Questões de Concurso Para prefeitura de goiânia - go

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Q682748 Português

                             Verbete "Letramento literário"

                                                                                                    Rildo Cossom

Letramento literário é o processo de apropriação da literatura enquanto linguagem. Para entendermos melhor essa definição sintética, é preciso que tenhamos bem claros os seus termos. Primeiro, o processo, que é a ideia de ato contínuo, de algo que está em movimento, que não se fecha. Com isso, precisamos entender que o letramento literário começa com as cantigas de ninar e continua por toda nossa vida a cada romance lido, a cada novela ou filme assistido. Depois, que é um processo de apropriação, ou seja, refere-se ao ato de tomar algo para si, de fazer alguma coisa se tornar própria, de fazê-la pertencer à pessoa, de internalizar ao ponto daquela coisa ser sua. É isso que sentimos quando lemos um poema e ele nos dá palavras para dizer o que não conseguíamos expressar antes.

Também nos apropriamos literariamente de um romance quando aprendemos com um personagem que há mais de um modo de percorrer os caminhos da vida. Por fim, é um processo de apropriação da literatura enquanto linguagem, ou da linguagem literária. Neste caso, não se trata simplesmente de um conjunto de obras consideradas relevantes, nem o conhecimento de uma área específica, mas sim de um modo muito singular de construir sentidos que é a linguagem literária. Essa singularidade da linguagem literária, diferentemente de outros usos da linguagem humana, vem da intensidade da interação com a palavra que é só palavra e da experiência libertária de ser e viver que proporciona. Na prática pedagógica, o letramento literário pode ser efetivado de várias maneiras, mas há quatro características que lhe são fundamentais. Em primeiro lugar, não há letramento literário sem o contato direto do leitor com a obra, ou seja, é preciso dar ao aluno a oportunidade de interagir ele mesmo com as obras literárias. Depois, o processo do letramento literário passa necessariamente pela construção de uma comunidade de leitores, isto é, um espaço de compartilhamento de leituras no qual há circulação de textos e respeito pelo interesse e pelo grau de dificuldade que o aluno possa ter em relação à leitura das obras. Também precisa ter como objetivo a ampliação do repertório literário, cabendo ao professor acolher no espaço escolar as mais diversas manifestações culturais, reconhecendo que a literatura se faz presente não apenas nos textos escritos, mas também em outros tantos suportes e meios. Finalmente, tal objetivo é atingido quando se oferecem atividades sistematizadas e contínuas direcionadas para o desenvolvimento da competência literária, cumprindo-se, assim, o papel da escola de formar o leitor literário. 

Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/letramento-literario> . Acesso em: 17 maio 2016. 

Há no texto uma crítica ao ensino tradicional de literatura voltada diretamente contra:
Alternativas
Q682747 Português

                             Verbete "Letramento literário"

                                                                                                    Rildo Cossom

Letramento literário é o processo de apropriação da literatura enquanto linguagem. Para entendermos melhor essa definição sintética, é preciso que tenhamos bem claros os seus termos. Primeiro, o processo, que é a ideia de ato contínuo, de algo que está em movimento, que não se fecha. Com isso, precisamos entender que o letramento literário começa com as cantigas de ninar e continua por toda nossa vida a cada romance lido, a cada novela ou filme assistido. Depois, que é um processo de apropriação, ou seja, refere-se ao ato de tomar algo para si, de fazer alguma coisa se tornar própria, de fazê-la pertencer à pessoa, de internalizar ao ponto daquela coisa ser sua. É isso que sentimos quando lemos um poema e ele nos dá palavras para dizer o que não conseguíamos expressar antes.

Também nos apropriamos literariamente de um romance quando aprendemos com um personagem que há mais de um modo de percorrer os caminhos da vida. Por fim, é um processo de apropriação da literatura enquanto linguagem, ou da linguagem literária. Neste caso, não se trata simplesmente de um conjunto de obras consideradas relevantes, nem o conhecimento de uma área específica, mas sim de um modo muito singular de construir sentidos que é a linguagem literária. Essa singularidade da linguagem literária, diferentemente de outros usos da linguagem humana, vem da intensidade da interação com a palavra que é só palavra e da experiência libertária de ser e viver que proporciona. Na prática pedagógica, o letramento literário pode ser efetivado de várias maneiras, mas há quatro características que lhe são fundamentais. Em primeiro lugar, não há letramento literário sem o contato direto do leitor com a obra, ou seja, é preciso dar ao aluno a oportunidade de interagir ele mesmo com as obras literárias. Depois, o processo do letramento literário passa necessariamente pela construção de uma comunidade de leitores, isto é, um espaço de compartilhamento de leituras no qual há circulação de textos e respeito pelo interesse e pelo grau de dificuldade que o aluno possa ter em relação à leitura das obras. Também precisa ter como objetivo a ampliação do repertório literário, cabendo ao professor acolher no espaço escolar as mais diversas manifestações culturais, reconhecendo que a literatura se faz presente não apenas nos textos escritos, mas também em outros tantos suportes e meios. Finalmente, tal objetivo é atingido quando se oferecem atividades sistematizadas e contínuas direcionadas para o desenvolvimento da competência literária, cumprindo-se, assim, o papel da escola de formar o leitor literário. 

Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/letramento-literario> . Acesso em: 17 maio 2016. 

O conceito de letramento literário presente no verbete
Alternativas
Q682746 Pedagogia
Quando tratam da linguagem, os PCNs demonstram a interdisciplinaridade que a envolve, lembrando que outras áreas do conhecimento buscam nela o suporte para seus objetos de estudo (BRASIL, 1998, p. 19-20). De acordo com os PCNs, a linguagem só pode ser estudada na interação social. O efetivo ensino de literatura pode atender a essa expectativa, desde que a concepção de Literatura adotada para os estudos de letramento esteja:
Alternativas
Q682745 Pedagogia
O entendimento de que o domínio discursivo da linguagem e da língua é condição para "plena participação social" (BRASIL, 1998, p. 19) apresenta-se, nos PCNs, coerentemente sustentado pelo conceito de letramento, "entendido como produto da participação em práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia" (BRASIL, 1998, p. 19). Seguindo essa linha de raciocínio, foge aos propósitos do letramento literário:
Alternativas
Q682744 Pedagogia

A educação do ser poético

Por que motivo as crianças, de modo geral, são poetas e, com o tempo, deixam de sê-lo? Será a poesia um estado de infância relacionada com a necessidade de jogo, a ausência de conhecimento livresco, a despreocupação com os mandamentos práticos de viver – estado de pureza da mente, em suma? [...] O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas e, depois, como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética. [...] E a arte, como a educação e tudo o mais, que fim mais alto pode ter em mira senão este, de contribuir para a educação do ser humano à vida, o que, numa palavra, se chama felicidade? 

ANDRADE, C. Drummond. A educação do ser poético. In: Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 20 jul. 1974. 

Os PCNs listam uma série de equívocos que podem ser cometidos pelo professor em sala de aula, no tratamento dos gêneros literários, cuja principal consequência é o afastamento da poesia lamentado por Drummond. Qual proposta de leitura envolve "o exercício de reconhecimento de singularidade e propriedades que matizam um tipo particular de uso da linguagem" sugerido pelos PCNs (BRASIL, 1998, p. 27)?
Alternativas
Q682743 Português

A educação do ser poético

Por que motivo as crianças, de modo geral, são poetas e, com o tempo, deixam de sê-lo? Será a poesia um estado de infância relacionada com a necessidade de jogo, a ausência de conhecimento livresco, a despreocupação com os mandamentos práticos de viver – estado de pureza da mente, em suma? [...] O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas e, depois, como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética. [...] E a arte, como a educação e tudo o mais, que fim mais alto pode ter em mira senão este, de contribuir para a educação do ser humano à vida, o que, numa palavra, se chama felicidade? 

ANDRADE, C. Drummond. A educação do ser poético. In: Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 20 jul. 1974. 

A crônica de Drummond sugere a existência de duas concepções de poesia. Essas concepções e a indicação da preferida pelo poeta estão expressas em:
Alternativas
Q682742 Português

                          O pequeno sonho da reescrita

                                                                                                     Sírio Possenti

Meu pequeno sonho é que não haja mais aulas de português que não sejam de fato aulas de português. Basta de aulas para dividir palavras em sílabas, ditar com pronúncias artificiais, copiar do quadro, sublinhar substantivos, "tirar" verbos da 2ª conjugação, responder a perguntas bobas (Quem subiu a montanha?) para supostamente verificar a compreensão de frases banais como "O burrinho subiu a montanha para pastar".

Muitas aulas de gramática também são bem bobas. Alguém sabe por que as aulas de todos os anos começam com sujeito e predicado? Já imaginaram aulas de matemática recomeçando sempre com soma e multiplicação? As adjetivas explicativas estão entre vírgulas? E quem colocou as vírgulas?

