Questões de Concurso Comentadas para sedu-es

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Q635946 Pedagogia

No muro de uma escola que dava para a rua, havia um pedaço que estava com marcas de terra. Ao indagarmos sobre o porquê daquilo, os alunos informaram de que aquele era o lugar por onde eles pulavam, nos finais de semana, para jogar futebol na quadra. Este era um fato conhecido por todos, mas a proibição de entrar na escola era mantida e sistematicamente transgredida (...) era proibido, mas nada acontecia se houvesse transgressão. Isso significava que os alunos, ao pularem o muro, poderiam correr um remoto risco de punição, caso se fizesse valer a proibição, ou nada aconteceria pela vigência da política de fechar os olhos.

Diante disso, é correto afirmar que o que se aprende na escola

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Q635945 Pedagogia

É frequente ouvirmos depoimentos de professoras ou membros da equipe escolar acerca de que as famílias são "desestruturadas", desinteressadas, carentes e, muitas vezes, de comunidades de baixa renda, violentas (...)

Segundo teorias críticas da educação, este raciocínio

I. constitui, na maioria das vezes, uma "explicação" fácil para o insucesso escolar de algumas crianças.

II. serve para atribuição de culpa a uma situação externa à escola e para um consequente afastamento do problema.

III. confirma a incapacidade intelectual de algumas famílias no acompanhamento de seus filhos nas tarefas escolares.

IV. utiliza a denominação "família desestruturada" para se referir a uma estrutura diferente do modelo de família nuclear tradicional.

V. justifica o simples fato de a família se organizar como responsável pelo comportamento acadêmico de suas crianças.

Está correto o que se afirma APENAS em

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Q635944 Pedagogia

A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado (...) Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados e depósitos, que os educandos recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” de educação...

Para Paulo Freire, a concepção problematizadora da educação, ao contrário desta visão, considera que

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Q635943 Pedagogia

Para os liberais, a função social da escola é prover o ensino de qualidade para todos os estudantes independentemente do nível socioeconômico.

Para os socialistas, a escola também deve ensinar com qualidade todos os alunos, no entanto para se atingir este objetivo

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Q635942 Pedagogia

Todos têm o direito de aprender. Por isso, sua proposta consiste fundamentalmente no planejamento racional da atividade pedagógica, com operacionalização dos objetivos, privilegiando as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. O plano pedagógico deve se submeter ao administrativo.

As características apresentadas estão relacionadas à tendência da educação

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Q635938 Português

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:

I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1°parágrafo)

II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. (7° parágrafo)

III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. (9° parágrafo)

IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16° parágrafo)

Atende ao enunciado APENAS o que consta de

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Q635937 Português

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Identifica-se relação de causa e consequência entre estes dois segmentos do texto:
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Q552273 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

O nível de linguagem utilizado e a presença do interlocutor são fatores que diferenciam cartas familiares de dissertações.

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Q552272 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

Os tipos textuais são classificados em decorrência da predominância de um tipo sobre os demais em um mesmo texto, já que tipos textuais puros não existem.

Alternativas
Q552271 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

Anedota, autobiografia e história em quadrinhos são gêneros textuais narrativos.

Alternativas
Q552270 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

Embora o parágrafo, em princípio, desenvolva uma ideia central a partir da qual outras secundárias se associem, ele pode apresentar diferentes tipos de estruturação.

Alternativas
Q552269 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

Em um texto descritivo, deve-se procurar transmitir a imagem que se percebe de uma coisa ou lugar a partir dos sentidos da visão, da audição, do olfato, do tato e do paladar.

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Q552268 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

Palavras ou expressões que retomam termos já mencionados no texto, tais como os pronomes, têm âmbito de ação reduzido ao parágrafo, ou seja, só podem ter como referente o que já foi citado dentro do parágrafo em que ocorrem.

Alternativas
Q552267 Português

Julgue o item que se segue, relativo a interpretação, produção, tipos e gêneros de textos.

É importante ler o texto mais de uma vez para fazer dele uma boa análise. Uma única leitura pode ser superficial e deixar passar despercebidos aspectos importantes do assunto tratado.

Alternativas
Q552266 Português
Com base na estrutura e nas ideias do texto ao lado — Descrição e Prescrição, de Mário A. Perini — Julgue o item subsequente. 

O autor defende que tomar partido de certas ideias preconcebidas é prática consentânea à docência. 


Alternativas
Q552265 Português

Com base na estrutura e nas ideias do texto ao lado — Descrição e Prescrição, de Mário A. Perini — Julgue o item subsequente.

Ao afirmar que “Cada variedade da língua é apropriada em seu contexto próprio” (l.30-31), o autor reconhece a existência de níveis de linguagem.

Alternativas
Q552264 Português

Com base na estrutura e nas ideias do texto ao lado — Descrição e Prescrição, de Mário A. Perini — Julgue o item subsequente.

Ocorre elipse, ou zeugma, em “o linguista se interessa pela língua como ela é, e não como deveria ser” (l.11 - 12 ).

Alternativas
Q552263 Português
Com base na estrutura e nas ideias do texto ao lado — Descrição e Prescrição, de Mário A. Perini — Julgue o item subsequente. 

O vocábulo “gramáticas" ( l.21 e 22 ), empregado no plural, é polissêmico. 


Alternativas
Q552262 Português

Com base no vocabulário utilizado no texto e nos seus aspectos semânticos, julgue o item seguinte.

O período “E não é trabalho só dos governos nem só da escola; é trabalho em que se deve empenhar toda a sociedade, com todas as suas agências de cultura, se não quiser ser engolida ela própria pela barbárie” (15-8) é ambíguo, tendo em vista que o pronome “ela” pode referir-se tanto à palavra “escola” quanto a “sociedade” ou “cultura” .

Alternativas
Q552261 Português
Com base no vocabulário utilizado no texto e nos seus aspectos semânticos, julgue o item seguinte. 

São, respectivamente, antônimo do vocábulo “sazonados" (l.5) e sinônimo de “patrimônio" (l.13) os termos saudáveis e riqueza.


Alternativas
Respostas
581: E
582: C
583: D
584: E
585: A
586: D
587: B
588: C
589: E
590: C
591: C
592: C
593: E
594: C
595: E
596: C
597: C
598: C
599: E
600: E