Questões de Concurso Para prefeitura de colômbia - sp

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Q1812453 Português
O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)
Os teóricos da linguagem que defendem a descrição como um tipo textual argumentam que a presença constante de uma determinada classe de palavras caracteriza esse tipo de texto, diferenciando-o de outros tipos, como a narração e a exposição, por exemplo. Assinale a alternativa que melhor exemplifica essa afirmação.
Alternativas
Q1812326 Artes Plásticas

O universo da arte popular brasileira [...] envolve cantigas e folguedos, contos tradicionais, danças, textos escritos (como a literatura de Cordel), cerâmica utilitária e ornamental, tecidos e uma infinidade de objetos que são diferentes em cada região do Brasil.

(PCN – Artes. Arte e os temas transversais. P. 74. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/.)


Considerando as manifestações populares brasileiras e a sua formação, assinale a afirmativa INCORRETA.

Alternativas
Q1812325 Artes Plásticas
Além de saber produzir e apreciar trabalhos de linguagens artísticas, outra expectativa e que os alunos aprendam a valorizar a produção artística dos múltiplos grupos sociais, em tempo e espaço diferenciados, com respeito e atenção referentes às suas qualidades específicas enquanto manifestação, gerando tanto a fruição/apreciação quanto o cuidado com a preservação destas manifestações artísticas e estéticas. (PCNEM. Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Arte, p, 54. Disponível em: https://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/ linguagem-codigos-e-suas-tecnologias.pdf. Acesso em: 25/01/2020.) Em relação às linguagens artísticas, relacione adequadamente as suas respectivas competências. 1. Artes visuais. 2. Dança. 3. Música. 4. Teatro.
( ) Conhecer, identificar e estabelecer relações entre as funções dos criadores musicais, intérpretes, arranjadores, regentes, técnicos diferenciados e outros profissionais envolvidos na produção musical. ( ) Perceber homens e mulheres enquanto seres simbólicos e sociais que pensam e se expressam através de signos também visuais, audiovisuais. ( ) Refletir sobre os principais aspectos de escolha de movimento, fontes coreográficas, gênero e estilo dos coreógrafos estudados. ( ) Lidar criticamente com o repertório musical do século XX em suas várias vertentes, contextualizando-as e focando-as enquanto objeto de diálogo. ( ) Aperfeiçoar conhecimento sobre dançarinos/coreógrafos e grupos de dança brasileiros e estrangeiros que contribuam para história da dança nacional, reconhecendo e contextualizado épocas, regiões e países. ( ) Aprofundar saberes sobre aspectos da história e estética do teatro que ampliem o conhecimento da linguagem e dos códigos teatrais e cênicos. ( ) Desenvolver contato sensível consciente com signos de sua própria produção, da produção de seus colegas, de sua cultura e do confronto com as demais culturas. A sequência está correta em
Alternativas
Q1812324 Artes Plásticas
A partir da década de 80, o fim da censura, o avanço das tecnologias digitais, a multiplicação das formas de divulgação das produções musicais, com a internet, são alguns dos fatores que contribuíram para uma maior liberdade de expressão dos compositores, assim como um maior acesso aos meios de produção e divulgação de suas obras. Dentro deste panorama de crescente liberdade artística surgiram importantes grupos de rap, entre eles, os Racionais MCs, grupo mais emblemático da música rap, no Brasil. O grupo Racionais MCs se destacou por músicas que abordam:
Alternativas
Q1812323 Artes Visuais
A arte contemporânea nos leva a viajar através das cores e formas que nos rodeiam, representando a nossa atualidade de forma que o espectador interprete das mais variadas formas, acompanhando o homem e sua história em manifestações que refletem o contexto social do momento em que ele está inserido. (SEIDEL, Marisa Frohlich. Arte Contemporânea: Arte e Vida. Disponível em: https://nucleodoconhecimento.com.br/.)
Em relação aos objetivos do ensino da Arte Contemporânea, analise as afirmativas a seguir.
I. Apresentar transformações da arte nas últimas décadas e suas relações com contextos socioculturais. II. Abordar como a arte contemporânea rompe com as formas tradicionais ao propor novas visões sobre o mundo e a natureza da arte. III. Apresentar manifestações artísticas contemporâneas, priorizando as artes visuais das vanguardas europeias e suas possibilidades de relação com o contexto do expectador. IV. Problematizar as relações entre arte e vida nas manifestações contemporâneas.
Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Respostas
211: D
212: A
213: D
214: D
215: C