Meu sonho geral inclui que se leia muito e durante as aulas. E que os textos lidos sejam comentados e sejam do tipo que mexe com a cabeça dos alunos, que os colocam "pra cima", exigem que seus cérebros trabalhem (poemas, textos de divulgação científica, trechos exemplares de livros que possam mostrar diferenças de estilo de época e mudanças da língua, entre outros). E que as letras de música que eles eventualmente analisem não sejam da marca Michel Teló ‒ para isso não precisam sair de casa. Que sejam, por exemplo, como “Construção” (Chico Buarque), de um lado (até para falar com relevância das proparoxítonas, se se quiser), ou “Cuitelinho”, de outro.

Mas meu principal pequeno sonho tem a ver com escrita. Escreve-se mais hoje – com os aparelhos eletrônicos – do que nunca antes, o que gera um pouco de otimismo. Mas me refiro à escrita "trabalhada", discutida, analisada.

As aulas são para escrever e revisar textos. O professor no papel de revisor ou editor, exatamente como nas editoras, é bem mais interessante do que como simples corretor ou vigia da língua. É que as atividades em torno dos textos devem fazer sentido histórico. E a revisão tem esse sentido. Nossos alunos merecem aulas de verdade!

 Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/113/o-pequeno-sonho-da-reescrita-339017-1.asp> . Acesso em: 17 maio 2016. 
Ao final do texto, o locutor deixa evidente que atualmente considera as aulas de português:
Alternativas
Q682741 Português

                          O pequeno sonho da reescrita

                                                                                                     Sírio Possenti

Meu pequeno sonho é que não haja mais aulas de português que não sejam de fato aulas de português. Basta de aulas para dividir palavras em sílabas, ditar com pronúncias artificiais, copiar do quadro, sublinhar substantivos, "tirar" verbos da 2ª conjugação, responder a perguntas bobas (Quem subiu a montanha?) para supostamente verificar a compreensão de frases banais como "O burrinho subiu a montanha para pastar".

Muitas aulas de gramática também são bem bobas. Alguém sabe por que as aulas de todos os anos começam com sujeito e predicado? Já imaginaram aulas de matemática recomeçando sempre com soma e multiplicação? As adjetivas explicativas estão entre vírgulas? E quem colocou as vírgulas?

Meu sonho geral inclui que se leia muito e durante as aulas. E que os textos lidos sejam comentados e sejam do tipo que mexe com a cabeça dos alunos, que os colocam "pra cima", exigem que seus cérebros trabalhem (poemas, textos de divulgação científica, trechos exemplares de livros que possam mostrar diferenças de estilo de época e mudanças da língua, entre outros). E que as letras de música que eles eventualmente analisem não sejam da marca Michel Teló ‒ para isso não precisam sair de casa. Que sejam, por exemplo, como “Construção” (Chico Buarque), de um lado (até para falar com relevância das proparoxítonas, se se quiser), ou “Cuitelinho”, de outro.

Mas meu principal pequeno sonho tem a ver com escrita. Escreve-se mais hoje – com os aparelhos eletrônicos – do que nunca antes, o que gera um pouco de otimismo. Mas me refiro à escrita "trabalhada", discutida, analisada.

As aulas são para escrever e revisar textos. O professor no papel de revisor ou editor, exatamente como nas editoras, é bem mais interessante do que como simples corretor ou vigia da língua. É que as atividades em torno dos textos devem fazer sentido histórico. E a revisão tem esse sentido. Nossos alunos merecem aulas de verdade!

 Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/113/o-pequeno-sonho-da-reescrita-339017-1.asp> . Acesso em: 17 maio 2016. 
O "pequeno sonho" de professor descrito por Sírio Possenti idealiza uma produção textual estimulada:
Alternativas
Q682740 Português

                          O pequeno sonho da reescrita

                                                                                                     Sírio Possenti

Meu pequeno sonho é que não haja mais aulas de português que não sejam de fato aulas de português. Basta de aulas para dividir palavras em sílabas, ditar com pronúncias artificiais, copiar do quadro, sublinhar substantivos, "tirar" verbos da 2ª conjugação, responder a perguntas bobas (Quem subiu a montanha?) para supostamente verificar a compreensão de frases banais como "O burrinho subiu a montanha para pastar".

Muitas aulas de gramática também são bem bobas. Alguém sabe por que as aulas de todos os anos começam com sujeito e predicado? Já imaginaram aulas de matemática recomeçando sempre com soma e multiplicação? As adjetivas explicativas estão entre vírgulas? E quem colocou as vírgulas?

