LCF, sexo masculino, branco, 44 anos, 3º grau completo, gerente de banco, separado, um filho. Há três anos, LCF sofreu um assalto na agência bancária onde era gerente administrativo: quatro homens armados, um deles com uma granada, entraram no banco, ameaçaram-no e agrediram-no fisicamente. Nos dias subsequentes, para conseguir trabalhar, passava na roleta da agência e voltava várias vezes, muito sobressaltado, tremia e sentia calafrios. Emagreceu 12 kg em 2 meses. Desde então, não consegue mais permanecer em locais fechados nem utilizar elevador, mesmo tendo de subir mais de dez andares. Passou a sentir-se em permanente estado de alerta, com a impressão de estar sendo seguido ou de que poderia acontecer-lhe alguma coisa a qualquer momento. O coração fica acelerado, tem dificuldade de respirar e tem mal-estar. Relata que tem pesadelos frequentes sobre o assalto e temas relacionados. Após o assalto, ficou descuidado com a aparência, distanciou-se de amigos e familiares, não sai de casa, tem crises de choro, dificuldade de concentração e ideação suicida. Tem pesadelos e não consegue mais dirigir. Faz tratamento psiquiátrico e psicoterápico (terapia cognitivo-comportamental) e está em uso de cloridrato de fluoxetina 40 mg/dia, mirtazapina 30 mg/dia, alprazolam 3 mg/dia, risperidona 2 mg/dia, flurazepam 30 mg/dia e tratamento de hipertensão arterial sistêmica e prolapso de valva mitral.
Fonte: BUCASIO, E. et al. [Nome da doença]: relato de um caso. Rev. Psiquiatr. Rio Gd. Sul 2005; vol.27, n.1, pp. 86-89 (Adaptado).