Questões de Concurso Comentadas para atividade téc. de complexidade intelectual - administração - ciências contábeis

Foram encontradas 20 questões

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Q570519 Administração Geral
A qualidade total é uma decorrência da aplicação da melhoria contínua. A palavra qualidade tem vários significados. Para Deming, “a qualidade deve ter como objetivo as necessidades do usuário, presentes e futuras". Para Juran, representa a “adequação à finalidade ou ao uso". Para Crosby, é a “conformidade com as exigências". Feigenbaum diz que ela é “o total das características de um produto ou serviço referentes a marketing, engenharia, manufatura e manutenção, pelas quais o produto ou serviço, quando em uso, atenderá às expectativas do cliente".
No fundo, os vários conceitos de qualidade falam o mesmo idioma por meio de vários dialetos. Por trás dos conceitos de qualidade está a figura do(a):
Alternativas
Q570518 Administração Geral
A ideia de trabalho em equipe está presente em diversos conceitos e práticas relacionados ao mundo Administrativo. Dos termos apresentados pelas alternativas abaixo, o que NÃO envolve em seu conceito a ideia de trabalho em equipe é:
Alternativas
Q570517 Administração Geral
Considerando que a burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da autoridade e que quem toma decisões, em qualquer situação, é aquele que possui a mais elevada categoria hierárquica, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q570513 Administração Geral
Em uma organização, ao proporcionar a consistência interna, a estratégia apresenta como:
Alternativas
Q570509 Segurança da Informação
Para que a informação documental seja protegida, é necessário que as organizações implantem uma política de segurança, objetivando o gerenciamento da mesma. No âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal foi instituída a Política de Segurança da Informação por meio do Decreto Federal nº 3.505, de 13 de junho de 2000. É parte dos objetivos dessa política:
Alternativas
Q570508 Segurança da Informação
O conceito de segurança da informação está vinculado à ideia de proteção de ativos da informação contra acessos não autorizados, alterações indevidas ou sua indisponibilidade. Assim, o respeito a alguns princípios básicos para proteger a informação e garantir sua segurança é necessário.
Esses princípios são:
Alternativas
Q570505 Arquivologia
Sobre a tramitação de documentos é correto afirmar que:
Alternativas
Q570504 Arquivologia
Gestão de documentos é o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta corretamente um exemplo de procedimentos e/ou de operações técnicas.
Alternativas
Q569558 Português

Leia o texto abaixo e responda à questão propostas

   Temos, sem dúvida, sérios problemas de discriminação e exclusão na sociedade brasileira, que se refletem também nas universidades. Mas frequentemente parece que eles são abordados de forma desfocada.

    A composição racial da sociedade brasileira tem forte presença de negros, pardos e minorias. Diz-se que esse perfil não se repete na universidade. Mas porque razão a composição geral da sociedade deve se repetir em seus contextos e recortes específicos? Ela se repete em times de futebol ou na seleção brasileira?

    Se acreditarmos que o perfil étnico ou econômico do conjunto da população seja, ou deva ser, uma “invariante social”, repetindo-se em qualquer recorte ou subgrupo, a consequência óbvia disso é a generalização da prática de cotas.

    Além de cotas no vestibular, em breve teremos propostas de cotas de formatura, para compensar injustiças e discriminações ocorridas ao longo do curso. Em seguida, cotas para times de futebol, cotas para funcionários das empresas, cotas para sócios de clubes, cotas para academias de ginástica, cotas para fieis de cada religião e culto e por aí vai.

    A grande injustiça é ver a quantidade de pessoas, especialmente os jovens inteligentes e esforçados, sendo impedidas de se desenvolver. Não é dada a elas a oportunidade de aprender a crescer, por causa de uma educação pública básica e média medíocres. Esse é o problema real.

    O contrário do racismo e da discriminação social não é uma “discriminação positiva”, mas sim a ausência dessas classificações. Qualquer solução que envolva critérios de raça ou pobreza não contribui para eliminar a discriminação. Pelo contrário, reafirma, reforça e pereniza esses conceitos básicos dos mecanismos de exclusão.

    Nesse cenário de sequestro de oportunidades, há um grupo de jovens mais velhos que já foi prejudicado pelas péssimas escolas públicas. E há outro grupo, bem maior, das crianças que ainda enfrentarão o problema. Para as pessoas já prejudicadas, as cotas são um mecanismo compensatório, que pode reduzir, mas não eliminar, o prejuízo.