Meu sonho geral inclui que se leia muito e durante as aulas. E que os textos lidos sejam comentados e sejam do tipo que mexe com a cabeça dos alunos, que os colocam "pra cima", exigem que seus cérebros trabalhem (poemas, textos de divulgação científica, trechos exemplares de livros que possam mostrar diferenças de estilo de época e mudanças da língua, entre outros). E que as letras de música que eles eventualmente analisem não sejam da marca Michel Teló ‒ para isso não precisam sair de casa. Que sejam, por exemplo, como “Construção” (Chico Buarque), de um lado (até para falar com relevância das proparoxítonas, se se quiser), ou “Cuitelinho”, de outro.

Mas meu principal pequeno sonho tem a ver com escrita. Escreve-se mais hoje – com os aparelhos eletrônicos – do que nunca antes, o que gera um pouco de otimismo. Mas me refiro à escrita "trabalhada", discutida, analisada.

As aulas são para escrever e revisar textos. O professor no papel de revisor ou editor, exatamente como nas editoras, é bem mais interessante do que como simples corretor ou vigia da língua. É que as atividades em torno dos textos devem fazer sentido histórico. E a revisão tem esse sentido. Nossos alunos merecem aulas de verdade!

 Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/113/o-pequeno-sonho-da-reescrita-339017-1.asp> . Acesso em: 17 maio 2016. 
A proposta de intervenção didática apresentada no texto traz orientações fundadas na concepção de que:
Alternativas
Q682739 Português

                          O pequeno sonho da reescrita

                                                                                                     Sírio Possenti

Meu pequeno sonho é que não haja mais aulas de português que não sejam de fato aulas de português. Basta de aulas para dividir palavras em sílabas, ditar com pronúncias artificiais, copiar do quadro, sublinhar substantivos, "tirar" verbos da 2ª conjugação, responder a perguntas bobas (Quem subiu a montanha?) para supostamente verificar a compreensão de frases banais como "O burrinho subiu a montanha para pastar".

Muitas aulas de gramática também são bem bobas. Alguém sabe por que as aulas de todos os anos começam com sujeito e predicado? Já imaginaram aulas de matemática recomeçando sempre com soma e multiplicação? As adjetivas explicativas estão entre vírgulas? E quem colocou as vírgulas?

Meu sonho geral inclui que se leia muito e durante as aulas. E que os textos lidos sejam comentados e sejam do tipo que mexe com a cabeça dos alunos, que os colocam "pra cima", exigem que seus cérebros trabalhem (poemas, textos de divulgação científica, trechos exemplares de livros que possam mostrar diferenças de estilo de época e mudanças da língua, entre outros). E que as letras de música que eles eventualmente analisem não sejam da marca Michel Teló ‒ para isso não precisam sair de casa. Que sejam, por exemplo, como “Construção” (Chico Buarque), de um lado (até para falar com relevância das proparoxítonas, se se quiser), ou “Cuitelinho”, de outro.

Mas meu principal pequeno sonho tem a ver com escrita. Escreve-se mais hoje – com os aparelhos eletrônicos – do que nunca antes, o que gera um pouco de otimismo. Mas me refiro à escrita "trabalhada", discutida, analisada.

As aulas são para escrever e revisar textos. O professor no papel de revisor ou editor, exatamente como nas editoras, é bem mais interessante do que como simples corretor ou vigia da língua. É que as atividades em torno dos textos devem fazer sentido histórico. E a revisão tem esse sentido. Nossos alunos merecem aulas de verdade!

 Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/113/o-pequeno-sonho-da-reescrita-339017-1.asp> . Acesso em: 17 maio 2016. 
Segundo o texto, uma aula eficaz de leitura necessita de:
Alternativas
Q682738 Português

                          O pequeno sonho da reescrita

                                                                                                     Sírio Possenti

Meu pequeno sonho é que não haja mais aulas de português que não sejam de fato aulas de português. Basta de aulas para dividir palavras em sílabas, ditar com pronúncias artificiais, copiar do quadro, sublinhar substantivos, "tirar" verbos da 2ª conjugação, responder a perguntas bobas (Quem subiu a montanha?) para supostamente verificar a compreensão de frases banais como "O burrinho subiu a montanha para pastar".

Muitas aulas de gramática também são bem bobas. Alguém sabe por que as aulas de todos os anos começam com sujeito e predicado? Já imaginaram aulas de matemática recomeçando sempre com soma e multiplicação? As adjetivas explicativas estão entre vírgulas? E quem colocou as vírgulas?

