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A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que nos cerca por cima, por
baixo, pelos lados, andando, voando e nadando. Pois toda essa única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima do
planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante é rocha estéril
recobrindo o núcleo de ferro incandescente. Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova York totalmente deserta,
quente demais ou fria demais para manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.
A vida, ou a biosfera, torna-se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida,
mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma parte ínfima do
planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da massa total do sistema solar.
Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões, reavivando a imorredoura questão
sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos recursos naturais do planeta.
A questão se impõe porque o crescimento no uso desses recursos forma uma curva estatística impressionante. A estimativa é
de que, em 2030, será necessário o equivalente a duas Terras para garantir o padrão de vida da humanidade. As perspectivas mais
sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza - e a do
próprio ser humano - para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa e a vida sempre voltou
ainda com mais força. Enquanto se procuram soluções para o equilíbrio entre crescimento populacional e preservação de recursos, a
natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.
(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130-132, com adaptações)
A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que nos cerca por cima, por
baixo, pelos lados, andando, voando e nadando. Pois toda essa única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima do
planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante é rocha estéril
recobrindo o núcleo de ferro incandescente. Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova York totalmente deserta,
quente demais ou fria demais para manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.
A vida, ou a biosfera, torna-se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida,
mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma parte ínfima do
planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da massa total do sistema solar.
Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões, reavivando a imorredoura questão
sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos recursos naturais do planeta.
A questão se impõe porque o crescimento no uso desses recursos forma uma curva estatística impressionante. A estimativa é
de que, em 2030, será necessário o equivalente a duas Terras para garantir o padrão de vida da humanidade. As perspectivas mais
sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza - e a do
próprio ser humano - para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa e a vida sempre voltou
ainda com mais força. Enquanto se procuram soluções para o equilíbrio entre crescimento populacional e preservação de recursos, a
natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.
(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130-132, com adaptações)
Em relação à questão colocada acima, a afirmativa correta é:
A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que nos cerca por cima, por
baixo, pelos lados, andando, voando e nadando. Pois toda essa única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima do
planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante é rocha estéril
recobrindo o núcleo de ferro incandescente. Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova York totalmente deserta,
quente demais ou fria demais para manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.
A vida, ou a biosfera, torna-se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida,
mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma parte ínfima do
planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da massa total do sistema solar.
Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões, reavivando a imorredoura questão
sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos recursos naturais do planeta.
A questão se impõe porque o crescimento no uso desses recursos forma uma curva estatística impressionante. A estimativa é
de que, em 2030, será necessário o equivalente a duas Terras para garantir o padrão de vida da humanidade. As perspectivas mais
sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza - e a do
próprio ser humano - para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa e a vida sempre voltou
ainda com mais força. Enquanto se procuram soluções para o equilíbrio entre crescimento populacional e preservação de recursos, a
natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.
(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130-132, com adaptações)
A conclusão do texto permite depreender corretamente que
A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que nos cerca por cima, por
baixo, pelos lados, andando, voando e nadando. Pois toda essa única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima do
planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante é rocha estéril
recobrindo o núcleo de ferro incandescente. Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova York totalmente deserta,
quente demais ou fria demais para manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.
A vida, ou a biosfera, torna-se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida,
mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma parte ínfima do
planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da massa total do sistema solar.
Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões, reavivando a imorredoura questão
sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos recursos naturais do planeta.
A questão se impõe porque o crescimento no uso desses recursos forma uma curva estatística impressionante. A estimativa é
de que, em 2030, será necessário o equivalente a duas Terras para garantir o padrão de vida da humanidade. As perspectivas mais
sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza - e a do
próprio ser humano - para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa e a vida sempre voltou
ainda com mais força. Enquanto se procuram soluções para o equilíbrio entre crescimento populacional e preservação de recursos, a
natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.
(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130-132, com adaptações)
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
O segmento grifado acima preenche corretamente a lacuna da frase:
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está em:
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
O emprego do tempo e modo dos verbos grifados acima indica, considerando-se o contexto,
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
Há relação de causa e efeito no desenvolvimento do texto entre as situações que aparecem em:
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
A palavra grifada acima retoma o sentido do que consta em:
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.
(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)
Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.
(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)
O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido.
Áreas devem ser oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais, por exemplo.
É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do potencial hidrelétrico da Amazônia.
As frases acima articulam-se em um único período, com clareza, correção e lógica, em:
Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.
(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)
Transposta para a voz ativa, a forma verbal grifada acima passará a ser:
Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.
(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em:
Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.
(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)
Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.
(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)
O pronome grifado acima refere-se, considerado o contexto,
Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.
(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)