    Se houver uma proposta cujo cerne seja a melhoria efetiva do atual ensino público de primeiro e segundo grau, com parâmetros objetivos e seguindo modelos que comprovadamente já deram excelentes resultados em várias partes do mundo, e que parte dessa proposta seja um sistema de cotas, emergencial e provisório (com prazo limitado), visando apenas aquela população que já foi prejudicada, essa proposta merece não apenas a nossa aprovação, mas também o nosso aplauso

.….................................................................. ..... ............................................................................

    Já uma proposta que contemple apenas a questão das cotas de forma isolada ou é ingênua ou é demagógica.Anestesia as consciências, acomoda as queixas, reduz as pressões – é a solução mais fácil e barata para os governantes. Mas mantém a condenação de milhões de crianças a precisar de cotas no futuro, sempre em ciclos sem fim, sequestrando suas oportunidades e seus sonhos. […]

                                                  SALVAGNI, Ronaldo de Breyne. Folha de São Paulo, 07/ 04 /2013.

Releia a seguinte passagem:

“Nesse cenário de sequestro de oportunidades, há um grupo de jovens mais velhos que já foi prejudicado pelas péssimas escolas públicas. E há outro grupo, bem maior, das crianças que ainda enfrentarão o problema. [...]" (parágrafo 7)

É INACEITÁVEL, do ponto de vista da gramática da língua portuguesa ou da semântica do texto:
Alternativas
Q569554 Português

Leia o texto abaixo e responda à questão propostas

   Temos, sem dúvida, sérios problemas de discriminação e exclusão na sociedade brasileira, que se refletem também nas universidades. Mas frequentemente parece que eles são abordados de forma desfocada.

    A composição racial da sociedade brasileira tem forte presença de negros, pardos e minorias. Diz-se que esse perfil não se repete na universidade. Mas porque razão a composição geral da sociedade deve se repetir em seus contextos e recortes específicos? Ela se repete em times de futebol ou na seleção brasileira?

    Se acreditarmos que o perfil étnico ou econômico do conjunto da população seja, ou deva ser, uma “invariante social”, repetindo-se em qualquer recorte ou subgrupo, a consequência óbvia disso é a generalização da prática de cotas.

    Além de cotas no vestibular, em breve teremos propostas de cotas de formatura, para compensar injustiças e discriminações ocorridas ao longo do curso. Em seguida, cotas para times de futebol, cotas para funcionários das empresas, cotas para sócios de clubes, cotas para academias de ginástica, cotas para fieis de cada religião e culto e por aí vai.

    A grande injustiça é ver a quantidade de pessoas, especialmente os jovens inteligentes e esforçados, sendo impedidas de se desenvolver. Não é dada a elas a oportunidade de aprender a crescer, por causa de uma educação pública básica e média medíocres. Esse é o problema real.

    O contrário do racismo e da discriminação social não é uma “discriminação positiva”, mas sim a ausência dessas classificações. Qualquer solução que envolva critérios de raça ou pobreza não contribui para eliminar a discriminação. Pelo contrário, reafirma, reforça e pereniza esses conceitos básicos dos mecanismos de exclusão.

    Nesse cenário de sequestro de oportunidades, há um grupo de jovens mais velhos que já foi prejudicado pelas péssimas escolas públicas. E há outro grupo, bem maior, das crianças que ainda enfrentarão o problema. Para as pessoas já prejudicadas, as cotas são um mecanismo compensatório, que pode reduzir, mas não eliminar, o prejuízo.

    Se houver uma proposta cujo cerne seja a melhoria efetiva do atual ensino público de primeiro e segundo grau, com parâmetros objetivos e seguindo modelos que comprovadamente já deram excelentes resultados em várias partes do mundo, e que parte dessa proposta seja um sistema de cotas, emergencial e provisório (com prazo limitado), visando apenas aquela população que já foi prejudicada, essa proposta merece não apenas a nossa aprovação, mas também o nosso aplauso

.….................................................................. ..... ............................................................................

    Já uma proposta que contemple apenas a questão das cotas de forma isolada ou é ingênua ou é demagógica.Anestesia as consciências, acomoda as queixas, reduz as pressões – é a solução mais fácil e barata para os governantes. Mas mantém a condenação de milhões de crianças a precisar de cotas no futuro, sempre em ciclos sem fim, sequestrando suas oportunidades e seus sonhos. […]

                                                  SALVAGNI, Ronaldo de Breyne. Folha de São Paulo, 07/ 04 /2013.