Meu sonho geral inclui que se leia muito e durante as aulas. E que os textos lidos sejam comentados e sejam do tipo que mexe com a cabeça dos alunos, que os colocam "pra cima", exigem que seus cérebros trabalhem (poemas, textos de divulgação científica, trechos exemplares de livros que possam mostrar diferenças de estilo de época e mudanças da língua, entre outros). E que as letras de música que eles eventualmente analisem não sejam da marca Michel Teló ‒ para isso não precisam sair de casa. Que sejam, por exemplo, como “Construção” (Chico Buarque), de um lado (até para falar com relevância das proparoxítonas, se se quiser), ou “Cuitelinho”, de outro.

Mas meu principal pequeno sonho tem a ver com escrita. Escreve-se mais hoje – com os aparelhos eletrônicos – do que nunca antes, o que gera um pouco de otimismo. Mas me refiro à escrita "trabalhada", discutida, analisada.

As aulas são para escrever e revisar textos. O professor no papel de revisor ou editor, exatamente como nas editoras, é bem mais interessante do que como simples corretor ou vigia da língua. É que as atividades em torno dos textos devem fazer sentido histórico. E a revisão tem esse sentido. Nossos alunos merecem aulas de verdade!

 Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/113/o-pequeno-sonho-da-reescrita-339017-1.asp> . Acesso em: 17 maio 2016. 
O autor desenvolve seu argumento pressupondo que o estudo da gramática deve:
Alternativas
Q682737 Português

                          O pequeno sonho da reescrita

                                                                                                     Sírio Possenti

Meu pequeno sonho é que não haja mais aulas de português que não sejam de fato aulas de português. Basta de aulas para dividir palavras em sílabas, ditar com pronúncias artificiais, copiar do quadro, sublinhar substantivos, "tirar" verbos da 2ª conjugação, responder a perguntas bobas (Quem subiu a montanha?) para supostamente verificar a compreensão de frases banais como "O burrinho subiu a montanha para pastar".

Muitas aulas de gramática também são bem bobas. Alguém sabe por que as aulas de todos os anos começam com sujeito e predicado? Já imaginaram aulas de matemática recomeçando sempre com soma e multiplicação? As adjetivas explicativas estão entre vírgulas? E quem colocou as vírgulas?

Meu sonho geral inclui que se leia muito e durante as aulas. E que os textos lidos sejam comentados e sejam do tipo que mexe com a cabeça dos alunos, que os colocam "pra cima", exigem que seus cérebros trabalhem (poemas, textos de divulgação científica, trechos exemplares de livros que possam mostrar diferenças de estilo de época e mudanças da língua, entre outros). E que as letras de música que eles eventualmente analisem não sejam da marca Michel Teló ‒ para isso não precisam sair de casa. Que sejam, por exemplo, como “Construção” (Chico Buarque), de um lado (até para falar com relevância das proparoxítonas, se se quiser), ou “Cuitelinho”, de outro.

Mas meu principal pequeno sonho tem a ver com escrita. Escreve-se mais hoje – com os aparelhos eletrônicos – do que nunca antes, o que gera um pouco de otimismo. Mas me refiro à escrita "trabalhada", discutida, analisada.

As aulas são para escrever e revisar textos. O professor no papel de revisor ou editor, exatamente como nas editoras, é bem mais interessante do que como simples corretor ou vigia da língua. É que as atividades em torno dos textos devem fazer sentido histórico. E a revisão tem esse sentido. Nossos alunos merecem aulas de verdade!

 Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/113/o-pequeno-sonho-da-reescrita-339017-1.asp> . Acesso em: 17 maio 2016. 
Ao escrever o texto, o locutor defende a ideia de que:
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Q682736 Pedagogia
O texto dos PCNs de Língua Portuguesa afirma, relativamente à produção textual, que se espera do aluno a capacidade de escrever “[...] textos considerando suas condições de produção: finalidade; especificidade do gênero; lugares preferenciais de circulação; interlocutor eleito” (BRASIL, 1998, p. 59). Isso implica, da perspectiva do ensino, enfatizar na formação do professor a capacidade de:
Alternativas
Q682735 Pedagogia

                                           Uma palavra só!

      Era uma vez um rei mandão — como muitos — que resolveu castigar qualquer um que falasse uma mentira (mentira pelo menos no seu ponto de vista). Mas a primeira vítima do castigo real foi seu próprio filho, condenado a nunca mais abrir a boca para falar, a não ser, única e exclusivamente... a palavra “exclusivamente”. É assim que o príncipe sai pelo mundo, respondendo a tudo: “exclusivamente”. Até que um dia ele conhece Eva. Ele a seguia, tímido, meio de longe. Eva era fantástica. Sabia inclusive ler, o que era raríssimo naquele tempo. "Se ao menos eu soubesse ler e escrever", pensava o príncipe.

