo e a competição estão no seu auge em paralelo com o poder de consumo. Há uma geração educada dessa maneira e percebe-se que isso não está ajudando a melhorar o mundo, pelo contrário. Então está na hora de a gente repensar isso tudo. Se o mundo ensina a gente a ser competitivo, a gente tem que dar uma vacina para nosso filho, isto é, ensinar a ser cooperativo. O mundo ensina que é importante consumir, tenho que dar uma vacina e mostrar que se pode consumir de maneira crítica. Isso que é importante e não ensinar mais do mesmo. Se o mundo já ensina isso, a gente não precisa ensinar de novo.


PAIVA, Thais. Rosely Sayão: “Educar é apresentar a vida e não dizer como viver”. Carta Capital, 2018 [adaptado]. Disponível em: http:/www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/Rosely-sayao-educar-e-aresentar-a-vida-e-não-dizer-como-viver/. Acesso em: 24 fev. 2019.

O trecho “ Em conversa com Carta Educação, Rosely falou sobre os principais temas abordados no livro como a relação entre família e escola, a dificuldade dos ais de dizer “não”, como apresentar a tecnologia às crianças, entre outros assuntos essenciais para um convívio familiar e escolar mais saudável. ” Representa um exemplo de discurso:
Alternativas
Q1054519 Português
LEIA O TEXTO 02 PARA RESPONDER À QUESTÃO.

TEXTO 02

Rodrigo Ratier: Vamos repensar a noção de bom aluno?

Quando reforçamos apenas a disciplina e a obediência, estamos sufocando a atitude crítica que queremos obter

    Eles estão sempre lá, atentos ao que você diz, prontos para responder o que você pergunta. Mãos levantadas, se voluntariam para ir à lousa resolver exercícios. Com indisfarçável orgulho, quase nunca erram na interpretação de texto. É verdade que monopolizam a participação, irritando - às vezes, acomodando - o restante da classe. Mas, quando cedemos a palavra à turma, ela costuma ser exclusividade desse grupo que nos acostumamos a classificar como “os bons alunos”.
    É confortável ter esse tipo de estudante em sala. Eles não reclamam, não dão trabalho, concordam com o que você faz e só querem agradar. Mas autores clássicos da Educação têm uma opinião diferente sobre essa turma. Para o sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), não se trata de bons alunos, mas de alunos dóceis. Bourdieu entende a docilidade como negativa, algo como uma disciplina submissa. Alunos dóceis são assim chamados porque aprenderam a desempenhar o papel que os docentes e a escola esperam deles: ordeiros, comportados e estudiosos. Como essas geralmente são as características mais valorizadas pelos professores, esses estudantes acabam recompensados com boas notas. O que não quer dizer que tenham sido bem formados...
    “A verdadeira Educação cria cidadãos indóceis e difíceis de governar.” Por anos, tive essa frase do filósofo francês Nicolas de Condorcet (1743-1794) colada na borda do meu monitor. Queria algo que me lembrasse desse papel disruptivo da Educação. Era um recado para o Rodrigo professor, mas também para o Rodrigo estudante. Por muito tempo fui um aluno dócil, certinho e querido pelos professores. Acho que me desenvolvi muito mais quando consegui me tornar mais questionador. É uma conquista agridoce, incômoda. Na escola e no trabalho, arranjei uma dose maior de confusão. Mas, com o tempo, creio que me tornei mais útil - necessário, no melhor dos casos - aos grupos em que atuava.
    Trata-se, também, de uma busca por uma prática mais coerente com o discurso. Valorizamos os “estudantes críticos”, mas o que é a crítica senão o questionamento, a não aceitação de ordens e argumentos sem justificativas e evidências? Ocorre que, muitas vezes, repreendemos o impulso questionador dos alunos, identificando neles “rebeldia” ou “desrespeito”. De fato, muitas vezes as falas de crianças e jovens são agressivas, mas penso que nossa tarefa é ajudá-los a encontrar o tom da divergência positiva em vez de simplesmente falar “não é assim, seja obediente que você vai se dar bem” - isso é exatamente o que estamos dizendo ao reforçar apenas os comportamentos dóceis. No fundo, é uma discussão sobre o tipo de sociedade que queremos para o futuro. Há quem defenda que o mundo será um lugar melhor com mais pessoas dizendo “sim, senhor”. Eu prefiro um planeta em que as palavras de ordem sejam “peraí... por quê?”. E você?

Rodrigo Ratier é repórter especial de NOVA ESCOLA e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/12168/vamos-repensar-a-nocao-de-bom-aluno>. Acesso em 25 mai.2019.
Na palavra em destaque no segmento “Mãos levantadas, se voluntariam para ir à lousa resolver exercícios.” - 1º parágrafo, é obrigatório o acento grave que marca a crase, ou seja, a contração da preposição com o artigo definido feminino. O acento grave também é indispensável em:
Alternativas
Q2420660 Nutrição

As doenças transmitidas por alimentos geralmente causam anorexia, náuseas, vômitos e/ou diarréia que pode vir acompanhadas de febre ou não atribuída à ingestão de água ou alimentos contaminados.


Podem ser causadas por:

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Respostas
373: X
374: X
375: C