Os sufixos que – como os sufixos de DISCRIMINAÇÃO e EXCLUSÃO (parágrafo 1) – derivam substantivos de verbos, exprimindo noção de “ato ou resultado de ato", estão destacados em:
Alternativas
Q552346 Noções de Informática
Suponha que se esteja editando um texto usando o MS Word 2010. Com qual extensão (tipo de arquivo) ele deve ser salvo para que o texto resultante não tenha formatação?
Alternativas
Q552178 Noções de Informática
Certo tipo de código malicioso é projetado para monitorar as atividades de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.

Esse tipo de código malicioso é chamado:

Alternativas
Q552175 Noções de Informática

A figura  a seguir exibe os arquivos existentes em uma pasta de uma instalação do sistema operacional Windows 7 Professional em Português. 

Após exibir o conteúdo da pasta com ícones grandes, como mostra a figura acima, o usuário fez um clique com o botão direito do mouse sobre a área em branco e escolheu uma nova opção de exibição (menu Exibir). A figura a seguir mostra o resultado da escolha feita por esse usuário. 


Qual opção de exibição foi escolhida?


Alternativas
Q552173 Noções de Informática
Considere que as teclas existentes nos teclados dos computadores sejam representadas entre chaves angulares. Por exemplo, representa a tecla Ctrl e < a > representa a tecla correspondente à letra minúscula a. Considere , também , que o pressionamento simultâneo de duas ou mais teclas (combinação de teclas) seja representado pelo sinal adição (+).

Qual tecla, ou combinação de teclas, deve ser usada para aumentar o zoom sobre uma página Web exibida pelo MS Internet Explorer?


Alternativas
Q552170 Noções de Informática
Um professor elaborou uma planilha MS Excel 2010 para calcular a média aritmética das notas relativas às três provas que aplicou. A planilha é mostrada na figura a seguir.

O professor da questão anterior (21) deseja ainda exibir na coluna H a situação do aluno após a média ter sido calculada e exibida na coluna G. As possíveis as situações são as seguintes:

• REPROVADO -média inferior a 3,0.

• APROVADO - média maior ou igual a 6,0 e nenhuma das três notas (P1, P2 e P3) inferior a 3,0

• PROVA FINAL-demais casos.

Qual fórmula deve ser digitada na célula H6 para que a situação do aluno seja exibida de acordo com as regras acima definida


Alternativas
Q552169 Noções de Informática
Um professor elaborou uma planilha MS Excel 2010 para calcular a média aritmética das notas relativas às três provas que aplicou. A planilha é mostrada na figura a seguir.

Imagem associada para resolução da questão


O que deve ser digitado na célula G6 para que a média aritmética seja calculada corretamente?


Alternativas
Q552157 Português
Os laços de família

    A mulher e a mãe acomodaram-se finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. Afilha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza assistia.
 - Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe
-  Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência.

     Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado; os bons-dias e as boas-tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se tornara o bom genro. “Perdoe alguma palavra mal dita”, dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, a gaguejar - perturbado em ser o bom genro. “Se eu rio, eles pensam que estou louca”, pensara Catarina franzindo as sobrancelhas. “Quem casa um filho perde um filho, quem casa uma filha ganha mais um”, acrescentara a mãe, e Antônio aproveitara sua gripe para tossir. Catarina, de pé, observava com malícia o marido, cuja segurança se desvanecera para dar lugar a um homem moreno e miúdo, forçado a ser filho daquela mulherzinha grisalha... Foi então que a vontade de rir tornou-se mais forte. Felizmente nunca precisava rir de fato quando tinha vontade de rir: seus olhos tomavam uma expressão esperta e contida, tornavam-se mais estrábicos - e o riso saía pelos olhos. Sempre doía um pouco ser capaz de rir. Mas nada podia fazer contra: desde pequena rira pelos olhos, desde sempre fora  estrábica.
[...]
- Não esqueci de nada..., recomeçou a mãe, quando uma freada súbita do carro lançou-as uma contra a outra e fez despencarem as malas. — Ah! ah! - exclamou a mãe como a um desastre irremediável, ah! dizia balançando a cabeça em surpresa, de repente envelhecida e pobre. E Catarina?
     Catarina olhava a mãe, e a mãe olhava a filha, e também a Catarina acontecera um desastre? seus olhos piscaram surpreendidos, ela ajeitava depressa as malas, a bolsa, procurando o mais rapidamente possível remediar a catástrofe. Porque de fato sucedera alguma coisa, seria inútil esconder:
Catarina fora lançada contra Severina, numa intimidade de corpo há muito esquecida, vinda do tempo em que se tem pai e mãe. Apesar de que nunca se haviam realmente abraçado ou beijado. Do pai, sim. Catarina sempre fora mais amiga. Quando a mãe enchia-lhes os pratos obrigando-os a comer demais, os dois se olhavam piscando em cumplicidade e a mãe nem notava. Mas depois do choque no táxi e depois de se ajeitarem, não tinham o que falar - por que não chegavam logo à Estação?
- Não esqueci de nada, perguntou a mãe com voz resignada.
Catarina não queria mais fitá-la nem responder-lhe
Tome suas luvas! disse-lhe, recolhendo-as do chão