      Talvez por pena, a contorcionista, que passava o seu tempo livre lendo romances, notando o interesse do príncipe pelas letras, decidiu que o ensinaria a ler e a escrever. Escreveu bem grande EXCLUSIVAMENTE e tentou lhe ensinar as letras dessa palavra. No princípio, para sermos sinceros, o príncipe não entendia nada. Eva repetia. Um dia já estava no finalzinho da palavra: -M-E-N, MEN, T-E, TE. MEN-TE, MENTE. De repente deu um clique no príncipe. Ele pegou o lápis e com certa dificuldade — não muita — escreveu alguma coisa. Depois cortou algumas letras de EXCLUSIVAMENTE e deixou apenas E - V - A. Ela não aguentou e lhe deu um beijo. O príncipe tinha descoberto a maior maravilha. Agora, por exemplo, se gritavam por ele, perguntando onde ele estava, podia pegar o C da sílaba CLU e o A que está em VAMENTE e dizer: CÁ.

      Não era uma resposta muito longa, mas já era alguma coisa para quem tinha passado tanto tempo só com "exclusivamente". E podia também inventar [...] palavras meigas para acarinhar a contorcionista. Mas... os candongueiros do reino, que não percebiam que as novas palavras estavam dentro da palavra exclusivamente, foram mexericar para o rei que o príncipe não estava mais lhe obedecendo. E levaram o menino preso. A contorcionista foi atrás e tentou explicar que o príncipe só usava as letras de exclusivamente. Mas o rei não queria saber de explicações.

– Bem... — disse sua majestade. — Se o príncipe responder a três perguntas simples, só com a palavra exclusivamente, eu até lhe entrego minha coroa. Mas, se não der conta, vou ter que cortar a língua dele.

– Quantos anos você tem? – perguntou para começar.

– E - X - C - L - U - S - I - V - A - M - E - N - T - E - soletrou o príncipe e repetiu de novo, falando bem alto as letras S - E - T - E as outras bem baixinho.

– Oh céus! Então é mesmo verdade que só tem usado a palavra exclusivamente? — assustou-se o rei.

– E quem foi que lhe ensinou esse truque dos diabos?

      O príncipe apontou a contorcionista e de novo repetiu as letras de exclusivamente, enfatizando E - L - A. Hoje, o príncipe fala o que ele quer e o rei sem coroa, que não é mais o dono da verdade, anda tomando umas aulas com a contorcionista.

LAGO, Ângela. Uma palavra só! São Paulo: Moderna, 1996. [Adaptado].

Do ponto de vista da linguística descritiva, a gramática não é apenas um conjunto de normas que determina o uso considerado correto da língua escrita e falada, mas o estudo objetivo e sistemático dos elementos e dos processos que constituem e caracterizam o sistema de comunicação. Nesse sentido, haveria uma gramática para cada sistema de comunicação, como uma gramática do romance e até da pintura. Pensando nessa lógica gramatical, quais são os elementos e os processos que caracterizam o gênero literário do texto escrito por Ângela Lago?
Alternativas
Q682734 Pedagogia

                                           Uma palavra só!

      Era uma vez um rei mandão — como muitos — que resolveu castigar qualquer um que falasse uma mentira (mentira pelo menos no seu ponto de vista). Mas a primeira vítima do castigo real foi seu próprio filho, condenado a nunca mais abrir a boca para falar, a não ser, única e exclusivamente... a palavra “exclusivamente”. É assim que o príncipe sai pelo mundo, respondendo a tudo: “exclusivamente”. Até que um dia ele conhece Eva. Ele a seguia, tímido, meio de longe. Eva era fantástica. Sabia inclusive ler, o que era raríssimo naquele tempo. "Se ao menos eu soubesse ler e escrever", pensava o príncipe.

      Talvez por pena, a contorcionista, que passava o seu tempo livre lendo romances, notando o interesse do príncipe pelas letras, decidiu que o ensinaria a ler e a escrever. Escreveu bem grande EXCLUSIVAMENTE e tentou lhe ensinar as letras dessa palavra. No princípio, para sermos sinceros, o príncipe não entendia nada. Eva repetia. Um dia já estava no finalzinho da palavra: -M-E-N, MEN, T-E, TE. MEN-TE, MENTE. De repente deu um clique no príncipe. Ele pegou o lápis e com certa dificuldade — não muita — escreveu alguma coisa. Depois cortou algumas letras de EXCLUSIVAMENTE e deixou apenas E - V - A. Ela não aguentou e lhe deu um beijo. O príncipe tinha descoberto a maior maravilha. Agora, por exemplo, se gritavam por ele, perguntando onde ele estava, podia pegar o C da sílaba CLU e o A que está em VAMENTE e dizer: CÁ.

