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De acordo com o art. 3º do Decreto Federal nº 5.440/2005, a informação prestada ao consumidor sobre a qualidade e características físicas, químicas e microbiológicas da água para consumo humano deverá atender ao seguinte:
I. Ser verdadeira e comprovável. II. Ser precisa, clara, correta, ostensiva e de fácil compreensão, especialmente quanto aos aspectos que impliquem situações de perda da potabilidade, de risco à saúde ou aproveitamento condicional da água. III. Ter caráter educativo, promover o consumo sustentável da água e proporcionar o entendimento da relação entre a sua qualidade e a saúde da população.Houve inadequação quanto à gramática normativa, no que se refere à regência:
Observe as frases abaixo:
I. Nossa viagem deu certo.
II. Este é um automóvel rápido.
III. Você come rápido.
IV. Fala-se por aí que certa bebida “desce redondo”.
V. Fale pausado e sem medo.
Quanto as palavras destacadas:
O recurso linguístico utilizado nessa tirinha, que produz o efeito de sentido foi:
O verbo lembrar, no segundo quadrinho, está pronominal. De acordo com a
regência, o verbo que NÃO pode ser pronominal:
“Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
A palavra “que” é um pronome relativo que exerce função de:
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
[...]
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
[...]
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Móveis ao mar
Vi num programa de televisão que, entre as inúmeras melhorias necessárias para as Olimpíadas do Rio, está “a limpeza da Baía de Guanabara”. Dita a frase, a TV mostrou um sofá, encalhado num mangue: três lugares, revestimento acetinado, puxando pro lilás, com os assentos enlameados sendo disputados por dois urubus. Incrível.
Não pretendo, de forma alguma, desmerecer o Rio. Quando vi o presidente do COI tirando o cartão do envelope e dizendo Rrrio de Rrranêro, no início do mês, lágrimas cruzaram minhas bochechas, tão rápidas quanto, imagino, canoas e barcos à vela singrarão as águas da rediviva Cidade Maravilhosa, daqui seis anos e meio. A amplitude de meu desespero vai muito além das pequenas rixas regionais: como pode um ser humano, oh céus!, jogar um sofá no mar?
Todos nós já nos encontramos na rua, algum dia, com um papel de bala na mão, ou uma latinha de refrigerante, olhando em volta, em busca de uma lixeira. Muitos de nós, não encontrando nenhuma, já jogaram o papel no chão, colocaram a latinha num canto, ou ao lado de um saco de lixo – como se, durante a noite, por osmose, quem sabe, ela fosse parar do lado de dentro do plástico preto. Agora, até onde pude ver, nesses trinta e dois anos sobre a Terra, as pessoas não andam por aí com sofás velhos nos ombros. Sequer com poltronas. Nem mesmo uma almofada costuma-se levar à rua. Para se atirar um móvel ao mar, portanto, é preciso não apenas má fé, mas esforço, engenho, planejamento e trabalho em equipe.
Imagino o sujeito, lá pela quarta-feira, ligando pros amigos: “Ô Gouveia, tudo bom? É o Túlio. Seguinte, tô precisando de uma forcinha aí, no sábado, pra jogar um sofá da ponte…”; “Maravilha, Valdeci! Então sábado à tarde cê traz a Kombi do teu cunhado e a gente resolve o problema”; “Fica tranquilo, Murilão, depois a gente volta aqui e faz um churrasquinho!”.
Sábado à tarde, os amigos se reúnem. O Valdeci com a Kombi do cunhado, o Murilão e o Gouveia cheios de entusiasmo, o Túlio pondo as Brahmas pra gelar, enquanto sua mulher orienta os homens na sala: “cuidado com o batente”, “olha o abajur, o abajur, Gouveia!”
Chegam à ponte. Param no acostamento. Tiram o sofá da caçamba, contam um, dois, e lá vão os… Pronto, atiraram o sofá no mar. O sofá boia. Os três o contemplam, sendo levado pela correnteza, naquele silêncio que só as verdadeiras amizades permitem. Túlio brinca: “saravá, Iemanjá!”. Depois vão comer churrasco. Incrível.
Antônio Prata
No emprego da expressão “a prazo” não foi utilizado acento indicativo de crase. A
alternativa em que o NÃO emprego do acento se deu pelo mesmo motivo é:
Quanto ao emprego do verbo “continuar”, no primeiro quadrinho, está CORRETO:
Avesso
Quem sou eu
E meu avesso?
Que urdiduras
Na sombra
Que tramas secretas
Num quarto escuro de mim?
Quem sou eu
Quando durmo
Ou quando
De olhos abertos
Me arremesso
Para o futuro
Saltando sobre ilhas
E desertos?
Quem sou eu
Quando me confundo
E
Tropeço.
Alço voo e mergulho?
Roseana Murray
Móveis ao mar
Vi num programa de televisão que, entre as inúmeras melhorias necessárias para as Olimpíadas do Rio, está “a limpeza da Baía de Guanabara”. Dita a frase, a TV mostrou um sofá, encalhado num mangue: três lugares, revestimento acetinado, puxando pro lilás, com os assentos enlameados sendo disputados por dois urubus. Incrível.
Não pretendo, de forma alguma, desmerecer o Rio. Quando vi o presidente do COI tirando o cartão do envelope e dizendo Rrrio de Rrranêro, no início do mês, lágrimas cruzaram minhas bochechas, tão rápidas quanto, imagino, canoas e barcos à vela singrarão as águas da rediviva Cidade Maravilhosa, daqui seis anos e meio. A amplitude de meu desespero vai muito além das pequenas rixas regionais: como pode um ser humano, oh céus!, jogar um sofá no mar?
Todos nós já nos encontramos na rua, algum dia, com um papel de bala na mão, ou uma latinha de refrigerante, olhando em volta, em busca de uma lixeira. Muitos de nós, não encontrando nenhuma, já jogaram o papel no chão, colocaram a latinha num canto, ou ao lado de um saco de lixo – como se, durante a noite, por osmose, quem sabe, ela fosse parar do lado de dentro do plástico preto. Agora, até onde pude ver, nesses trinta e dois anos sobre a Terra, as pessoas não andam por aí com sofás velhos nos ombros. Sequer com poltronas. Nem mesmo uma almofada costuma-se levar à rua. Para se atirar um móvel ao mar, portanto, é preciso não apenas má fé, mas esforço, engenho, planejamento e trabalho em equipe.
Imagino o sujeito, lá pela quarta-feira, ligando pros amigos: “Ô Gouveia, tudo bom? É o Túlio. Seguinte, tô precisando de uma forcinha aí, no sábado, pra jogar um sofá da ponte…”; “Maravilha, Valdeci! Então sábado à tarde cê traz a Kombi do teu cunhado e a gente resolve o problema”; “Fica tranquilo, Murilão, depois a gente volta aqui e faz um churrasquinho!”.
Sábado à tarde, os amigos se reúnem. O Valdeci com a Kombi do cunhado, o Murilão e o Gouveia cheios de entusiasmo, o Túlio pondo as Brahmas pra gelar, enquanto sua mulher orienta os homens na sala: “cuidado com o batente”, “olha o abajur, o abajur, Gouveia!”
Chegam à ponte. Param no acostamento. Tiram o sofá da caçamba, contam um, dois, e lá vão os… Pronto, atiraram o sofá no mar. O sofá boia. Os três o contemplam, sendo levado pela correnteza, naquele silêncio que só as verdadeiras amizades permitem. Túlio brinca: “saravá, Iemanjá!”. Depois vão comer churrasco. Incrível.
Antônio Prata