    - Ah! ah! minhas luvas! exclamava a mãe perplexa. Só se espiaram realmente quando as malas foram dispostas no trem, depois de trocados os beijos: a cabeça da mãe apareceu na janela.
Catarina viu então que sua mãe estava envelhecida e tinha os olhos brilhantes.
    O trem não partia e ambas esperavam sem ter o que dizer. A mãe tirou o espelho da bolsa e examinou-se no seu chapéu novo, comprado no mesmo chapeleiro da filha. Olhava-se compondo um ar excessivamente severo onde não faltava alguma admiração por si mesma. A filha observava divertida. Ninguém mais pode te amar senão eu, pensou a mulher rindo pelos olhos ; e o peso da responsabilidade deu-lhe à boca um gosto de sangue. Como se “mãe e filha” fosse vida e repugnância. Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo.
LISPECTOR, Clarice. In: Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo:Global,1996.p 70-7.
Observe as frases:

I. “Mas NADA podia fazer contra"

II. Não esqueci DE NADA?''

Sobre elas pode-se afirmar que, no contexto:


Alternativas
Q552156 Português
Os laços de família

    A mulher e a mãe acomodaram-se finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. Afilha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza assistia.
 - Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe
-  Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência.

     Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado; os bons-dias e as boas-tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se tornara o bom genro. “Perdoe alguma palavra mal dita”, dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, a gaguejar - perturbado em ser o bom genro. “Se eu rio, eles pensam que estou louca”, pensara Catarina franzindo as sobrancelhas. “Quem casa um filho perde um filho, quem casa uma filha ganha mais um”, acrescentara a mãe, e Antônio aproveitara sua gripe para tossir. Catarina, de pé, observava com malícia o marido, cuja segurança se desvanecera para dar lugar a um homem moreno e miúdo, forçado a ser filho daquela mulherzinha grisalha... Foi então que a vontade de rir tornou-se mais forte. Felizmente nunca precisava rir de fato quando tinha vontade de rir: seus olhos tomavam uma expressão esperta e contida, tornavam-se mais estrábicos - e o riso saía pelos olhos. Sempre doía um pouco ser capaz de rir. Mas nada podia fazer contra: desde pequena rira pelos olhos, desde sempre fora  estrábica.
[...]
- Não esqueci de nada..., recomeçou a mãe, quando uma freada súbita do carro lançou-as uma contra a outra e fez despencarem as malas. — Ah! ah! - exclamou a mãe como a um desastre irremediável, ah! dizia balançando a cabeça em surpresa, de repente envelhecida e pobre. E Catarina?
     Catarina olhava a mãe, e a mãe olhava a filha, e também a Catarina acontecera um desastre? seus olhos piscaram surpreendidos, ela ajeitava depressa as malas, a bolsa, procurando o mais rapidamente possível remediar a catástrofe. Porque de fato sucedera alguma coisa, seria inútil esconder:
Catarina fora lançada contra Severina, numa intimidade de corpo há muito esquecida, vinda do tempo em que se tem pai e mãe. Apesar de que nunca se haviam realmente abraçado ou beijado. Do pai, sim. Catarina sempre fora mais amiga. Quando a mãe enchia-lhes os pratos obrigando-os a comer demais, os dois se olhavam piscando em cumplicidade e a mãe nem notava. Mas depois do choque no táxi e depois de se ajeitarem, não tinham o que falar - por que não chegavam logo à Estação?
- Não esqueci de nada, perguntou a mãe com voz resignada.
Catarina não queria mais fitá-la nem responder-lhe
Tome suas luvas! disse-lhe, recolhendo-as do chão

