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Texto I
O alimento ordinário desta terra que serve de pão se chama mandioca, e são umas raízes como de cenouras, ainda que mais grossas e compridas. Estas deitam umas varas, ou ramos, e crescem até altura de quinze palmos. Estes ramos são muito tenros e têm um miolo branco por dentro, e de palmo em palmo têm certos nós. E desta grandura se quebram, e plantam na terra em uma pequena cova, e lhes ajuntam terra ao pé, e ficam metidos tanto quanto basta para se terem, e daí a seis, ou nove meses têm raízes tão grossas que servem de mantimento.
Contém esta mandioca debaixo de si muitas espécies e todas se comem ... e a todos engorda e cria grandemente, porém se acaba de espremer, beberem aquela água só por si, não têm mais vida que enquanto lhe não chega ao estômago. Destas raízes espremidas e raladas se faz farinha que se come ...
(Fernão Cardim, Tratados da terra e gente do Brasil. In: Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa (orgs). Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ática, 3.ed., 2002, p. 130-131)
Texto II
“O pobre come farinha de mandioca três vezes ao dia. É café misturado com farinha de manhã, farinha com carne-seca ou ovo no almoço e farinha com tapioca ou outro complemento à noite”, diz um pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Justifica-se, aí, um dos nomes da mandioca: pão-depobre. Na boca do povo, a raiz tem muitos outros, que variam às vezes de acordo com a espécie, outras de acordo com a região: uaipi, aipim, castelinha, macaxeira, maniva.
O nome mais corrente é de origem tupi. Uma lenda indígena conta que a filha de um chefe engravidou virgem, e dela nasceu a menina Mani. Morta após um ano, de seu túmulo, numa oca, surgiu um arbusto cujas raízes serviriam de alimento. Fácil propagação, elevada tolerância a estiagens, rendimento satisfatório mesmo em solos de baixa fertilidade, pouca exigência de insumos modernos são fatores tradicionalmente relacionados ao cultivo da mandioca, que é feito pelo plantio de pedaços da rama.
Apesar de seu uso estar em declínio desde os anos 70 - período em que o governo brasileiro passou a subsidiar a cultura de trigo -, é a farinha de mandioca, ainda, a mais consumida no país. Nas áreas rurais é comum a existência de casas de farinha - um teto simples para abrigar os equipamentos para a produção. Base da cozinha típica da Zona da Mata, em Pernambuco, a farinha ainda é fabricada nessas velhas instalações, erguidas em meio a canaviais. Nas fábricas mais antigas, lavradores realizam todo o processo industrial de forma artesanal. O equipamento é de madeira ou barro. O trabalho comunitário é a base da produção.
Para fazer a farinha, os lavradores usam a mandioca brava, mais venenosa. A macaxeira (mandioca mansa ou doce) é usada para outros pratos. Após a moagem, a pasta é prensada por duas toras ligadas por parafusos esculpidos em troncos. O processo livra o produto da manipueira, líqüido que contém o veneno da mandioca. A massa passa pela urupema, peneira feita com cipó, e segue depois para um forno redondo parecido com uma grande frigideira, de tijolos de barro. Fica lá por algumas horas, mexida com um rodo de pau.
(Folha de S.Paulo, Caderno Especial, 2 de abril de 2000)
De acordo com o 2º parágrafo do texto II, o nome da mandioca se justifica porque
Texto I
O alimento ordinário desta terra que serve de pão se chama mandioca, e são umas raízes como de cenouras, ainda que mais grossas e compridas. Estas deitam umas varas, ou ramos, e crescem até altura de quinze palmos. Estes ramos são muito tenros e têm um miolo branco por dentro, e de palmo em palmo têm certos nós. E desta grandura se quebram, e plantam na terra em uma pequena cova, e lhes ajuntam terra ao pé, e ficam metidos tanto quanto basta para se terem, e daí a seis, ou nove meses têm raízes tão grossas que servem de mantimento.
Contém esta mandioca debaixo de si muitas espécies e todas se comem ... e a todos engorda e cria grandemente, porém se acaba de espremer, beberem aquela água só por si, não têm mais vida que enquanto lhe não chega ao estômago. Destas raízes espremidas e raladas se faz farinha que se come ...
(Fernão Cardim, Tratados da terra e gente do Brasil. In: Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa (orgs). Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ática, 3.ed., 2002, p. 130-131)
Texto II
“O pobre come farinha de mandioca três vezes ao dia. É café misturado com farinha de manhã, farinha com carne-seca ou ovo no almoço e farinha com tapioca ou outro complemento à noite”, diz um pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Justifica-se, aí, um dos nomes da mandioca: pão-depobre. Na boca do povo, a raiz tem muitos outros, que variam às vezes de acordo com a espécie, outras de acordo com a região: uaipi, aipim, castelinha, macaxeira, maniva.
O nome mais corrente é de origem tupi. Uma lenda indígena conta que a filha de um chefe engravidou virgem, e dela nasceu a menina Mani. Morta após um ano, de seu túmulo, numa oca, surgiu um arbusto cujas raízes serviriam de alimento. Fácil propagação, elevada tolerância a estiagens, rendimento satisfatório mesmo em solos de baixa fertilidade, pouca exigência de insumos modernos são fatores tradicionalmente relacionados ao cultivo da mandioca, que é feito pelo plantio de pedaços da rama.
Apesar de seu uso estar em declínio desde os anos 70 - período em que o governo brasileiro passou a subsidiar a cultura de trigo -, é a farinha de mandioca, ainda, a mais consumida no país. Nas áreas rurais é comum a existência de casas de farinha - um teto simples para abrigar os equipamentos para a produção. Base da cozinha típica da Zona da Mata, em Pernambuco, a farinha ainda é fabricada nessas velhas instalações, erguidas em meio a canaviais. Nas fábricas mais antigas, lavradores realizam todo o processo industrial de forma artesanal. O equipamento é de madeira ou barro. O trabalho comunitário é a base da produção.
Para fazer a farinha, os lavradores usam a mandioca brava, mais venenosa. A macaxeira (mandioca mansa ou doce) é usada para outros pratos. Após a moagem, a pasta é prensada por duas toras ligadas por parafusos esculpidos em troncos. O processo livra o produto da manipueira, líqüido que contém o veneno da mandioca. A massa passa pela urupema, peneira feita com cipó, e segue depois para um forno redondo parecido com uma grande frigideira, de tijolos de barro. Fica lá por algumas horas, mexida com um rodo de pau.
(Folha de S.Paulo, Caderno Especial, 2 de abril de 2000)
... erguidas em meio a canaviais. (4º parágrafo)
A frase está reescrita, sem alteração do sentido original, em
Com referência a essa situação, assinale a opção correta acerca da execução do contrato.