Questões de Concurso Para uem

Durante anos, a orientação da psicologia no campo da saúde foi definida dentro de uma especialidade do saber psicológico: a psicologia clínica, que foi especialmente estimulada pelo desenvolvimento da psicanálise como saber e instituição.

Mais recentemente, surgiu no cenário da psicologia a psicologia da saúde, que tem buscado orientar-se mais aos problemas vinculados com o desenvolvimento da saúde humana do que com a doença.

O desenvolvimento da psicologia da saúde estimulou o trabalho do psicólogo no âmbito da prevenção e da promoção da saúde, assim como sua participação em equipes interdisciplinares, tanto em instituições de saúde como os hospitais, quanto na atuação no trabalho comunitário, tornando-se um espaço importante de prevenção e promoção.

A Psicologia da Saúde já é uma área consolidada internacionalmente, e, no Brasil, está conquistando cada vez mais seu espaço.

O desenvolvimento de uma psicologia da saúde em contextos comunitários não tem semelhança com o trabalho de psicologia da saúde que se estabelece no hospital, sendo atuações distintas, pois nos contextos comunitários é possível trabalhar com os determinantes sociais da doença. Entretanto, no hospital, apenas é possível trabalhar com os determinantes biológicos do adoecimento.

é uma abordagem com influência psicanalítica que, em seu início, incentivou o psicólogo a uma postura ontológica em que não importava o acesso à realidade vivida e ao trabalho concreto, mas ao discurso do trabalhador.

os conceitos de trabalho prescrito e trabalho real, fundados por Dejours (1987), são uma das principais contribuições dessa teoria para análise do mundo do trabalho como um todo.

a Psicodinâmica do Trabalho, em seu desenvolvimento teórico, cada dia tem se distanciado de uma Psicologia concreta e se aproximado de uma Psicologia abstrata, focada na palavra, no discurso e na linguagem do trabalhador.

o método de intervenção da Psicodinâmica do Trabalho é o mesmo desde sua fundação, o que lhe conferiu credibilidade e possibilitou expansão dessa teoria, originária na França, para vários países, dentre eles Brasil, México, Canadá e outros.

estratégia defensiva é um conceito elaborado por Dejours (1987), para auxiliar na compreensão das formas de pensar e agir do trabalhador, de modo que esse se proteja do sofrimento advindo do trabalho, fazendo esse sofrimento ser racionalizado ou evitado. No entanto, frente às transformações do mundo capitalista e às novas configurações do processo produtivo, esse conceito caiu em desuso, tornando-se obsoleto para análise do contexto do trabalho.

Mudanças de conduta e comportamento para saúde no ambiente de trabalho.

Tirar o foco da saúde pública para influenciar os determinantes da saúde no ambiente de trabalho, focando-se, assim, no clima e na cultura daquele local e na realidade específica.

Estratégias destinadas a reduzir o absenteísmo relacionado a doenças.

Prevenção como parte integrante da gestão moderna de saúde e segurança ocupacional e da QVT.

Prevenção fazendo parte integrante da cultura e das mudanças organizacionais.

Tanto para a pesquisa quanto para a ação, um desafio fundamental é gerar maior difusão do conhecimento existente sobre determinantes políticos e econômicos geradores de tudo o que, no trabalho, suscita o desgaste da saúde. No entanto, esse tipo de ação não visa a vencer os poderosos interesses que, ao priorizar competição com acumulação de capital, têm penetrado em governos e legislações.

Uma das tendências urgentes da SMRT é combater o aumento do presenteísmo. O presenteísmo é a situação de pessoas adoecidas que permanecem trabalhando sem procurar tratamento.

Hoje, amenizar fatores estressores tem sido a principal e mais eficiente forma de lidar com problemas relacionados à SMRT. Esse tipo de atuação produz alívio do desgaste e do sofrimento já em curto prazo.

Pensar um programa de prevenção à Saúde Mental no trabalho é ter como premissa um processo participativo. Esse deverá ser produto de um trabalho que insira a visão dos especialistas (pesquisadores, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, médicos, dentre ouros) e que os trabalhadores passam a adotar essa prescrição como norte de sua saúde.

Saúde Mental deve estar dissociada do momento histórico e das especificidades de cada tipo de trabalho/categoria de trabalhador, haja vista a necessidade de encontrar um padrão pelo qual os profissionais dessa área poderão se guiar, a fim de atingir maior efetividade em suas intervenções.

A organização do trabalho pode apresentar-se como fator de fragilização mental dos indivíduos, o que torna as organizações como parte responsável pela Saúde Mental de seus integrantes.

Atualmente, as práticas de Saúde Mental nas organizações coexistem com uma pressão por produtividade crescente, em um ambiente extremamente competitivo, no qual o indivíduo deve estar sempre pronto para mudar e se adaptar às demandas do mercado.

A Saúde Mental é mais do que a ausência de transtornos mentais, ela é uma parte integrante da saúde; na verdade, não há saúde sem Saúde Mental.

No decorrer do desenvolvimento do capitalismo, com o processo de reestruturação produtiva, a partir da década de 1990, as modificações na sociedade e nas relações sociais de produção foram acompanhadas de mudanças nas manifestações de sofrimento e psicopatologia nos indivíduos. A adoção de novas tecnologias, métodos gerenciais e precarização das relações de trabalho trouxe consequências à Saúde Mental do trabalhador, expressas através de "novas" doenças como, por exemplo, o Burnout e a LER/DORT.

N.D.A.