    - Ah! ah! minhas luvas! exclamava a mãe perplexa. Só se espiaram realmente quando as malas foram dispostas no trem, depois de trocados os beijos: a cabeça da mãe apareceu na janela.
Catarina viu então que sua mãe estava envelhecida e tinha os olhos brilhantes.
    O trem não partia e ambas esperavam sem ter o que dizer. A mãe tirou o espelho da bolsa e examinou-se no seu chapéu novo, comprado no mesmo chapeleiro da filha. Olhava-se compondo um ar excessivamente severo onde não faltava alguma admiração por si mesma. A filha observava divertida. Ninguém mais pode te amar senão eu, pensou a mulher rindo pelos olhos ; e o peso da responsabilidade deu-lhe à boca um gosto de sangue. Como se “mãe e filha” fosse vida e repugnância. Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo.
LISPECTOR, Clarice. In: Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo:Global,1996.p 70-7.
As línguas são formas altamente organizadas de elaboração, expressão e comunicação de um elenco infinito de conteúdos mediante o emprego de unidades que se articulam entre si. À luz dessa diversidade de possibilidades, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q552155 Português
Os laços de família

    A mulher e a mãe acomodaram-se finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. Afilha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza assistia.
 - Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe
-  Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência.

     Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado; os bons-dias e as boas-tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se tornara o bom genro. “Perdoe alguma palavra mal dita”, dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, a gaguejar - perturbado em ser o bom genro. “Se eu rio, eles pensam que estou louca”, pensara Catarina franzindo as sobrancelhas. “Quem casa um filho perde um filho, quem casa uma filha ganha mais um”, acrescentara a mãe, e Antônio aproveitara sua gripe para tossir. Catarina, de pé, observava com malícia o marido, cuja segurança se desvanecera para dar lugar a um homem moreno e miúdo, forçado a ser filho daquela mulherzinha grisalha... Foi então que a vontade de rir tornou-se mais forte. Felizmente nunca precisava rir de fato quando tinha vontade de rir: seus olhos tomavam uma expressão esperta e contida, tornavam-se mais estrábicos - e o riso saía pelos olhos. Sempre doía um pouco ser capaz de rir. Mas nada podia fazer contra: desde pequena rira pelos olhos, desde sempre fora  estrábica.
[...]
- Não esqueci de nada..., recomeçou a mãe, quando uma freada súbita do carro lançou-as uma contra a outra e fez despencarem as malas. — Ah! ah! - exclamou a mãe como a um desastre irremediável, ah! dizia balançando a cabeça em surpresa, de repente envelhecida e pobre. E Catarina?
     Catarina olhava a mãe, e a mãe olhava a filha, e também a Catarina acontecera um desastre? seus olhos piscaram surpreendidos, ela ajeitava depressa as malas, a bolsa, procurando o mais rapidamente possível remediar a catástrofe. Porque de fato sucedera alguma coisa, seria inútil esconder:
Catarina fora lançada contra Severina, numa intimidade de corpo há muito esquecida, vinda do tempo em que se tem pai e mãe. Apesar de que nunca se haviam realmente abraçado ou beijado. Do pai, sim. Catarina sempre fora mais amiga. Quando a mãe enchia-lhes os pratos obrigando-os a comer demais, os dois se olhavam piscando em cumplicidade e a mãe nem notava. Mas depois do choque no táxi e depois de se ajeitarem, não tinham o que falar - por que não chegavam logo à Estação?
- Não esqueci de nada, perguntou a mãe com voz resignada.
Catarina não queria mais fitá-la nem responder-lhe
Tome suas luvas! disse-lhe, recolhendo-as do chão

    - Ah! ah! minhas luvas! exclamava a mãe perplexa. Só se espiaram realmente quando as malas foram dispostas no trem, depois de trocados os beijos: a cabeça da mãe apareceu na janela.
Catarina viu então que sua mãe estava envelhecida e tinha os olhos brilhantes.
    O trem não partia e ambas esperavam sem ter o que dizer. A mãe tirou o espelho da bolsa e examinou-se no seu chapéu novo, comprado no mesmo chapeleiro da filha. Olhava-se compondo um ar excessivamente severo onde não faltava alguma admiração por si mesma. A filha observava divertida. Ninguém mais pode te amar senão eu, pensou a mulher rindo pelos olhos ; e o peso da responsabilidade deu-lhe à boca um gosto de sangue. Como se “mãe e filha” fosse vida e repugnância. Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo.
LISPECTOR, Clarice. In: Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo:Global,1996.p 70-7.
O termo destacado está corretamente analisado em:
Alternativas
Q552152 Português
Os laços de família

    A mulher e a mãe acomodaram-se finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. Afilha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza assistia.
 - Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe
-  Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência.

     Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado; os bons-dias e as boas-tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se tornara o bom genro. “Perdoe alguma palavra mal dita”, dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, a gaguejar - perturbado em ser o bom genro. “Se eu rio, eles pensam que estou louca”, pensara Catarina franzindo as sobrancelhas. “Quem casa um filho perde um filho, quem casa uma filha ganha mais um”, acrescentara a mãe, e Antônio aproveitara sua gripe para tossir. Catarina, de pé, observava com malícia o marido, cuja segurança se desvanecera para dar lugar a um homem moreno e miúdo, forçado a ser filho daquela mulherzinha grisalha... Foi então que a vontade de rir tornou-se mais forte. Felizmente nunca precisava rir de fato quando tinha vontade de rir: seus olhos tomavam uma expressão esperta e contida, tornavam-se mais estrábicos - e o riso saía pelos olhos. Sempre doía um pouco ser capaz de rir. Mas nada podia fazer contra: desde pequena rira pelos olhos, desde sempre fora  estrábica.
[...]
- Não esqueci de nada..., recomeçou a mãe, quando uma freada súbita do carro lançou-as uma contra a outra e fez despencarem as malas. — Ah! ah! - exclamou a mãe como a um desastre irremediável, ah! dizia balançando a cabeça em surpresa, de repente envelhecida e pobre. E Catarina?
     Catarina olhava a mãe, e a mãe olhava a filha, e também a Catarina acontecera um desastre? seus olhos piscaram surpreendidos, ela ajeitava depressa as malas, a bolsa, procurando o mais rapidamente possível remediar a catástrofe. Porque de fato sucedera alguma coisa, seria inútil esconder:
Catarina fora lançada contra Severina, numa intimidade de corpo há muito esquecida, vinda do tempo em que se tem pai e mãe. Apesar de que nunca se haviam realmente abraçado ou beijado. Do pai, sim. Catarina sempre fora mais amiga. Quando a mãe enchia-lhes os pratos obrigando-os a comer demais, os dois se olhavam piscando em cumplicidade e a mãe nem notava. Mas depois do choque no táxi e depois de se ajeitarem, não tinham o que falar - por que não chegavam logo à Estação?
- Não esqueci de nada, perguntou a mãe com voz resignada.
Catarina não queria mais fitá-la nem responder-lhe
Tome suas luvas! disse-lhe, recolhendo-as do chão

    - Ah! ah! minhas luvas! exclamava a mãe perplexa. Só se espiaram realmente quando as malas foram dispostas no trem, depois de trocados os beijos: a cabeça da mãe apareceu na janela.
Catarina viu então que sua mãe estava envelhecida e tinha os olhos brilhantes.
    O trem não partia e ambas esperavam sem ter o que dizer. A mãe tirou o espelho da bolsa e examinou-se no seu chapéu novo, comprado no mesmo chapeleiro da filha. Olhava-se compondo um ar excessivamente severo onde não faltava alguma admiração por si mesma. A filha observava divertida. Ninguém mais pode te amar senão eu, pensou a mulher rindo pelos olhos ; e o peso da responsabilidade deu-lhe à boca um gosto de sangue. Como se “mãe e filha” fosse vida e repugnância. Não, não se podia dizer que amava sua mãe. Sua mãe lhe doía, era isso. A velha guardara o espelho na bolsa, e fitava-a sorrindo.
LISPECTOR, Clarice. In: Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo:Global,1996.p 70-7.
Uma nova pontuação de “ Felizm ente nunca precisava rir de fato quando tinha vontade de rir: seus olhos tomavam uma expressão esperta e contida, tornavam-se mais estrábicos - e o riso saía pelos olhos." foi feita de forma correta e sem alterar o sentido em:
Alternativas
Respostas
1: B
2: B
3: C
4: C
5: D
6: E
7: B
8: E
9: B
10: A
11: C
12: A
13: D
14: B
15: A
16: B
17: C
18: A
19: D
20: A