O trecho a seguir foi extraído da obra ‘Memórias
do Cárcere’, de Graciliano Ramos. Leia-o atentamente
para responder à próxima questão.
“Nunca tivemos censura prévia em obra de arte. Efetivamente se queimaram alguns livros, mas foram raríssimos esses autos-de-fé. Em geral a reação se limitou a suprimir ataques diretos, palavras de ordem,
tiradas demagógicas, e disto escasso prejuízo veio
à produção literária. Certos escritores se desculpam
de não haverem forjado coisas excelentes por falta de liberdade - talvez ingênuo recurso de justificar
inépcia ou preguiça. Liberdade completa ninguém
desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política
e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer”.