Questões de Concurso
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Nenhuma sociedade pode sobreviver sem um código moral fundado em valores compreendidos, aceitos e respeitados pela maioria dos seus membros. Nós não temos mais nada disto. As sociedades modernas poderiam dominar indefinidamente os poderes fantásticos que a ciência lhes deu com o critério de um vago humanismo colorido por uma espécie de hedonismo otimista e materialista? Poderiam, nessas bases, resolver suas intoleráveis tensões? Onde vão desmoronar?
Texto de uma conferência de Jacques Monod, citado por J. Russ. Pensamento ético contemporâneo. São Paulo, Paulus, 1999, p. 19 (com adaptações).
Acerca do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta.
A partir do texto acima e de conhecimentos relativos à filosofia da ciência, assinale a opção correta.
A charge acima
Por causa de sua pobreza, imputada à inutilidade da filosofia, Tales era alvo de escárnio; graças, porém, a seus conhecimentos de astronomia, ele previu, ainda em pleno inverno, que haveria uma abundante colheita de azeitonas; ele obteve, então, algum dinheiro e adquiriu os direitos de uso de todos os lagares em Miletos e Quios, pagando pouco porque ninguém competia com ele; quando chegou a época da extração do azeite, houve uma súbita procura de numerosos lagares ao mesmo tempo, e sublocando-os nas condições que quis ele ganhou muito dinheiro, provando que para o filósofo é fácil obter lucro quando ele quer, mas não é disso que ele cuida.
Aristóteles. Política, 1259a (Trad. Mário G. Cury)
Com referência ao texto acima, assinale a opção correta.
Não há ignorante que não saiba uma infinidade de coisas, e é sobre este saber, sobre esta capacidade em ato que todo ensino deve se fundar. Instruir (ensinar) pode, portanto, significar duas coisas absolutamente opostas: confirmar uma incapacidade pelo próprio ato que pretende reduzi-la, ou, inversamente, forçar uma capacidade que se ignora ou se denega a reconhecer e a desenvolver todas as conseqüências desse reconhecimento. O primeiro ato chama-se embrutecimento e o segundo, emancipação.
Jacques Ranciére. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte. Autêntica, 2002, p. 11-2 (com adaptações)
Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.
Uma das figuras privilegiadas na adoção do poder pastoral pelo Estado moderno, nas instituições educacionais, é a figura do professor-pastor. Ele assume a responsabilidade pelas ações e pelo destino da turma e de cada um de seus integrantes. Ele se encarrega de cuidar do bem e do mal que possam acontecer dentro da sala de aula. Ele responde por todos os pecados que possam ser cometidos no seu espaço. Embora assuma modalidades leves e participativas, entre o professor e a turma há uma relação de submissão absoluta; sem o professor os alunos não saberiam o que fazer, como aprender, de qual maneira comportar-se. O professor ganhará a confiança de cada aluno para que ele lhe confie seus desejos, angústias e ilusões. Por último, lhe ensinará que sem alguma forma de sacrifício ou renúncia seria impossível desfrutar de uma vida feliz e de uma sociedade justa.
Walter Kohan. Infância: entre educação e filosofia. Belo Horizonte. Autêntica, 2003, p. 87-8 (com adaptações).
A partir das idéias desenvolvidas no texto acima, assinale a opção correta.
No final de as Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, Marco Pólo e o Kublai Kan travam um diálogo sobre a cidade última, para onde todos os nossos caminhos nos levam.
Kublai — É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que nos suga em um vórtice cada vez mais estreito. Responde Pólo — O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.
I. Calvino. As cidades invisíveis. São Paulo, Ed. Folha de São Paulo, 2003, p. 158 (com adaptações).
Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.
A partir da metade dos anos 60 do século passado, no Brasil, a consciência de seu caráter de continente periférico, alheio às decisões mundiais, apêndice dos blocos de poder, substituiu a euforia desenvolvimentista. Sua marginalidade, agravada, a partir dos anos 80, pela recessão econômica, só parece compatível com as estritas análises político-econômicas (...). O tratamento filosófico das questões era confundido com o ecletismo e o antiexperimentalismo da época colonial, sendo então tomado como traço de letrados tradicionais e incapazes de contribuir para a solução prática dos problemas (...). Essa alergia à reflexão filosófica se mostra, na conjuntura atual, pela incapacidade de lidar com a interpretação da cultura senão como prolongamento da conjuntura político-econômica.
Luiz Costa Lima. Apud F. Ceppas. Anotações sobre a formação filosófica no Brasil e o ensino de filosofia. In: S. Gallo, M. Danelon e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Ed. Unijuí, 2004 (com adaptações).
A partir das idéias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
Para que se possa falar realmente de história da filosofia, em sua completude, parece-me necessário estabelecer uma relação teorética, isto é, um diálogo com o clássico: pondo a ele perguntas (as nossas, as de sempre) e avaliando suas respostas às mesmas. Sem esta relação vital com o clássico a história da filosofia se torna passatempo de colecionador e o professor de filosofia, antiquário de loja de antiguidades. Especialmente para este diálogo torna-se necessária a superação de uma pretensa postura de neutralidade do historiador da filosofia (no nosso caso, do professor): será preciso declarar explicitamente sua postura filosófica para que essa mesma possa ser avaliada e colocada “na mesa”.
G. Cornelli. A lição dos clássicos: algumas anotações sobre a história da filosofia na sala de aula. In: S. e Danelon G. M. Gallo e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Unijuí, 2004, p. 194 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência, assinale a opção correta acerca da história da filosofia.
A partir da compreensão do uso da história da filosofia para o ensino apresentada no texto acima, assinale a opção correta.
Na introdução às Investigações lógicas, Husserl afirma que a Lógica é mais do que uma ciência, por tratar-se de uma teoria geral que fundamenta todo conhecimento objetivo. A explicação do filósofo para a presente contradição entre a palavra de ordem do método fenomenológico "retorno às próprias coisas" e seu fundamento lógico consiste no (na):
Por reconhecer que o Dasein não é nem espírito, nem substância, Heidegger explica a estrutura e a constituição do homem como um ser-aí, um ser-no-mundo, por se tratar de (da)
Embora os juízos analíticos sejam caracterizados como universais, necessários e a priori, e os sintéticos, como particulares, contingentes e a posteriori, Kant reconhece a possibilidade de juízos sintéticos a priori devido ao fato de
Após ter colocado em dúvida o mundo sensível e a matemática, e provado, posteriormente, a existência de um Deus veraz, Descartes pôde recuperar a existência do mundo exterior. Esse mundo foi concebido pelo autor como um mundo
A unidade objetiva da verdade encontra-se, segundo Santo Tomás de Aquino, na harmonia entre fé e razão, não podendo, assim, contradizer-se, embora ambas as fontes do conhecimento sejam completamente diferentes. A explicação para a referida harmonia, de acordo com o filósofo, reside no fato de
Guilherme de Ockham, considerado o iniciador do nominalismo, concebia os universais como:
A crítica de Aristóteles da dicotomia entre o mundo sensível e o inteligível, estabelecida por Platão, torna problemática a concepção aristotélica do conhecimento das essências no âmbito do próprio mundo sensível. Aristóteles soluciona a referida questão por meio de um uma)
Platão insiste mais explicitamente na República e no Teeteto, na diferença entre conhecimento e opinião, porque esta baseia-se nas aparências e aquele apreende o que é. Tal distinção deve-se ao fato de