      Não era uma resposta muito longa, mas já era alguma coisa para quem tinha passado tanto tempo só com "exclusivamente". E podia também inventar [...] palavras meigas para acarinhar a contorcionista. Mas... os candongueiros do reino, que não percebiam que as novas palavras estavam dentro da palavra exclusivamente, foram mexericar para o rei que o príncipe não estava mais lhe obedecendo. E levaram o menino preso. A contorcionista foi atrás e tentou explicar que o príncipe só usava as letras de exclusivamente. Mas o rei não queria saber de explicações.

– Bem... — disse sua majestade. — Se o príncipe responder a três perguntas simples, só com a palavra exclusivamente, eu até lhe entrego minha coroa. Mas, se não der conta, vou ter que cortar a língua dele.

– Quantos anos você tem? – perguntou para começar.

– E - X - C - L - U - S - I - V - A - M - E - N - T - E - soletrou o príncipe e repetiu de novo, falando bem alto as letras S - E - T - E as outras bem baixinho.

– Oh céus! Então é mesmo verdade que só tem usado a palavra exclusivamente? — assustou-se o rei.

– E quem foi que lhe ensinou esse truque dos diabos?

      O príncipe apontou a contorcionista e de novo repetiu as letras de exclusivamente, enfatizando E - L - A. Hoje, o príncipe fala o que ele quer e o rei sem coroa, que não é mais o dono da verdade, anda tomando umas aulas com a contorcionista.

LAGO, Ângela. Uma palavra só! São Paulo: Moderna, 1996. [Adaptado].

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, o objeto de ensino/aprendizagem deve ser o "conhecimento linguístico e discursivo com o qual o sujeito opera ao participar das práticas sociais mediadas pela linguagem" (BRASIL, 1998, p. 22). Qual das alternativas abaixo pode ser considerada inócua em uma mediação organizada para a leitura do texto "Uma palavra só!”
Alternativas
Q682733 Pedagogia

                                           Uma palavra só!

      Era uma vez um rei mandão — como muitos — que resolveu castigar qualquer um que falasse uma mentira (mentira pelo menos no seu ponto de vista). Mas a primeira vítima do castigo real foi seu próprio filho, condenado a nunca mais abrir a boca para falar, a não ser, única e exclusivamente... a palavra “exclusivamente”. É assim que o príncipe sai pelo mundo, respondendo a tudo: “exclusivamente”. Até que um dia ele conhece Eva. Ele a seguia, tímido, meio de longe. Eva era fantástica. Sabia inclusive ler, o que era raríssimo naquele tempo. "Se ao menos eu soubesse ler e escrever", pensava o príncipe.

      Talvez por pena, a contorcionista, que passava o seu tempo livre lendo romances, notando o interesse do príncipe pelas letras, decidiu que o ensinaria a ler e a escrever. Escreveu bem grande EXCLUSIVAMENTE e tentou lhe ensinar as letras dessa palavra. No princípio, para sermos sinceros, o príncipe não entendia nada. Eva repetia. Um dia já estava no finalzinho da palavra: -M-E-N, MEN, T-E, TE. MEN-TE, MENTE. De repente deu um clique no príncipe. Ele pegou o lápis e com certa dificuldade — não muita — escreveu alguma coisa. Depois cortou algumas letras de EXCLUSIVAMENTE e deixou apenas E - V - A. Ela não aguentou e lhe deu um beijo. O príncipe tinha descoberto a maior maravilha. Agora, por exemplo, se gritavam por ele, perguntando onde ele estava, podia pegar o C da sílaba CLU e o A que está em VAMENTE e dizer: CÁ.

      Não era uma resposta muito longa, mas já era alguma coisa para quem tinha passado tanto tempo só com "exclusivamente". E podia também inventar [...] palavras meigas para acarinhar a contorcionista. Mas... os candongueiros do reino, que não percebiam que as novas palavras estavam dentro da palavra exclusivamente, foram mexericar para o rei que o príncipe não estava mais lhe obedecendo. E levaram o menino preso. A contorcionista foi atrás e tentou explicar que o príncipe só usava as letras de exclusivamente. Mas o rei não queria saber de explicações.

