Questões de Concurso Para prefeitura de miracema - rj

Foram encontradas 501 questões

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Q2368900 Matemática
Fernando e Tiago querem enfeitar as rodas de suas bicicletas com uma fita colorida adesiva, que será colada em todos os aros das rodas. Sabe-se que as bicicletas são iguais no tamanho de raio – 30 cm. Qual a quantidade de fita será gasta para enfeitar as rodas? (Considere π = 3,14.) 
Alternativas
Q2368899 Matemática
Joana quer mudar a cor da parede de sua sala; sabe-se que a parede tem formato retangular com medidas de 5,3 m x 2,7 m. A tinta que Joana irá usar cobre 4,5 m² para cada litro usado. Quantos litros de tinta Joana precisa comprar para cobrir toda a parede? 
Alternativas
Q2368897 Matemática
Um casal de namorados viu no shopping de determinada cidade que há uma loja de presentes que cria bonecos de pessoas em uma impressora 3D, usando escalas de 1:3 e 1:6. Sabe-se que as medidas do casal são 1,80 e 1,50 metros. Qual será o tamanho dos bonecos do casal, respectivamente, se eles escolherem a escala 1:6?
Alternativas
Q2368896 Matemática
Em certa quadra de esportes de uma escola em que há um circuito oval, os alunos fazem caminhada na hora da educação física para aquecimento. Sabe-se que eles irão aquecer durante 16 minutos e percorrer por volta de 960 metros. Assinale, a seguir, a alternativa que apresenta o tempo e a distância fornecidos no texto, convertidos em outra unidade. 
Alternativas
Q2368895 Português
Lembrança


      Lembro-me de que ele só usava camisas brancas. Era um velho limpo e eu gostava dele por isso. Eu conhecia outros velhos e eles não eram limpos. Além disso eram chatos. Meu avô não era chato. Ele não incomodava ninguém. Nem os de casa ele incomodava. Ele quase não falava. Não pedia as coisas a ninguém. Nem uma travessa de comida na mesa ele gostava de pedir. Seus gestos eram firmes e suaves e quando ele andava não fazia barulho.
       Ficava no quartinho dos fundos e havia sempre tanta gente e tanto movimento na casa que às vezes até se esqueciam da existência dele. De tarde costumava sair para dar uma volta. Ia só até a praça da matriz que era perto. Estava com setenta anos e dizia que suas pernas estavam ficando fracas. Levava-me sempre com ele. Conversávamos, mas não me lembro sobre o que conversávamos. Não era sobre muita coisa. Não era muita coisa a conversa. Mas isso não tinha importância. O que gostávamos era de estar juntos.
        Lembro-me de que uma vez ele apontou para o céu e disse: “olha”. Eu olhei. Era um bando de pombos e nós ficamos muito tempo olhando. Depois ele voltou-se para mim e sorriu. Mas não disse nada. Outra vez eu corri até o fim da praça e lá de longe olhei para trás. Nessa hora uma faísca riscou o céu. O dia estava escuro e uma ventania agitava as palmeiras. Ele estava sozinho no meio da praça com os braços atrás e a cabeça branca erguida contra o céu. Então pensei que meu avô era maior que a tempestade.
       Eu era pequeno mas sabia que ele tinha vivido e sofrido muita coisa. Sabia que cedo ainda a mulher o abandonara. Sabia que ele tinha visto mais de um filho morrer. Que tinha sido pobre e depois rico e depois pobre de novo. Que durante sua vida uma porção de gente o havia traído e ofendido e logrado. Mas ele nunca falava disso. Nenhuma vez o vi falar disso. Nunca o vi queixar-se de qualquer coisa. Também nunca o vi falar mal de alguém. As pessoas diziam que ele era um velho muito distinto.
        Nunca pude esquecer sua morte. Eu o vi mas na hora não entendi tudo. Eu só vi o sangue. Tinha sangue por toda a parte. O lençol estava vermelho. Tinha uma poça no chão. Tinha sangue até na parede. Nunca tinha visto tanto sangue. Nunca pensara que uma pessoa se cortando pudesse sair tanto sangue assim. Ele estava na cama e tinha uma faca enterrada no peito. Seu rosto eu não vi. Depois soube que ele tinha cortado os pulsos e aí cortado o pescoço e então enterrado a faca. Não sei como deu tempo dele fazer isso tudo mas o fato é que ele fez. Tudo isso. Como eu não sei. Nem por quê.
      No dia seguinte ainda tornei a ver sua camisa perto da lavanderia e pensei que mesmo que ela fosse lavada milhares de vezes nunca mais poderia ficar branca. Foi o único dia em que não o vi limpo. Se bem que sangue não fosse sujeira. Não era. Era diferente.


(VILELA, Luiz. Tarde da noite. 6. ed. São Paulo: Ática, 2000.)
Lembro-me de que uma vez ele apontou para o céu e disse: “olha”. (3º§) Podemos afirmar que as aspas foram empregadas no fragmento anterior para:
Alternativas
Respostas
241: C
242: C
243: B
244: D
245: C