– Bem... — disse sua majestade. — Se o príncipe responder a três perguntas simples, só com a palavra exclusivamente, eu até lhe entrego minha coroa. Mas, se não der conta, vou ter que cortar a língua dele.

– Quantos anos você tem? – perguntou para começar.

– E - X - C - L - U - S - I - V - A - M - E - N - T - E - soletrou o príncipe e repetiu de novo, falando bem alto as letras S - E - T - E as outras bem baixinho.

– Oh céus! Então é mesmo verdade que só tem usado a palavra exclusivamente? — assustou-se o rei.

– E quem foi que lhe ensinou esse truque dos diabos?

      O príncipe apontou a contorcionista e de novo repetiu as letras de exclusivamente, enfatizando E - L - A. Hoje, o príncipe fala o que ele quer e o rei sem coroa, que não é mais o dono da verdade, anda tomando umas aulas com a contorcionista.

LAGO, Ângela. Uma palavra só! São Paulo: Moderna, 1996. [Adaptado].

O texto “Uma palavra só!”, de Ângela Lago, tematiza o processo de compreensão do sistema de escrita alfabética. O modo como o príncipe aprende a escrever é semelhante à prática pedagógica que:
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Q682732 Pedagogia

Leia atentamente os exercícios de interpretação transcritos abaixo. São exercícios usualmente aplicados em atividades de interpretações de textos. Julgue-os de acordo com a questão.

1. Com a morte do leão, houve a eleição para a escolha do ........... .

2. A eleição era através ( ) de votos ( ) de aplausos ( ) de outra forma.

3. Pelo parágrafo 3 do texto conclui-se que o novo rei dos bichos seria aquele em cuja cabeça se adaptasse a ........................................ .

4. A escolha do novo rei foi difícil porque ( ) ninguém queria o cargo ( ) todos queriam o cargo mas em nenhuma cabeça a coroa se adaptava perfeitamente.

5. Qual é a lição de moral transmitida pelo texto?

6. Reconstitua a ideia central do texto através de desenhos. 

Em seu conjunto, os exercícios confirmam a seguinte afirmação dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Língua Portuguesa de Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental:
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Q682731 Pedagogia

Leia atentamente os exercícios de interpretação transcritos abaixo. São exercícios usualmente aplicados em atividades de interpretações de textos. Julgue-os de acordo com a questão.

1. Com a morte do leão, houve a eleição para a escolha do ........... .

2. A eleição era através ( ) de votos ( ) de aplausos ( ) de outra forma.

3. Pelo parágrafo 3 do texto conclui-se que o novo rei dos bichos seria aquele em cuja cabeça se adaptasse a ........................................ .

4. A escolha do novo rei foi difícil porque ( ) ninguém queria o cargo ( ) todos queriam o cargo mas em nenhuma cabeça a coroa se adaptava perfeitamente.

5. Qual é a lição de moral transmitida pelo texto?

6. Reconstitua a ideia central do texto através de desenhos. 

Os exercícios propostos permitem afirmar que, consciente ou inconscientemente, foram elaborados com base no princípio de que a linguagem é:
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Q682730 Pedagogia

Leia atentamente os exercícios de interpretação transcritos abaixo. São exercícios usualmente aplicados em atividades de interpretações de textos. Julgue-os de acordo com a questão.

1. Com a morte do leão, houve a eleição para a escolha do ........... .

2. A eleição era através ( ) de votos ( ) de aplausos ( ) de outra forma.

3. Pelo parágrafo 3 do texto conclui-se que o novo rei dos bichos seria aquele em cuja cabeça se adaptasse a ........................................ .

4. A escolha do novo rei foi difícil porque ( ) ninguém queria o cargo ( ) todos queriam o cargo mas em nenhuma cabeça a coroa se adaptava perfeitamente.

5. Qual é a lição de moral transmitida pelo texto?

6. Reconstitua a ideia central do texto através de desenhos. 

Os exercícios apontam caminhos a serem percorridos pelo leitor para a apreensão dos sentidos textuais. Esses exercícios explicitam que a leitura tem o objetivo de:
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Q682729 Pedagogia
Em entrevista à Revista Nova Escola, o professor Cipriano Luckesi comentou que a maioria das escolas promove exames, os quais não são uma prática de avaliação. O ato de examinar é classificatório e seletivo, e a avaliação deveria ser inclusiva, disse ele. Esse modelo de avaliação inclusiva é aquele no qual o estudante vai ser
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Respostas
521: C
522: A
523: B
524: B
525: D
526: C
527: A
528: D
529: A
530: D
531: B
532: B
533: A
534: A
535: D
536: C
537: B
538: B
539: A
540: A